Marcha para a guerra: Concentração naval no Golfo
Pérsico e no Mediterrâneo Oriental (1)
por Mahdi Darius Nazemroaya
[*]
Nota do editor de Global Research
Chamamos a atenção dos nossos leitores para este documento
cuidadosamente revisto da concentração naval em andamento e do
posicionamento das forças de coligação no Médio
Oriente.
O estudo de Mahdi Darius Nazemroaya proporciona-nos uma visão geral.
Seu artigo examina a geopolítica por trás deste posicionamento
militar e o seu relacionamento com a "Batalha pelo petróleo".
A estrutura das alianças militares, as quais são cruciais para o
entendimento destes preparativos para a guerra, são também
analisadas.
O posicionamento naval está a ter lugar em dois diferentes teatros de
guerra: o Golfo Pérsico e o Mediterrâneo Oriental.
Tanto Israel como a NATO estão destinados a desempenhar um papel
importante na guerra conduzida pelos Estados Unidos.
A militarização do Mediterrâneo Oriental está em
linhas gerais sob a jurisdição da NATO em ligação
com Israel. Voltada contra a Síria, é conduzida sob a fachada de
uma missão de manutenção de paz das Nações
Unidas de acordo com a Resolução 1701 do Conselho de
Segurança da ONU. Neste contexto, a guerra ao Líbano deve ser
encarada como uma etapa do roteiro militar mais amplo patrocinado pelos EUA.
A força naval no Golfo Pérsico está de um modo geral sob o
comando dos EUA, com a participação do Canadá.
A concentração naval está coordenada com o planeamento de
ataques aéreos. O planeamento dos bombardeamentos aéreos do
Irão começou em meados de 2004, de acordo com a
formulação do CONPLAN 8022, no princípio de 2004. Em Maio
de 2004, foi emitida a Directiva Presidencial de Segurança Nacional NSPD
35, intitulada Nuclear Weapons Deployment Authorization. Apesar de o seu
conteúdo permanecer classificado, a presunção é de
que a NSPD 35 refere-se ao posicionamento de armas nucleares tácticas no
teatro de guerra do Médio Oriente no cumprimento do CONPLAN 8022.
Estes planos de guerra devem ser encarados muito seriamente.
O mundo está na encruzilhada da mais séria crise da
história moderna. Os EUA embarcaram numa aventura militar, numa
"longa guerra", a qual ameaça o futuro da humanidade.
Nas próximas semanas, é essencial que movimentos de
cidadãos de todo o mundo actuem firmemente a fim de confrontar os seus
respectivos governos e reverter e desmantelar esta agenda guerreira.
O que é necessário é romper a conspiração do
silêncio, expôr as mentiras e distorções dos media,
confrontar a natureza criminosa da administração dos Estados
Unidos e daqueles governos que a apoiam, da sua agenda de guerra bem como da
chamada "agenda de Segurança Interna" a qual já definiu
os contornos de uma polícia de Estado.
É essencial trazer o projecto de guerra estadunidense para o primeiro
plano do debate político, particularmente na América do Norte e
na Europa Ocidental. Os líderes políticos e militares que se
opõem à guerra devem tomar uma atitude firme, a partir de dentro
das suas respectivas instituições. Os cidadãos,
individual e colectivamente, devem tomar uma posição contra a
guerra.
Michel Chossudovsky, Global Research, 01/Outubro/2006
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Marcha para a guerra:
Concentração naval no Golfo Pérsico e no
Mediterrâneo Oriental (1)
A probabilidade de outra guerra no Médio Oriente é elevada.
Só o tempo dirá se os horrores de uma nova guerra deverão
concretizar-se. Mesmo assim, a feição de uma guerra está
ainda por decidir em termos de futuro.
Se a guerra será ou não travada contra o Irão e a
Síria, pois ainda há a inegável concentração
e desenvolvimento de medidas que confirmam um processo de posicionamento
militar e de preparação para a guerra.
O fórum diplomático também parece estar a apontar para a
possibilidade da guerra. As decisões a serem tomadas, as
preparações a serem feitas, e as manobras militares que
estão a desdobrar-se sobre o tabuleiro de xadrez geo-estratégico
estão a projectar um prognóstico e a presente
mobilização faz prever alguma forma de conflito no Médio
Oriente
Neste contexto, as pessoas nem sempre percebem que uma guerra nunca é
planeada, executada ou mesmo prevista numa questão de semanas. As
operações militares levam meses e mesmo anos a preparar. Um
exemplo clássico é a Operação Overlord
(popularmente identificada como "Dia D"), a qual resultou na Batalha
da Normandia e na invasão da França. A Operação
Overlord teve lugar em 6 de Junho de 1944, mas os preparativos militares
levaram dezoito meses, "oficialmente", até estabelecer o palco
para a invasão da costa francesa. Foi durante uma reunião em
Casablanca, Marrocos, em Janeiro de 1943, que o presidente americano, F. D.
Roosevelt, e o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, delinearam
uma estratégia para invadir a Normadia.
[1]
O próprio "Memorando de Downing Street"
[2]
confirma que a decisão de ir à guerra com o Iraque foi tomada em
2002 pelos Estados Unidos e a Grã-Bretanha, e assim os preparativos para
a guerra com o Iraque na realidade começaram em 2002, um ano antes de a
invasão se verificar. Os preparativos para a invasão do Iraque
levaram pelo menos um ano inteiro para serem efectuados.
O período de 1991 a 2003 assistiu a contínuas
operações militares contra o Iraque por parte da aliança
anglo-americana. Este período que perdurou por mais de uma
década viu cenas de bombardeamento pesado e grandes ataques
aéreos sobre a enfraquecida república iraquiana e os seus
cidadãos. Na realidade, as condições para o trabalho no
terreno e os preparativos da invasão e ocupação final do
Iraque levaram mais de dez anos para se concretizarem. O Iraque estava
enfraquecido e a sua força fora diluída durante estes dez anos.
Mesmo antes desta década de bombardeamento anglo-americano e de
sanções das Nações Unidas, o Iraque fora apanhado
numa guerra de oito anos com o Irão durante a década de 1980. A
guerra entre o Irão e o Iraque também foi alimentada e organizada
pelos Estados Unidos para enfraquecer ambos os países. Em
retrospectiva, a manipulação de uma guerra entre o Irão e
o Iraque para enfraquecer ambos os Estados parece ser um planeamento
estratégico na preparação de futuras
operações militares contra eles. Durante este tempo
também estavam a ser feitos preparativos para conseguir os Balcãs
para futuras operações anglo-americanas. Os Balcãs
estão junto ao Médio Oriente e também são uma
extensão geográfica da região. Os preparativos foram
feitos através da expansão da NATO, da mudança de bases
militares voltadas para o leste, e da segurança de rotas de energia. O
desmantelamento da Jugoslávia também fez parte deste objectivo.
A Jugoslávia era a potência regional dos Balcãs e do
Sudeste da Europa. Isto foi feito através de estreita
coordanação entre a aliança anglo-americana e a NATO.
Agora todos os olhos estão sobre o Irão e a Síria.
Haverá uma outra guerra iniciada pelos anglo-americanos no Médio
Oriente?
Panorama da confrontação global contra o Irão
O Pentágono já redigiu planos para ataques patrocinados pelos EUA
ao Irão e à Síria.
[3]
Apesar da dissimulação pública da diplomacia dos Estados
Unidos e da Grã-Bretanha, tal como na Invasão do Iraque, o
Irão e a Síria sentem outra guerra anglo-americana no horizonte.
Ambos os países têm estado a fortalecer as suas defesa para a
eventualidade da guerra com a aliança anglo-americana.
Um conflito contra o Irão e a Síria, se se concretizar, seria
diferente dos anteriores conflitos patrocinados pelos anglo-americanos. Seria
de âmbito mais vasto, mais mortífero, e teria frentes
aéreas e navais activas.
O poder marítimo seria de maior significância do que na
Jugoslávia, Afeganistão, Iraque e Líbano. Os Estados
Unidos cobiçam uma vitória rápida. As probabilidades
disto acontecer são desconhecidas. Se tiver de haver um conflito com o
Irão, os Estados Unidos e os seus parceiros desejariam manter o Estreito
de Ormuz aberto para o fluxo internacional de petróleo. O Estreito de
Ormuz são a "linha energética vital do mundo".
Os Estados Unidos sem dúvida apontariam rapidamente para o colapso das
estruturas de comandos e militares iranianas e sírias.
Deve ser notado que as Forças Armadas Iranianas caracterizam-se pela
organização militar bem estruturada, com capacidades militares
avançadas, em comparação com a Jugoslávia,
Afeganistão, Iraque e Líbano. Além disso, o Irão
tem estado a preparar-se para um cenário de guerra com a aliança
anglo-americana durante quase uma década. Estes preparativos foram
adiantados a seguir ao ataque efectuado pela NATO-EUA à
Jugoslávia (1999).
Os tipos de unidades militares e de sistemas de armas que estão a ser
posicionados no Golfo Pérsico e no Mar Arábico pelos Estados
Unidos são considerados os mais adequados para o combate contra o
Irão, tendo também vista manter o Estreito de Ormuz aberto para
petroleiros. Isto também inclui forças que seriam capazes de
assegurar cabeças de ponte sobre a linha costeira iraniana. Estas
forças americanas consistem de unidades de aviso precoce, de
reconhecimento, elementos anfíbios, investigação
marítima e unidades de resgate, detectores de minas e unidades de
posicionamento rápido.
Grupos americanos de ataque: Navios destinados à guerra?
O
U.S.S. Enterprise
, nau capitânia da U.S. Navy, está posicionada
para o Golfo Pérsico e o Mar da Arábia. Isto inclui todos os
vasos de guerra que compõem o Carrier Strike Group 12 (CSG 12), o
Destroyer Squadron 2 (DESRON 2) e o Carrier Air Wing 1 (CWW 1). O objectivo
declarado para a instalação do U.S.S. Enterprise, um porta-voz
movido a energia nuclear, e dos outros navios da U.S. Navy, e conduzir
operações de segurança naval e missões
aéreas na região. O posicionamento não menciona o
Irão, diz ser parte da "Guerra ao Terror" conduzida pelos EUA
sob a "Operação liberdade duradoura" ("Operation
Enduring Freedom").
O nome original da Operação Liberdade Duradoura foi
"Operação Justiça Infinita", o que destaca o
âmbito e as intenções ilimitadas da Guerra ao Terror. A
"Operação Liberdade Iraquiana", que abrange a
invasão anglo-americana e a ocupação continuada do Iraque
também é um componente destas operações. Um grande
número de navios de guerra americanos estão posicionados no Golfo
Pérsico, no Golfo de Oman e no Mar da Arábia.
Apesar de ser dizer que este posicionamento está relacionado com
operações militares em andamento no Iraque e no
Afeganistão, os navios de guerra carregam consigo equipamento que
não é destinado a estes dois teatros de guerra. Detectores de
minas e caça-minas não tem absolutamente nenhuma utilidade no
Afeganistão cercado de terra e não são necessários
no Iraque, o qual tem um corredor marítimo e portos totalmente
controlados pela aliança anglo-americana.
Outros navios de guerra no Enterprise Strike Group incluem o destróier
U.S.S. McFaul, a fragata U.S.S. Nicholas, o cruzador de batalha U.S.S. Leyte
Gulf, o submarino de ataque U.S.S. Alexandria, e o "navio apoio
rápido em combate" U.S.N.S. Supply. O U.S.N.S. Supply será
um vaso utilizável em confronto com forças iranianas no Golfo
Pérsico em combate de proximidade
(close-quarter).
A velocidade será um factor importante para responder aos
potencialmente letais mísseis iranianos e a ataques de mísseis
anti-navio.
O U.S.S. Enterprise transporta consigo uma série de unidades de
infiltração, ataques aéreos e de posicionamento
rápido. Isto inclui o Marine Strike Fighter Squadron 251, o Electronic
Attack Squadron 137, e o Airborne Early Warning Squadron 123. O Squadron 123
será vital no caso de uma guerra com o Irão para detectar
mísseis iranianos e enviar avisos de perigo à frota
estadunidense. Deveria ser feita uma menção especial ao
esquadrão de helicópteros especializado em combate a submarinos
que viaja com o grupo de ataque. O "Helicopter Anti-Submarine Squadron
11" estará a bordo do U.S.S. Enterprise. O Golfo Pérsico
é conhecido por ser o lar da frota submarina iraniana, a única
frota submarina nativa na região.
O Eisenhower Strike Group, com base em Norfolk, Virgínia, também
recebeu ordens de se posicionar no Médio Oriente. O grupo de ataque
é dirigido pelo U.S.S. Eisenhower, outro navio de batalha nuclear.
Inclui um cruzador, um destróier, uma fragata de guerra, um submarino de
escolta, e navios de abastecimento da U.S. Navy. Um destes dois grupos de
ataque naval posicionar-se-á no Golfo de Oman e no Mar da Arábia
enquanto o outro gupo de ataque naval posicionar-se-á no Golfo
Pérsico, ambos afastados da costa iraniana.
Um outro grupo de assalto ou de ataque constituído por navios de guerra
americanos, o
"Expeditionary Strike Group 5"
, também
está a sair a caminho do mar. Este grupo de ataque está a sair
da Estação Naval de San Diego tendo o Golfo Pérsico, no
Médio Oriente, como seu destino final. Mais de 6000 pessoas dos U.S.
Marines e da Navy de San Diego serão posicionados no Golfo
Pérsico e no Iraque ocupado pelos anglo-americanos.
[4]
Aproximadamente 4000 marinheiros americanos e 2200 U.S. Marines da 15th
Marine Expeditionary Unit, de Camp Pendleton, constituirão o grosso da
força. Os navios de guerra e os soldados que transportam terão
confirmadamente um período de serviço obrigatório no Golfo
Pérsico e "possivelmente" no Iraque ocupado durante um
semestre. Eles também serão acompanhados por outros navios,
incluindo um vaso da Guarda Costeira. Uma equipe aérea de Marines com
38 helicópteros também está a bordo e em viagem para o
Golfo Pérsico.
O contingente Marine da força não está destinado a
posicionamento no Iraque. Deve ser notado que a 15th Marine Expeditionary Unit
é, entretanto, capaz de "posicionar-se rapidamente" a pedido
utilizando grandes barcos de desembarque armazenados a bordo do grupo de navios
de guerra de ataque. Se ordenada, esta unidade de posicionamento rápido
tem o forte potencial de ser utilizada como parte de uma força de
invasão contra o Irão a partir do Golfo Pérsico. A
unidade Marine seria o ideal para fazer parte de uma operação com
o(s) objectivo(s) de assegurar portos iranianos para criar cabeças de
ponte para uma invasão.
O Expeditionary Strike Group 5 (ESG 5) está a ser conduzido pelo navio
de assalto U.S.S. Boxer como nau capitânia. O Expeditionary Strike Group
5 (ESG 5) também é constituído pelo U.S.S. Comstock, pelo
cruzador de batalha U.S.S. Bunker Hill, pelo destróier transportador de
mísseis guiados U.S.S. Benfold, e pelo destróier transportador de
mísseis guiados U.S.S. Howard. Mais uma vez, estes vasos serão
todos eles posicionados no Golfo Pérsico, em estreita proximidade da
costa iraniana.
Vale a pena mencionar que a estrutura de comando e controle do grupo
será separada dos vasos de guerra para flexibilidade máxima.
Também antes de o grupo de ataque naval americano alcançar o
Golfo Pérsico estará a executar "exercícios e
operações anti-submarino". Os exercícios
anti-submarino terão lugar ao largo da costa do Hawai, no Oceano
Pacífico. Isto pode ser treinamento e preparação
destinada a combater a frota submarina iraniana no Golfo Pérsico e no
Mar da Arábia. A partir do Hawai, os navios de guerra também
serão acompanhados pela Guarda Costeira dos EUA com base em Seattle e
por uma fragata do Canadá, a H.M.C.S. Ottawa.
O Canadá contribui para a concentração naval americana no
Golfo Pérsico
O governo conservador do primeiro-ministro Stephen Harper está a
colaborar activamente neste esforço militar.
A política externa do Canadá tem sido constantemente militarizada
por dois governos sucessivos.
O governo do primeiro-ministro Paul Martin (Liberal) implementou a
"política das três dimensões", dos "3
Ds" ("Diplomacia, Desenvolvimento e Defesa") acrescentando um
componente militar à ajuda externa e à assistência ao
desenvolvimento do Canadá.
Os 3 Ds levaram o Canadá a desempenhar um papel mais activo nas
operações da NATO dirigidas pelos EUA no Afeganistão.
Apesar do protesto público, o Canadá tornou-se um membro integral
da aliança militar anglo-americana.
O envolvimento do Canadá não se limita ao Afeganistão,
como é sugerido nos relatos da imprensa e em declarações
oficiais.
O H.M.C.S. Ottawa foi despachado para o Golfo Pérsico, zarpando em
Setembro da Columbia Britânica. Oficialmente o H.M.C.S. Ottawa
está a ser posicionado como parte da contribuição do
Canadá para combater a "Guerra ao terrorismo". O vaso
canadiano é o primeiro navio publicamente conhecido a ser posicionado
nas águas do Médio Oriente em cerca de um ano.
[5]
Este navio do Canadá está destinado a ser integrado no
"Expeditionary Strike Group 5 (ESG 5), o qual ficará a navegar no
Golfo Pérsico e no Golfo de Oman, ao largo da costa iraniana.
Pertencente à Frota Canadiana do Pacífico, o H.M.C.S. Ottawa
será o vigésimo posicionamento naval oficial do Canadá em
apoio aos Estados Unidos e Grã-Bretanha na Guerra ao terrorismo. Cerca
de 225 pessoas estarão a bordo do navio canadiano, incluindo um
destacamento de helicópteros Sea King.
[6]
Apesar de o H.M.C.S. Ottawa estar a apoiar a guerra ao terrorismo dirigida
pelos americanos, deve também participar nos exercícios
anti-submarino ao largo da costa do Hawai.
Para que finalidade estão a ser conduzidos estes exercícios?
Quantos países no Médio Oriente ou no Golfo Pérsico
têm submarinos? O Irão é o único país no
Golfo Pérsico, que não é um aliado dos EUA, a possuir uma
frota submarina.
Guarda Costeira americana implicada nos conflito com o Irão
A Guarda Costeira americana é o quinto e o mais pequeno ramo das
Forças Armadas dos EUA. Os outros quatro ramos militares americanos
são os Fuzileiros Navais (Marines), a Armanda (Navy), a Força
Aérea e o Exército. A Guarda Costeira é a única
destas forças que é um terço militar, um terço
aplicação da lei e um terço entidade de
investigação e resgate. Em tempo de paz a Guarda Costeira fica
sob a jurisdição e mandato do Departamento de Segurança
Interna dos EUA (U.S. Department of Homeland Security), mas a pedido do
Departamento da Defesa a Guarda Costeira pode operar em missões
militares no mar. Em tempo de guerra, quando a necessidade for urgente, a
Guarda Costeira cai sob a jurisdição directa do Pentágono
como força militar.
A Guarda Costeira americana começa a ser mais utilizada e posicionada
com a U.S. Navy. Guardas costeiros estão a ser preparados para
operações no Golfo Pérsico e no Mar da Arábia.
Embora isto não seja um acontecimento inabitual em si mesmo, pode ter um
relacionamento significativo com outros eventos e movimentos militares que
estão a desdobrar-se. A Guarda Costeira será de grande valia no
caso de um conflito com o Irão. Ela pode "entrar em portos que
outros navios de guerra não podem".
[7]
Isto seria útil para assegurar cabeças de ponte de entrada para
uma força de invasão ao Irão. A Guarda Costeira
também está especializada em operações de
investigação e resgate, ao contrário da U.S. Navy ou dos
Marines. Isto é significativo uma vez que analistas militares
prevêem que haverá certamente vasos americanos que serão
destruídos e fortemente danificados no Golfo Pérsico pelas
Forças Armadas do Irão no caso de um conflito entre os Estados
Unidos e o Irão. A Guarda Costeira serão então crucial em
operações de resgate, além de operações
velozes, protegendo navios da U.S. Navy, e da entrada em portos ou praias em
que outros navios de guerra não são capazes.
"O que trazemos para o grupo de ataque é a capacidade de conduzir
operações de intercepção e de segurança
marítima" e "As ferramentas utilizadas para combater o crime e
salvar vidas em casa [nos Estados Unidos] são valiosas na zona de guerra
[o Golfo Pérsico], elucida Lee Alexander, o comandante do U.S.S. Midgett.
[8]
Relatos do media de ataques planeados ao Irão e à Síria
Tem havido vários relatos nos media internacionais, os quais têm
proporcionado pormenores respeitantes aos planos militares para atacar o
Irão e a Síria. Isto inclui relatos de fontes israelenses sobre
ataques dirigidos à Síria, ao Irão e ao Líbano.
Alguns destes relatos dos media citam mesmo membros do Knesset israelenses
(MKs).
[9]
Os media alemães e europeus têm publicado vários artigos
sobre o possível envolvimento da NATO e da Turquia nos planeados ataques
aéreos americanos ao Irão.
The Times
(Reino Unido) relatou em Março de 2006 que:
"Quando o major-general Axel Tüttelmann, chefe da Airborne Early
Warning and Control Force da NATO, mostrou um avião AWAC de
advertência e vigilância antecipada em Israel duas semanas
atrás, ele provocou um alvoroço de preocupações no
quartel general [da NATO] em Bruxelas. Não foi a sua
demonstração que levantou as sobrancelhas, mas o que ele disse
acerca do possível envolvimento da NATO em qualquer futuro ataque
militar [anglo-americano] contra o Irão. 'Nós seria os primeiros
a ser convocados se o conselho da NATO decidir que deveríamos
sê-lo', disse ele. A NATO preferiria que a ênfase permancesse no
"se", mas os comentários de Tüttelmann revelaram que a
aliança militar [podia] desempenhar um papel de apoio se os EUA
lançarem ataques aéreos contra objectivos nucleares iranianos
[incluindo instalações militares, sítios industriais e
infraestrutura]".
[10]
Em Dezembro de 2005 a United Press International (UPI) relatou que:
A administração Bush está a preparar seus aliados da NATO
para um possível ataque militar contra sítios suspeitos de
actividade nuclear no Irão no Ano Novo [2006], segundo relatos dos media
alemães, reforçando sugestões anteriores nos media turcos.
O diário de Berlim
Der Tagesspiegel
desta semana citou "fontes da inteligência da NATO" as quais
afirmaram que os aliados da NATO foram informados de que os Estados Unidos
estão actualmente a investigar todas as possibilidades de por o regime
liderado pelos mullah [governo iraniano] dentro da linha, incluindo
opções militares. Esta linha de "todas as
opções estão abertas" tem sido a política
declarada publicamente pelo presidente George W. Bush ao longo dos
últimos 18 meses.
Mas o respeitado semanários alemão
Der Spiegel
observa: "O que é novo aqui é que Washington parece estar
a despachar oficiais de alta patente para preparar seus aliados para um
possível ataque ao invés de simplesmente implicar a possibilidade
como fez repetidamente durante o ano passado [2005]".
A agência de notícias alemã DDP citou "fontes de
segurança ocidentais" para afirmar que o director da CIA Porter
Gross pediu ao primeiro-ministro da Turquia Recep Tayyip Erdogan para
proporcionar apoio político e logístico a ataques aéreos
contra alvos nucleares e militares iranianos. De Goss, que visitou Ancara e
encontrou-se com Erdogan em 12 de Dezembro [de 2005] também foi
mencionado que pediu a cooperação especial da inteligência
turca para ajudar e monitorar a operação.
(
)
A DDP citou fontes de segurança alemãs, as quais acrescentaram
que aos turcos fora assegurado um aviso prévio se e quando os ataques
militares se verificassem, e que também lhes fora dado "um sinal
verde" para montarem os seus próprios ataques a bases do PKK
(Partido dos Trabalhadores Curdos) no Paquistão, que o governo turco
encara como o grupo separatista responsável por ataques terroristas
dentro da Turquia.
[11]
O "sinal verde" dado pelos Estados Unidos para incursões
militares turcas com toda probabilidade também incluiria o
Curdistão, inclusive alguns pontos no Curdistão iraquiano e
áreas na Síria habitadas por curdos.
A revista
Time
e a "Preparação para a ordem de posicionamento" do
Eisenhower Strike Group
Os relatos americanos mais recentes fornecem pormenores de preparativos para ir
à guerra com o Irão e a Síria. A revista
Time
confirma que foram dadas ordens para que em Outubro de 2006 se posicionassem
no Golfo Pérsico um submarino, um navio de batalha, dois detectores de
minas e dois caça-minas. Há muito poucos lugares no mundo onde
detectores de minas seriam necessários ou utilizáveis além
do Golfo Pérsico. Também há muito poucos lugares em que
sejam exigidos exercícios anti-submarinos, além do Golfo
Pérsico.
Exercícios anti-submarinos é o que está a fazer no
Pacífico o Expeditionary Strike Group 5 (EST 5) antes de aproar para o
Golfo Pérsico, juntamente com o H.M.C.S. Ottawa do Canadá e
unidades da Guarda Costeira americana.
O artigo da revista
Time
dá a entender que a operação poderia resultar em pesadas
baixas americanas:
"A primeira mensagem era bastante rotineira: um 'Preparem-se para ordem
de posicionamento' enviada através dos canais de
comunicação navais a um submarino, um cruzador classe Aegis, dois
detectores de minas e dois caça-minas. As ordens não ordenavam
realmente que os navios saíssem do porto, diziam apenas para estarem
prontas para se moverem em 1 de Outubro [de 2006]. Um posicionamento de
detectores de minas na costa leste do Irão pareceria sugerir que uma
perspectiva muita discutida, mas até agora principalmente
teórica, tornara-se real: que os EUA podem estar a preparar-se para a
guerra com o Irão".
[12]
O premiado repórter investigador e jornalista Dave Lindorff escreveu:
O [reformado] coronel Gardiner, que ensinou estratégia militar no
National War College [dos EUA], afirma que o posicionamento de
porta-aviões [da U.S. Navy] e uma data de chegada ao Golfo
Pérsico aprazada para 21 de Outubro [2006] é "prova muito
importante" de planeamento de guerra. Ele afirma: "Sei que algumas
forças navais já receberam 'ordens preparem-se para
posicionar-se'
['prepare to deploy orders', PTDOs],
as quais estabeleceram a data de 1 de Outubro [2006] para estarem prontas a
partir. Uma vez que demoraria aproximadamente de 2 de Outubro a 21 de Outubro
por aquelas forças na região do Golfo [Pérsico], parece
estar em torno desta data" qualquer possível acção
militar contra o Irão. (Um PTDO significa que todas as
tripulações deveriam estar nas suas estações, e os
navios e aviões deveriam estar prontos para partir, numa certa data
neste caso, confirmadamente, 1 de Outubro). Gardiner observa:
"Você não pode emitir um PTDO e então permanecer
pronto por muito tempo. É uma ordem muito significativa, e não
é feita como exercício de treinamento". Este ponto
também era destacado no artigo da
Time.
(
)
"Penso que o plano seleccionado é bombardear os sítios
nucleares no Irão", afirma Gardiner. "É uma ideia
terrível, é contra a lei americana e contra o direito
internacional, mas penso que eles decidiram fazê-lo". Gardiner
afirma que enquanto tem a capacidade para atingir aqueles sítios com
seus mísseis de cruzeiro, "os iranianos têm muito mais
opções do que nós [os Estados Unidos].
(
)
Naturalmente, concorda Gardiner, movimentos recentes de navios e outros sinais
de prontidão militar podiam ser simplesmente um logro
(bluff)
concebido para mostrar dureza na negociação com o Irão
acerca do seu programa nuclear. Mas com a costa iraniana confirmadamente
armada até os dentes com mísseis anti-navio chineses Silkworm, e
possivelmente ainda mais refinadas armas russas anti-navio, contra as quais a
U.S. Navy tem poucas defesas confiáveis, parece improvável que a
Navy arriscasse activos de alto valor como porta-aviões ou cruzadores
com uma tal táctica. Nem o logro tem sido uma [táctica] da
administração Bush até à data.
[13]
O Pentágono respondeu rapidamente ao relato da revista Time dizendo que
o Chefe de Operações Navais havia simplesmente pedido à
U.S. Navy para "olhar novamente antigos planos americanos para bloquear
dois portos iranianos no Golfo [Pérsico]",14 Esta resposta em si
mesma é questionável para analistas. Por que os Estados Unidos
desejariam travar o fluxo de petróleo do Irão, um grande
país exportador, que prejudicaria os aliados dos EUA e a economia
mundial?
Forças navais iranianas e mísseis anti-navio
O poder naval iraniana está dividida em duas forças principais.
Uma é a Marinha dentro das Forças Armadas Regulares Iranianas e a
outra é o ramo naval da Guarda Revolucionária Iraniana. Ambas as
forças têm estado a actualizar-se e a melhorar o seu equipamento
ao longo de anos. O objectivo de ambas as forças navais é actuar
como um dissuasor à ameaça de invasão ou de ataque por
parte dos Estados Unidos.
O Irão tem uma frota submarina de fabricação iraniana e
russa, uma frota de aerobarcos
(hovercraft)
que foi outrora a maior do mundo, ROVs (remotely operated vehicles),
vários navios de superfície de diferentes dimensões e
operações, unidades navais aerotransportadas
(airborne)
que incluem vários esquadrões de helicópteros, detectores
de minas e um vasto arsenal de mísseis anti-navio. A frota submarina
iraniana também inclui mini-submarinos fabricados internamente no
Irão.
[15]
O Irão tem estado num processo de fortalecimento naval ao longo da
última década. Por exemplo: em conexão com os jogos de
guerra e exercicios iranianos de Agosto de 2006, os militares daquele
país apresentaram o seu mais recente "Patrol Torpedo (PT)
boats". Os botes PT são pequenos vasos navais que têm sido
usados efectivamente para atacar navios de guerra maiores. Estes tipos de
navios podiam ser uma ameaça para os grupos de ataque americano a
posicionarem-se no Golfo Pérsico e no Mar da Arábia. O
Comandante Naval Kouchaki contou à Fars New Agency (FNA) que
"Joshan [um novo bote PT iraniano] desfruta da mais recente tecnologia
mundial, especialmente quanto aos seus sistemas militares, eléctricos e
electrónicos, estrutura e chassis, e tem as capacidades exigidas para
lançar mísseis poderosos". "Semelhante ao primeiro
bote PT 'Peykan', o 'Joshan' também tem uma velocidade de mais de 45
nós [83,34 km/h] o que o torna ainda mais rápido do que a mesma
geração de botes PT fabricada por outros países. O vaso
é capaz de utilizar vários mísseis e foguetes com um
alcance superior a 100 km, tem alta manobrabilidade o que o ajuda a escapar de
torpedos, e desfruta do mais avançado projéctil marítimo
do mundo, chamado 'Fair' ". O projéctil, com 76 mm de calibre, que
só o Irão, os Estados Unidos e a Itália podem fabricar, do
novo bote PT iraniano também desfruta de uma vasta variedade de
capacidades militares e pode atingir alvos marítimos e aéreos
até a 19 km de distância.
[16]
O Irão também testou uma série de mísseis
anti-navio "submarino para a superfície" durante os seus jogos
de guerra de Agosto de 2006.
[17]
Estes últimos parecem ter levantado alguma preocupação
pelo facto de que o Irão poderia interromper o fluxo de petróleo
através do Golfo Pérsico no caso de um assalto anglo-americano.
[18]
Nos seus jogos de guerra de Abril de 2006, o Irão testou um
míssil anti-navio, confirmado como "o mais rápido do
mundo", com uma velocidade máxima de aproximadamente 362
quilómetros por hora. O míssil anti-navio é destinado a
destruir grandes submarinos e diz-se ser "demasiado rápido para que
a maior parte dos vasos possa escapar" mesmo que ele seja detectado pelos
seus radares.
[19]
Sistemas de aviso antecipado serão essenciais para os EUA ao combater
os militares iranianos.
Se nuvens de tempestade devessem pairar acima do Golfo Pérsico, os
Estados Unidos terão de manter o Estreito de Ormuz aberto, o
tráfego internacional de petróleo em movimento, e simultaneamente
enfrentar uma grande barragem de mísseis iranianos de terra, ar e mar.
Isto inclui mortíferos mísseis anti-navio que os iranianos
desenvolveram com a ajuda da Rússia e da China.
Tem havido advertências de analistas de que o Golfo Pérsico
poderia ser encerrado e transformado numa galeria de tiro pelas Forças
Armadas Iranianas. O armamento iraniano também é relatado como
sendo invisível ao radar e pode viajar a altas velocidades. Dentre os
nomes mencionados em relação aos mísseis anti-navio
iranianos estão os russos e chineses "Silkworms" e
"Sunburns" modificados, os quais são baseados em modelos
soviéticos anteriores.
O arsenal iraniano inclui mísseis anti-navio como o C-802 e o Kowar. Os
mísseis anti-navio C-802 tem origem na China. Os mísseis Kowsar
são basicamente mísseis anti-navio baseados em terra
(mísseis terra-mar) os quais podem esquivar-se a sistema de
interferência electrónicos.
[20]
Nesta etapa, é impossível dizer como a U.S. Navy e a Guarda
Costeira americana se desempenharão contra os mísseis anti-navio
iranianos no contexto de uma "situação de combate real".
A Navy e os movimentos de tropas no Mediterrâneo Oriental
Também há um considerável movimento militar e
concentração de forças aliados no Mediterrâneo
Oriental, formalmente sob o disfarce de uma operação de
manutenção da paz de acordo com a Resolução 1701 do
Conselho de Segurança da ONU.
A Itália reposicionou no Líbano tropas italianas do Iraque,
incluindo unidades de comando e unidades blindadas de reconhecimento. Duas
unidades de fuzileiros navais, uma pertencente ao Exército e outra
à Marinha italianas, foram enviadas para o Líbano. Ambas
são unidades veteranas com passagens de serviços separadas no
Iraque ocupado pelos anglo-americanos. O Exército Italiano enviou o
"Lagunan" do "Regimento Serenissima" da unidade de
infantaria de fuzileiros navais com base em Veneza, ao passo que a Marinha
italiana enviou o "Regimento San Marco".
Unidades e tropas espanholas foram posicionadas próximo a Tyre e
à fronteira israelense no Sul do Líbano. A Espanha, com dois
navios de guerra ao largo da costa do Líbano, terá a terceira
maior força da UE, após a Itália e a França.
[21]
Grandes contingentes de tropas espanholas estão, além disso,
baseado longe da costa mediterrânica, em torno de Jdeidet-Marjayoun
(Marjayoun), próximo à fronteira síria e tanto nas Quintas
de Sheba como nas Alturas do Golan ocupados por Israel.
Navios de guerra alemães também se juntarão aos vasos dos
outros membros da NATO no patrulhamento das costas do Mediterrâneo
Oriental. Os alemães finalmente assumirão o comando das
forças navais da Itália. O governo alemão lançou
fragatas de batalha e botes de patrulha rápidos no Líbano
pós-sitio.
[22]
"A missão naval, o primeiro posicionamento alemão no
Médio Oriente desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foi apoiado por 442
legisladores, com 152 votos contra e cinco abstenções.
Até 2400 tropas navais alemãs serão agora posicionadas na
região, com base num mandato de um ano que expira em 31 de Agosto de
2007. A missão eleva o número de soldados alemães a
servirem além mar acima dos 10 mil pela primeira vez na história
desde o pós-guerra [pós-Segunda Guerra Mundial]".
[23]
O governo de coligação da Dinamarca, formado pelo Partido
Conservador do Povo e pelo Partido Liberal, tem sido um firme apoiante dos
objectivos militares anglo-americanos. O governo dinamarquês liderado
pelo primeiro-ministro Anders Fogh Ramussen enviou tropas dinamarquesas tanto
para o Iraque ocupado como para as guarnições da NATO no
Afeganistão. Três navios de guerra dinamarqueses zarparam para o
Mediterrâneo Oriental para juntar-se à armada de navios de guerra
da NATO que se reúne ao largo das costas libanesas e sírias. A
Peter Tordenskiold, uma corveta naval, e dois cruzadores com mísseis
dinamarqueses, o Raven e o Hawk, têm estado em prontidão para
operações militares no Mediterrâneo Oriental desde o fim do
sítio ao Líbano patrocinado pelos anglo-americanos. O
apêndice naval dinamarquês tem estado à espera em
Wilhelmshaven, uma base naval alemã, por uma "ordem de
avançar" por aproximadamente duas semanas no princípio de
Setembro de 2006.
[24]
O governo dinamarquês também está a falar no envio de
mais tropas para o Afeganistão, as quais juntar-se-iam às 2000
tropas a serem despachadas pela Roménia e Polónia no
princípio de Outubro de 2006.
[25]
No Líbano, a França está envolvida em
operações militares sobre o terreno, enquanto navios italianos e
alemães encabeçam a missão naval do Mediterrâneo
Oriental. Cerca de 2000 tropas francesas estão destinadas a serem
posicionadas no Líbano. Tanques franceses e unidades blindadas ajudaram
a formar "o mais poderoso grupo armado já posicionado por uma
força de manutenção da paz das Nações
Unidas" na história.
[26]
Navios gregos também fazem parte da armada naval no Mediterrâneo
Oriental. Dez navios de guerra gregos, os quais incluem unidades de mergulho e
helicópteros da marinha, acrescentaram seu poder à força
naval da NATO ao largo do Líbano com ordens para "utilizar a
força se necessário". O compromisso naval grego está
a decorrer com um custo para o governo grego de aproximadamente 150 mil euros
por semana de operação. Os navios de guerra gregos
atracarão no porto sulista de Larnaca, no lado sul da ilha de Chipre e
em frente ao Líbano. Isto até que as instalações
navais na capital libanesa, Beirute, estejam consideradas prontas e seguras
pelos comandantes da armada naval.
[27]
A Holanda está a posicionar navios de guerra em revezamento, com 150
marinheiros holandeses. Os navios de guerra holandeses compreenderão
uma fragata e um navio de abastecimento que proporciona apoio logístico
à frota naval reunida no Mediterrâneo Oriental. O posicionamento
holandês começaria em algum momento de Outubro de 2006 e
continuará a sulcar o Mediterrâneo Oriental até Agosto de
2007. O ministro holandês da Defesa disse também que o
compromisso do seu país podia ser estendido por um período extra
de 12 meses.
[28]
A Bélgica também despachou 400 tropas para o Sul do
Líbano. O ministro belga da Defesa foi um dos vários
responsáveis pela defesa que visitou o Líbano para efectuar
preparativos para operações militares ali.
[29]
Outros oficiais de defesa, em ligação com o Líbano,
foram despachados pela Itália e pela França.
As tropas turcas ainda não se posicionaram no Líbano e enfrentam
forte oposição interna. A Turquia, um aliado de Israel e membro
da NATO, está para enviar tropas para o Líbano no fim de Outubro
de 2006.
[30]
Isto está a acontecer apesar do clamor público de massa e da
oposição na Turquia ao posicionamento de soldados turcos no
Líbano.
Um antigo representante civil da Turquia junto à NATO no
Afeganistão, Hikmet Cetin, numa entrevista televisada tentou
tranquilizar a opinião pública turca, enfatizando que as tropas
turcas estariam a ir para o Afeganistão ao invés de irem para o
Líbano:
"...o número de soldados turcos [no Afeganistão] mais do que
duplicou, de 300 para 700, ao longo do último mês [Setembro de
2006]. Ancara pode aumentar o número de soldados no período
vindouro para a segurança de Cabul [Afeganistão], mas não
enviará soldados para confrontos [no Sul do Líbano]".
[31]
A Bulgária, outro membro da NATO com tropas no Afeganistão e
(até 2005/2006) no Iraque, estará a enviar forças navais e
terrestres para o Líbano.
[32]
Por sua vez, a Grã-Bretanha estará a despachar um pequeno
contingente de tropas para o Sul do Líbano.
[33]
Os Emirados Árabes Unidos (UAE), um reino árabe, foi dado um
mandato para limpar as minas terrestres israelenses e armadilhas explosivas
(booby-traps) deixadas ao sul do Rio Litani,
[34]
uma importante fonte de água no Levante em que Israel sempre fixou os
seus olhos. Os UAE contrataram as suas operações de desminagem
no Sul do Líbano com uma firma britânica de segurança. A
firma britânica, "ArmorGroup International", recebeu US$ 5,6
milhões (2,9 milhões de libras esterlinas) pelo contrato para um
ano de trabalho no Sul do Líbano.
[35]
O ArmorGroup também tem estado a proporcionar segurança aos
militares dos Estados Unidos no Iraque, no Golfo Pérsico e no
Afeganistão, incluindo protecção de
instalações da U.S. Navy no Bahrain. A firma britânica de
segurança também tem fornecido segurança a
consórcios de petróleo e gás na Arábia Saudita,
Jordânia, Kuwait, Nigéria e na antiga União
Soviética, incluindo o Casaquistão e a República do
Azerbaijão.
[36]
Tal como no Afeganistão e no Iraque ocupado pelos anglo-americanos, as
firmas privadas de segurança começam a mover-se também no
Líbano, juntamente com a NATO.
A NATO tem-se movimentado "não oficialmente" para preencher o
vácuo deixado pela guerra no Líbano, tal como o fez
"oficialmente" no caso do Afeganistão. A NATO assinou um
acordo de cooperação militar com Israel em 2005. Estas tropas da
NATO poderiam tornar-se uma força de ocupação, como no
caso do Afeganistão.
[37]
As forças terrestres israelenses não se retiraram plenamente do
Sul do Líbano de acordo com a resolução do Conselho de
Segurança da ONU e o cessar fogo.
Enquanto isso, os vasos israelenses transferiram a responsabilidade pela
aplicação do embargo naval ilegal no Líbano para os navios
de guerra da NATO.
Este embargo naval recorda as ilegais "Zonas de não voo"
("No-fly Zones")
estabelecidas sobre o Iraque pela Nações Unidas,
Grã-Bretanha e França, as quais contribuíram para o
enfraquecimento do Iraque nos anos anteriores às invasão
anglo-americana de 2003.
A questão crucial é se este embargo naval e
militarização do Mediterrâneo Oriental é parte dos
preparativos para futura(s) operação(ões) militar(es)
dirigidas contra a Síria. O embargo ilegal tem a
aprovação da ONU. É mantido como parte da
"monitoração" da costa libanesa para fiscalizar a
entrada de fornecimentos militares e armas ao Líbano.
A Rússia e a China enviam tropas para o Líbano, um movimento
estratégico simétrico
A Federação Russa e a República Popular da China
também posicionaram tropas no Líbano. Será isto para a
"manutenção da paz" ou haverá outros objectivos
de natureza estratégica?
Um batalhão de sapadores russos (militares de campo/engenheiros de
combate) também está a ser aerotransportado para o Líbano
pela Força Aérea Russa.
[38]
O ministro russo da Defesa disse que os sapadores russos e o seu
batalhão começarão a trabalhar no Líbano no
princípio de Outubro de 2006. Tudo o que é formalmente
necessário é "um acordo sobre o status do batalhão de
engenheiros de combate com o governo libanês".
[39]
As tropas russas serão posicionadas próximo à cidade de
Sidon (Saida) no Sul do Líbano, junto à costa do
Mediterrâneo. Enquanto as tropas russas estão a acabar de entrar
no Líbano, há também uma presença naval russa no
litoral sírio.
[40]
(Ver
Russian Base in Syria, a Symmetrical Strategic Move, July, 2006)
Ao contrário dos seus aliados russos, as tropas chinesas estavam
presentes no Líbano antes dos ataques israelenses patrocinados pelos
anglo-americanos. A presença chinesa no Líbano estava sob a
autoridade de uma pequena força de manutenção da paz das
Nações Unidas. Cerca de 200 engenheiros militares chineses
já trabalham para a ONU no Sul do Líbano a limpar minas e
munições não explodidas. A pequena força da ONU
viu a morte de um dos seus membros chinês às mãos dos
ataques israelenses durante o assalto ao Líbano patrocinado pelos
anglo-americanos. Aproximadamente outros 1000 soldados serão
acrescentadas à presença militar chinesa no Líbano.
[41]
As forças chinesas e russas também estarão na estreita
proximidade do Porto de Ceyhan e da rota de energia a ser aberta no
Mediterrâneo Oriental. Isto é uma acção
simétrica se se considerar a presença militar dos EUA e o apoio
de Formosa como um meio de controlar a rota estratégica do
petróleo do Médio Oriente para a China e o Japão.
[42]
A Rússia e a China são os dois maiores membros da
Organização de Cooperação de Shanhai (Shanghai
Cooperation Organization, SCO). Eles são membros permanentes dos
Conselho de Segurança da ONU, que se opõe decisivamente às
iniciativas anglo-americanas no Médio Oriente, na Península
Coreana e no Sudão.
Adicionalmente, a Rússia e a China, juntamente com o Irão,
estão a desafiar os interesses petrolíferos anglo-americanos na
Ásia Central e na Bacia do Mar Cáspio.
Israel é uma extensão da aliança anglo-americana e
também da NATO através de um pacto militar com a Turquia e do
"NATO-Mediterranean Dialogue", incluindo a Istanbul Cooperation
Initiative de 29 de Junho de 2004.
[43]
Com a concentração e preparação de tropas dos
estados membros da NATO, a Rússia e a China podiam estar a enviar tropas
para o Líbano num deliberado movimento simétrico a fim de
estabelecer um equilíbrio militar no importante balanceamento de
forças no Levante e no Mediterrâneo Oriental.
A guerra ao Líbano e a batalha pelo petróleo: O terminal
petrolífero Baku-Tbilisi-Cehyan
Há uma inegável competição internacional por
recursos energéticos no mundo. O Baku-Tbilisi-Cehyan (BTC) Oil Terminal
(também chamado Caspian-Mediterranean Oil Terminal) tem uma saída
na costa turca do Mediterrâneo Oriental, muito próxima da
Síria e do Líbano. A abertura deste oleoduto é uma
importante vitória geo-estratégica. Trata-se de uma
vitória geo-estratégica para a aliança anglo-americana,
para Israel, para as grandes companhias petrolíferas e para os seus
parceiros, mas por outro lado é uma regressão para a
Rússia, a China e o Irão. Parece que a soberania do
Líbano foi colocada em novos perigos com a abertura daquele
estratégico terminal petrolífero.
A ocupação do Afeganistão (2001) e do Iraque (2003) foi
seguida pela militarização do Mediterrâneo Oriental.
[44]
O assalto israelense de Julho de 2006 ao Líbano está
intimamente relacionado com a abertura do Terminal Petrolífero
Baku-Tbilisi-Cehyan (BTC), a movimentação de vasos navais no
Golfo Pérsico - Mar da Arábia, e uma guerra prevista contra o
Irão e a Síria.
A Síria também está a dar passo para fortalecer o seu
poder militar. A Rússia está a ajudar a Síria a instalar
e elevar a capacidade dos seus sistemas de defesa aérea. Os militares
sírios além disso fizeram numerosas encomendas de aviões
de guerra e mísseis fabricados pelos russos e iranianos. A
Bielorússia e a China também estão a ajudar os militares
sírios.
O Professor Michel Chossudovsky deu pormenores acerca da guerra israelense ao
Líbano, da militarização do Mediterrâneo Oriental e
da rivalidade internacional por recursos energéticos:
Haverá um relacionamento entre o bombardeamento do Líbano e a
inauguração do mais estratégico oleoduto do mundo, que
transportará mais de um milhão de barris de petróleo por
dia para mercados ocidentais?
Virtualmente desapercebida, a inauguração do oleoduto
Ceyhan-Tbilisi-Baku (BTC), que liga o Mar Cáspio ao Mediterrâneo
Oriental, têve lugar em 13 de Julho de 2006, mesmo na véspera dos
bombardeamentos israelenses do Líbano.
(
)
O bombardeamento do Líbano é parte de um roteiro militar
cuidadosamente planeado e coordenado. A extensão da guerra à
Síria e ao Irão já foi contemplada pelos planeadores
militares dos EUA e de Israel. Esta vasta agenda militar está
intimamente relacionada com petróleo e oleodutos estratégicos.
É apoiada pelos gigantes petrolíferos do ocidente, os quais
controlam os corredores de oleodutos. No contexto da guerra ao Líbano,
eles procuram o controle territorial israelense sobre a linha da costa do
Mediterrâneo Oriental.
(The War on Lebanon and the Battle for Oil, July 26, 2006)
A Síria e o Líbano devem ser subjugados se os Estados Unidos e os
seus parceiros quiserem assegurar a linha costeira do Mediterrâneo
Oriental para expandir o terminal desde Ceyhan, Turquia, a Israel, impedindo a
Rússia e a China de assegurarem recursos energéticos
internacionais e, finalmente, criando um monopólio sobre os recursos
energéticos mundiais.
O Mediterrâneo Oriental, uma "segunda frente" guardada pela
NATO?
Tem havido uma significativa concentração de força
militar, incluindo poder naval, no Líbano e nas águas do
Mediterrâneo Oriental. Esta força é composta por tropas e
vasos navais de vários países da NATO incluindo a Itália,
Espanha, França, Turquia, Alemanha e Holanda.
A "Operação esforço activo" ("Operation
Active Endeavor") da NATO, implementada na sequência do 11/Set
está plenamente integrada na "Guerra ao terrorismo"
patrocinada pelos EUA. A operação é superintendida pelo
Comandante da "NATO Allied Naval Forces, Southern Europe", com base
em Nápoles.
Neste contexto, uma força tarefa naval de navios da NATO tem estado a
monitorar o Mediterrâneo Oriental desde o fim de 2001, anos antes dos
assalto aéreo israelense ao Líbano (2006). Esta força
tarefa de navios da NATO foi "treinada e preparada para uma
operação prolongada no Mediterrâneo Oriental desde
2001".
[45]
De acordo com uma fonte israelense, a presença militar da NATO no
Mediterrâneo Oriental faz parte dos planos de guerra relativos à
Síria e ao Irão:
"Esta expectativa [de uma guerra lançada contra o Irão e a
Síria] reuniu a maior armada de mar e ar que a Europa [NATO] já
alguma vez montou em qualquer ponto da terra desde a Segunda Guerra Mundial:
dois porta-aviões com 75 caças-bombardeiros, aviões
espiões e helicópteros sobre os seus conveses; 15 navios de
guerra de vários tipos 7 franceses, 5 italianos, 2-3 gregos, 3-5
alemães e 5 americanos, milhares de fuzileiros navais franceses,
italianos e alemães, bem como 1800 Marines americanos. É
improvavelmente facturado como apoio a uns meros [espera-se] 7000 soldados
europeus que estão colocados no Líbano para impedir que a
reduzida força israelense de 4-5000 soldados e alguns 15-16000
milicianos do Hezbollah chegue a brigar, bem como para biscates
humanitários. (...) Assim, se não é para o Líbano,
por que é que este magnífico conjunto de poder naval está
ali? Primeiro, segundo nossas fontes militares [em Israel], os participantes
europeus sentem a necessidade de uma forte presença naval no
Mediterrâneo Oriental para impedir que uma possível guerra
iraniano-americana-israelense faça disparar um ataque de mísseis
Shahab iranianos com longo raio de acção sobre a Europa [bases
americanas-NATO utilizadas contra o Irão], segundo, como um dissuasor
para fazer com que a Síria e o Hezbollah desistam de abrir uma segunda
frente contra os EUA e Israel a partir das suas costas no Mediterrâneo
Oriental".
[46]
No caso de uma guerra com a Síria e o Irão, as forças da
NATO no Mediterrâneo Oriental não teriam dúvidas em
desempenhar um papel decisivo. O Mediterrâneo Oriental tornar-se-ia uma
das várias frentes, as quais poderiam incluir o Iraque, a Turquia, o
Paquistão, o Afeganistão e o Golfo Pérsico.
FIM DA PRIMEIRA PARTE.
Notas
1 Trevor Nevitt Dupuy (Col.); The Military History of World War II, The Air War
in the West: June 1941-April 1945 (Vol.7 ), Air Power and the Normandy
Invasion, pages 36-4, New York City, Franklin Watts Inc., 1963
2 Copy of the "Downing Street Memo (DSM)" published by The Times
(U.K.) in May, 2005
http://www.timesonline.co.uk/article/0,,2087-1593607,00.html
3 Philip Sherwell , US prepares for military blitz against Iran's nuclear
sites, Telegraph (U.K.), February 12, 2006
4 Fuentes, Gidget; ESG 5 charts a new course: Command element to leave flagship
for a more flexible role, Navy Times, September 12, 2006
http://www.navytimes.com/story.php?f=1-292925-2100299.php
5 Robert Shaw, Island New Democrats back party on Afghanistan pullout: Canada
following U.S. too closely, says Afghan politician, Times Colonist, September
10, 2006
Atkinson, Melissa; HMCS Ottawa leaves for Gulf, Lookout September 11, 2006
http://www.lookoutnewspaper.com/archive/20060911/index.shtml
Note: "Lookout" is a paper serving CFB (Canadian Forces Base)
Esquimalt where the Canadian Pacific fleet, including the H.M.C.S. Ottawa, is
based.
6 National Defence: HMCS Ottawa to Depart for Arabian Gulf Region, CCNMattews,
September 1, 2006
Note: Arabian Gulf is an alternative term used in reference to Persian Gulf,
but is originally the name of the Red Sea.
7 Mike Barber, Midgett Crew ready to ship out: Cutter to leave for Persian Gulf
today, Settle Post-Intelligencer, September 16, 2006
http://seattlepi.nwsource.com/local/285388_midgett16.html
8 Ibid
9 Roee Nahmias, MK Bishara warns Syria of Israeli attack, Yedioth (Ynet) News,
September 9, 2006
http://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3301614,00.html
Note: MK means Member of Knesset (Member of Israeli Parliament)
10 Sarah Baxter and Uzi Mahnaimi; NATO may help US strikes on Iran, Sunday
Times (U.K.), March 5, 2006
http://www.timesonline.co.uk/article/0,,2089-2070420,00.html
11 Martin Walker, German media: U.S. prepares Iran strike, United Press
International, December 31, 2005
Also featured by the Centre for Research on Globalization (CRG)
.globalresearch.ca/index.php?context=viewArticle&code=WAL20051231&articleId=1693
12 What war with Iran would look like (summary of Time magazine article), Cable
News Network (CNN), September 17, 2006
http://www.cnn.com/2006/WORLD/meast/09/17/coverstory.tm.iran.tm/
13 David Lindorff, War Signals? What is the White House Planning in Relations
to Iran?, The Nation (U.S.A.), September 28, 2006
.globalresearch.ca/index.php?context=viewArticle&code=LIN20060928&articleId=3355
14 Xuequan, Hu; Pentagon denies report on planning war against Iran, Xinhua
News Agency, September 20, 2006
http://news.xinhuanet.com/english/2006-09/20/content_5117326.htm
15 Iran launches its first submarine, British Broadcasting Corporation (BBC),
August 29, 2000
http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/901492.stm
16 Iran-Made PT Boat Launches Mission, Fars News Agency, September 20, 2006
http://www.farsnews.com/English/newstext.php?nn=8506290496
17 Mahdi Darius Nazemroaya, Iranian War Games: Exercises, Tests, and Drills or
Preparation and Mobilization for War?, Centre for Research on Globalization
(CRG), August 21, 2006
.globalresearch.ca/index.php?context=viewArticle&code=DAR20060821&articleId=3027
18 Ali Akbar Dareini; Iran Tests Submarine-to-Surface Missile, Associated
Press, August 27, 2006
19 Robert Tait, Iran fires nuclear missile into nuclear debate, Guardian
Unlimited, April 6, 2006
http://environment.guardian.co.uk/energy/story/0,,1847796,00.html
20 IRGC test-fires super-modern flying boat, Mehr News Agency, April 4, 2006
http://www.mehrnews.com/en/NewsDetail.aspx?NewsID=307756
21 Spanish soldiers land in south Lebanon for expanded UN peacekeeping mission,
People's Daily, September 16, 2006
http://english.people.com.cn/200609/16/eng20060916_303439.html
22 Germany to send up to 2,400 troops to Lebanon, Expatica, September 13, 2006
http://www.expatica.com/actual/article.asp?subchannel_id=52&story_id=33037
23 Claudia Rach, German Parliament Approves UN Naval Force for Lebanon
(Update2), Bloomberg L.P., September 20, 2006
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601100&sid=apOI7Q4ELYPc&refer=germany
24 Danish naval ships ready to sail as part of Lebanon force, People's Daily,
September 22, 2006
http://english.people.com.cn/200609/22/eng20060922_305180.html
25 AndrewGray, NATO says more needed for Afghan force, Reuters, September 22,
2006
www.int.iol.co.za/index.php?set_id=1&click_id=126&art_id=iol1158905447420A125
26 Keaten, James; French tanks bolster UN force in Lebanon: Powerful armor said
to be "deterrent," Associated Press, September 13, 2006, Published in
the Toronto Star, Canada
27 Greece begins its peacekeeping drive in Lebanon: Frigate has orders to fire
if need be, Kathimerini, September 9, 2006
http://www.ekathimerini.com/4dcgi/_w_articles_politics_100004_09/09/2006_74016
28 Netherlands to send ship to UN naval mission in Lebanon, People's Daily,
September 23, 2006
http://english.people.com.cn/200609/23/eng20060923_305660.html
29 Belgian defense minister visiting Lebanon, IRNA, September 24, 2006
http://www.irna.ir/en/news/view/menu-235/0609245521151745.htm
30 Turkey to send troops to UNIFIL next month, People's Daily, September 19,
2006
http://english.people.com.cn/200609/19/eng20060919_303927.html
31 Cetin: Neither NATO nor another force can send Turkish troops to the area of
clashes, Dünya, September 11, 2006
http://www.dunyagazetesi.com.tr/news_display.asp?upsale_id=277990
32 UN accepts Bulgaria's Lebanon Peacekeeping participation on One Condition,
Sofia Echo, September 4, 2006
Details on Bulgaria's participation in UN Lebanon Peacekeeping Mission to
Become Known in Ten Days, Focus News Agency, August 28, 2006
http://www.focus-fen.net/index.php?id=n94842
33 Bruce, Ian; Scottish officers set to support Lebanon peace force, The Herald
(U.K.), September 26, 2006
http://www.theherald.co.uk/news/70756.html
34 UAE, Lebanese Army ink pact to de-mine South, The Daily Star (Lebanon),
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44 Operation Active Endeavor, Global Security.org
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45 Ibid
46 "Lebanese Security" Is the Pretext for the Naval Babel around
Lebanon's Shores, DEBKAfile, September 4, 2006
http://www.debka.com/article.php?aid=1208
[*]
Editor colaborador de Global Research.
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