por Purificación González de la Blanca
1º- RESPEITEM A LEGALIDADE INTERNACIONAL
e o direito dos povos a decidir o sistema político e organizativo que
considerem mais adequado. A Carta das Nações Unidas é
clara e contundente: a não ingerência e a solução
dos conflitos por meios pacíficos são o cimento da paz e da
convivência entre os povos. O Estado que não respeite estes
princípios deveria ser expulso da ONU.
Os mandatários das intervenções e desastres do
Afeganistão, do Iraque, da Líbia, da Síria, da
Ucrânia, do Iémen, da Somália
e de tantos outros
países espalhados pelo mundo, devem responder pelos seus crimes. Da
mesma forma que os de Israel devem responder pelos crimes cometidos
permanentemente contra o povo palestino. Não crêem que é
chegada a hora de sanear a ONU?
2º- SUPRIMAM A NATO.
Foi criada contra a URSS. Desaparecida esta a NATO deveria ter sido
dissolvida.
Porém as estruturas tendem a perpetuar-se e esta superestrutura cheia de
altos cargos que gozam de todo tipo de prebendas não podia ser menos. O
seu custo é cada vez mais gravoso para os países que a sustentam,
mas além disto está ao serviço dos EUA. Urge a sua
dissolução quanto antes, já que está sendo
utilizada para provocar e orquestrar guerras que justifiquem a sua
injustificável existência, tendo-se convertido numa
organização terrorista. Sempre o foi, mas agora superou-se a si
própria. O recente "suicídio" do auditor da NATO, Eves
Chandelon, depois de descobrir um buraco de 250 mil milhões de euros, no
muito reservado orçamento da NATO, que tinham sido desviados para o
Estado Islâmico, o que a situa ao nível mais elevado do crime
organizado.
3º- INVESTIGUEM A CRIAÇÃO DO "ESTADO
ISLÂMICO" NO IRAQUE E NO MÉDIO ORIENTE, também chamado
Daesh.
A informação disponível assinala a CIA, a Mossad e o MI6
como seus fundadores, e a Arábia Saudita e Qatar como seus
financiadores, embora seja conhecida a contínua entrega de armas a estes
bandos armados por parte da CIA. A ex-secretária de Estado dos EUA,
Hillary Clinton, admitiu que esta milícia tinha sido criada pela Casa
Branca
e que se lhe escapou das suas mãos. "Fracassamos em
criar uma guerrilha anti-Assad credível
O fracasso deste projeto
levou ao horror a que assistimos hoje" (entrevista concedida ao media
digital The Atlantic, embora ela não seja alheia a outros
múltiplos horrores, como o assassinato do líder líbio,
Muammar Khadafi).
Por outro lado, o comandante paquistanês do Estado Islâmico, Eousaf
al Salafi, confessou ter recebido fundos através de EUA (diário
Daily Express). Os EUA não conseguiam ter os resultados que queriam na
Síria, apesar das suas múltiplas tentativas, porque o povo
sírio está unido ao seu governo. Para derrota-lo recorreu
à criação do chamado "Estado islâmico do Iraque
e Médio Oriente", ISIS, ou Daesh (uma espécie de
"vespeiro", como o denominaram os seus criadores, dotado de milhares
de mercenários, muitos deles marines) que lançaram contra a
Síria. Depois pediram ajuda a outros países para combater o seu
próprio monstro, que ao mesmo tempo vinham alimentando. O inimigo
perfeito. É a sua estratégia de sempre. Tudo isto deve ser
investigado e seus responsáveis levados perante o TPI (já
é tempo que funcione).
4º- DEIXEM DE DEDICAR-SE À GUERRA SUJA E À
CONSPIRAÇÃO
Deixem de ingerir-se nos assuntos internos de outros países, com
convocatórias de encontros, conferências, cimeiras, "ajudas
económicas", diretamente ou através de empresas e
fundações neoliberais. É o caso das cimeiras que foram
convocadas em Madrid e Córdoba, contra o legítimo governo da
Síria, pelo então ministro de Assuntos Exteriores de Espanha,
García Margallo. E a "ajuda" económica que entregou
à "oposição síria", ou seja ao grupo
terrorista "Frente Al-Nusra", ou "Jabhat al-Nusra",
através do Programa Masar da Agência Espanhola de
Cooperação Internacional para o Desenvolvimento.
É o mesmo tipo de apoio que o governo espanhol vem dando à
chamada "oposição" da Venezuela, convertida num
autêntico bando armado que faz rebentar bombas contra a polícia;
que despe, humilha, tortura e queima vivos os que etiqueta de chavistas (pelo
menos 23 pessoas foram queimadas vivas desde abril a 19 de julho deste ano em
atos de protesto organizados pela oposição venezuelana); e que
dispara contra aqueles que exercem o seu legítimo direito de votar. Isto
é trabalhar a favor das guerras e do terrorismo.
Deixem de fazer homenagens aos terroristas chamados "Capacetes
Brancos". Os governos espanhóis gostam da "Frente
Al-Nusra", o "Jabhat al-Nusra. Compreende-se. Mas sobretudo, deixem
de voltar-se para esse sócio preferido que é a Arabia Saudita. Um
país que é uma propriedade privada da família Saud, que
não respeita os mais básicos direitos humanos e que carece
até de uma Constituição. Por que romperam
relações diplomáticas com a Síria e não o
fizeram com a Arábia Saudita? Fazem-se de cegos sob os imperativos dos
EUA. Não é uma vergonha? Restabeleçam
relações com a Síria, um país cuja história
se entrelaça com a nossa e que representa todos os valores da
civilização. E rompam de uma vez por todas com a Arábia
Saudita.
5º- MERCENÁRIOS E DESESTABILIZADORES NÃO DEVEM ANDAR PELOS
GABINETES.
Pelo menos pelos gabinetes de governantes que se intitulam
"democráticos", como é o caso de Rami Abdel Rahman (do
chamado Observatório Sírio para os Direitos Humanos),
assíduo do Foreign Office; dos irmãos Kouachi ("Charlie
Hebdo"), pertencentes aos serviços secretos franceses, pelo menos
um deles era habitual no gabinete de Nicolas Sarkozy nos seus tempos de
presidente (ainda que a sua morte por parte da policia francesa já
não permita aclarar estes extremos, da mesma forma que no caso de
Mohamed Merah); deixa de ser surpreendente que todos os supostos terroristas
dos últimos atentados em França e em Manchester estiveram
vinculados aos serviços secretos franceses ou britânicos.
No caso de Manchester, a família de Abedi autor do atentado, de
origem líbia estava na lista de pagamentos do governo
britânico. E o pai do autor tinha recebido há uns anos um encargo
peculiar por parte do "democrático" governo britânico:
assassinar o líder líbio Muammar Khadafi. A contrapartida eram
100 mil libras esterlinas. Que dizer do títere opositor sírio
Ussama Jandali, que ao que parece frequentava o gabinete do ministro de
Assuntos Exteriores de Espanha, García Margallo, ou dos já
mencionados Capacetes Brancos. O terrorismo mistura-se sistematicamente com os
países chamados "democráticos". Às vezes
não se sabe onde acaba a administração e onde
começam os bandos armados. Isto deve acabar JÀ.
6º- RETIREM-SE DE UM VEZ POR TODAS DE LÍBIA E DE TODOS OS CONFLITOS
INTERNACIONAIS
Destruíram esse país e deverão responder por isso. Retirem
também os seus bandos armados e deixem os líbios reorganizar-se.
Já o estão fazendo. Não interfiram, não
obstaculizem (não enviem Bernardino León de volta, que os deixou
no maior ridículo). Já fizeram suficiente prejuízo. Deixem
a Líbia em paz. Agora parecem estar preocupados porque "o paiol da
Líbia ameaça a estabilidade da Europa". Mas não era
esse o objetivo de seu patrão, os EUA?
Retirem-se também de todos os conflitos em que a Espanha participa, como
Iraque, Mali, Chade, Somália, Líbia, Bósnia, Congo,
Macedónia, Moçambique, Sudão, Kosovo, Líbano... Em
15 de setembro de 2016 cumpriram-se dez anos do desembarque das tropas
espanholas nas praias libanesas. Por esta missão já passaram mais
de 23 mil militares. Que fazem os soldados espanhóis no Líbano?
Já sabemos, estão a proteger os interesses de Israel.
Estão os espanhóis de acordo com isto? Retirada JÁ.
Retirem-se também dos Países Bálticos onde estão a
fazer um papel ridículo, tratando de provocar a Rússia.
7º- O QUE FIZERAM COM A UCRÂNIA APONTA O NORTE DOS SEUS ARDENTES
DESEJOS POLÍTICOS:
voltar ao nazismo. Devem responder por isso. Para lá enviaram os seus
eurodeputados e mesmo o Presidente da Comunidade de Múrcia, para
oferecer todos os supostos benefícios de uma UE à deriva.
Até lá foi Catherine Ashton
[NT]
, com um cheque para comprar o governo, foi um dos capítulos mais
vergonhosos de toda a história da UE. Logo a seguir viria o golpe de
Estado e o incêndio de um edifício sindical com 31 pessoas
lá dentro. Ingerência, crime organizado, golpismo não devem
voltar a produzir-se. Os governantes dos países que apoiaram estes
crimes devem responder perante o TPI.
8º- ELIMINEM DE VEZ O CHAMADO "PROGRAMA MASAR"
que sob a capa de "ajuda ao desenvolvimento" e dentro da Agencia
Espanhola de Cooperação Internacional ao Desenvolvimento,
está sendo utilizada para desestabilizar o mundo árabe, desde
Marrocos ao Iraque com a finalidade de substituir Estados laicos por Estados
confessionais/fundamentalistas (todo isto seguindo diretivas dos EUA). Para
maior escárnio, entre as instituições colaboradoras do
Masar figura a FAES, um laboratório de ideias neoliberais vinculado ao
ex-presidente espanhol José María Aznar, um dos principais
impulsores juntamente com George Bush e Tony Blair da guerra do Iraque. Mas
também se encontram meios de comunicação espanhóis
como o canal público Televisão Espanhola, a agência de
notícias EFE e jornais como
El Mundo, ABC
e
El País
E o Clube de Madrid, uma entidade financiada pelo Departamento de Estado
dos EUA (Club de Madrid Foundation Inc.), o Banco Mundial, a Comissão
Europeia e um conjunto de grandes empresas, como a construtora espanhola
Acciona, a mexicana OHL ou o Rockefeller Brothers Fund.
Além disto, é uma perversão entender como desenvolvimento
a ajuda à desestabilização e ao crime. Isto esclarece-nos,
por outro lado, sobre a propaganda mediática dominante, que não
informação, e o por quê de
El País
e
El Mundo,
terem colaboradores como o traficante de armas e de guerras Bernard-Henry
Levy, e também o sionista Moisés Naim ou esse personagem chamado
Raúl Rivero que em Cuba desfrutava de um alto nível de vida e
aqui se declara perseguido político, dedicado a escrever enfadonhas
colunas contra Cuba e a Venezuela. Isto para não falar da
desaparição do jornalismo, convertido no maior meio de propaganda
existente, tão perigoso como os mísseis.
9º- ACABEM COM A VENDA DE ARMAS.
Já tivemos um ministro da Defesa, Pedro Morenés, vinculado a
três empresas de armamento, e inclusivamente "ressarcido" pelo
governo perante a proibição internacional da venda de bombas de
fragmentação. O sr. Morenés desempenha agora as
funções de embaixador em Washington, o que ainda se torna mais
preocupante.
A Espanha aumentou de forma alarmante a venda de armas, em geral, e
concretamente a países como Arabia Saudita, que as usa para apoiar o
Estado Islâmico e assassinar os iemenitas. Apenas do porto de Bilbao
saíram para Arábia Saudita, nos últimos dez meses, 312
contentores com explosivos. Cada contentor pode levar até 28 toneladas,
o que conduz a algo como 8 656 toneladas de explosivos, até 14 de julho
de 2017, de acordo com a informação facilitada por Green-Peace,
cujo porta-voz, Alberto Estévez, garante que a Espanha "poderia ser
acusada de crimes de guerra", salientando que é o "terceiro
país que mais armas vende à Arábia Saudita", vendas
que aumentaram de forma muito significativa nos últimos anos, rondando
os 4 000 milhões de euros apenas em 2016.
Agora (agosto 2017) que a Síria se liberta da invasão
mercenária, o seu exército está a encontrar roupa e
bandeiras sauditas nos quartéis da Al-Qaeda. Por imposição
dos EUA, a Espanha rompeu relações diplomáticas com a
Síria, país que representa a cultura e a
civilização como nenhum outro, cuja história se
entrelaça com a de Espanha através do Califado de Córdoba.
Pelo contrário a Espanha voltou-se para a Arábia Saudita,
berço do wahabismo, do terrorismo e da regressão civilizacional,
que não respeita os mais elementares direitos humanos, e que carece de
Constituição. Rompam de vez relações
diplomáticas com Arábia Saudita. Armas e munições
de fabricação espanhola estão a aparecer em quase todos os
conflitos. Já sabemos que as armas são um grande negócio,
mas são para matar, e podem acabar volvendo-se contra os seus
vendedores. A venda de armas não é um negócio
legítimo. Devem acabar com ela. JÁ.
10º- NÃO AO ACORDO DA ESPANHA PARA ENTREGAR AO PENTÁGONO A
BASE DE MÓRON, NEM AS BASES MILITARES EM ESPANHA
O acordo do Conselho de Ministros de 17 de junho de 2015, em que se entregou a
Base de Morón aos EUA como sede permanente do Pentágono é
a última vileza cometida pelo Governo de Rajoy (do Partido Popular)
contra Espanha e os espanhóis. "Isso permitirá aos EUA um
aumento de tropas e aeronaves para responder com rapidez a crises em
África, Europa e Médio Oriente". Já se deslocaram
para lá 2 200 militares, 500 civis e 36 aeronaves. Este acordo deve ser
cancelado JÁ, porque não foi autorizado pelos espanhóis,
que o desconhecem, e porque viola os compromissos assumidos pelo governo de
Espanha no Referendo sobre a permanência de Espanha na NATO, realizado em
12 de março de 1986, e sobre a não ampliação das
Bases estrangeiras e pessoal militar. É evidente que os EUA já
estão a utilizá-la, como as restantes bases, para as suas guerras
em África, na Ucrânia, na Líbia, na Síria, no
Iraque
com a Argélia na mira, não esqueçamos este
aspecto. As forças armadas apenas têm justificação
quando servem para a defesa dos povos. Não aceitamos que Espanha seja
cúmplice de invasões, guerras e matanças.
O surpreendente é que este governo fala de soberania nacional quando se
refere ao "problema catalão", e contudo cede
territórios à soberania dos EUA. Contraditório, não
é?
[NT]
Catherine Margaret Ashton, baronesa Ashton de Upholland: política
trabalhista britânica que actuou como Alta Representante para os
Negócios Estrangeiros e Comissária do Comércio Europeu.
Ver também:
Catalunya, agosto de 2017: En pie ante los crímenes y las mentiras sobre el atentado de Barcelona
("una operación de bandera falsa")
Wikileaks califica de mentirosa la información de El Periódico sobre el atentado en Barcelona
O original encontra-se em
www.lahaine.org/mundo.php/como-acabar-con-el-terrorismo
. Tradução de DVC.
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.