Os disparates do presidente Uribe
por Apolinar Díaz-Callejas
[*]
O país está perplexo com a conduta e a actual
situação psicológica do presidente Álvaro Uribe
Velez, pois neste momento da sua administração salta
constantemente de um disparate para outro: continua empenhado em ser o
único presidente latino-americano submetido voluntariamente aos ditames
do presidente Bush.
O presidente Uribe Velez está perante o facto de que o Congresso
colombiano, dominado pelos membros eleitos sob as suas bandeiras, tem muitos
deles presos devido aos seus acordos ilícitos e imorais com
paramilitares. A conclusão geral é que nas duas
eleições que foi objecto Uribe Velez a sua vitória
deveu-se ao apoio dos grupos paramilitares.
Os tropeços e disparates do presidente Uribe Velez têm a ver com
as suas ânsias eleitorais que o levaram a aceitar com entusiasmo o apoio
eleitoral dos paramilitares de toda a nação, a respeito dos quais
a própria imprensa governamental destaca as imensas riquezas em terras,
gados e outros bens de que se apoderaram.
Depois da crise da Polícia que levou ao maior escândalo moral e
político dessa instituição e conduziu à
destituição dos mais altos oficiais desse corpo armado, o
presidente Uribe Velez num dos seus piores momentos de desespero, em tom
agressivo e excitado, deu pela televisão e pela rádio uma ordem
monstruosa: "senhores Generais da República: vão e
libertem pela força a doutora Ingrid Betancourt, sequestrada pelas
FARC!". Para a opinião pública nacional essa estupidez
significava a morte de Ingrid Betancourt, pois tinha de ser libertada em
combate, com a prévia derrota militar completa das FARC, que até
agora não foi conseguida por nenhum governo nos 61 anos de
violência política na Colômbia.
Acrescenta-se que, em função desses mesmos disparates, o
presidente Uribe Velez deixou de lado a assessoria paga a
organizações e amigos do presidente Bush para que o ajudem a
obter as decisões do Congresso democrata que hoje domina nos Estados
Unidos, o qual através dos seus porta-vozes pronunciou-se nitidamente
contra os termos do Tratado de Livre Comércio negociado pela dupla Bush
Uribe Velez e exige decisões e acções
governamentais colombianas claras e verazes contra a repressão
anti-sindical e outros comportamentos sociais e políticos
anti-democráticos do seu governo.
Certamente,
The Wall Street Journal Americas,
segundo transcrição do diário oficialista El Tiempo,
informa que Uribe Velez procurou a assessoria do lobby democrata ligado ao
ex-presidente Clinton e à campanha presidencial da sua emposa Hillary
Clinton para desenvolver a estratégia do governo Uribe Velez e
"responder imediatamente a qualquer notícia que critique a
Colômbia". São eles: Sidley Austin, assessora legal sobre
livre comércio que já recebeu US$ 727 milhões de
dólares; Glover Park Group, por lobby junto ao Partido Democrata, US$
40 mil dólares por mês; Johnson, Madigan, Peck, Boland & Stewart,
lobby junto aos partidos Democrata e Republicano, US$ 35 mil dólares por
mês; Burson-Marsteller Relações Públicas, US$ 25
mil dólares por mês.
Em contraste, na Colômbia o governo Uribe Velez encerra a Universidade
Nacional, reprime o magistério e os sindicatos, aumenta o custo de vida,
gera desemprego e a população camponesa abandona os campos e foge
para as cidades.
06/Junho/2007
[*]
Historiador, Jurista, Ex Senador da República,
http://www.apolinardiaz.org/
,
apolinar@apolinardiaz.org
O original encontra-se em
http://www.anncol.org/es/site/doc.php?id=3134
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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