A miséria do agronegócio brasileiro
O que os ideólogos da burguesia agrária brasileira estavam mesmo
dizendo em nosso último boletim? Dentre outras bobagens, uma
fortíssima e solene afirmação: "Embora as lavouras
ocupem uma pequena porcentagem do território brasileiro, o País
é uma potência agrícola e um dos líderes no
comércio global de vários produtos".
Nosso trabalho é verificar o que eles querem esconder com esse tipo de
propaganda. Um bom começo é observar alguns números que
medem o ranking mundial dos produtores de cereais. A fonte destes dados da
produção é o mais recente
relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
sobre a produção agrícola mundial, janeiro 2018. É
a mais completa e segura fonte de estatística agrária
internacional existente.
OS DEZ MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS DE GRÃOS
|
I. PRODUÇÃO
(milhões t)
|
II. PARTICIPAÇÃO NO TOTAL MUNDIAL
(%)
|
III. PRODUÇÃO PER CAPITA
(t/habitante)
|
IV. SUPERFÍCIE DO PAÍS
(x1000 km2)
|
Mundo
|
2.606,0
|
100,00
|
0,342
|
|
China
|
501,0
|
19,92
|
0,360
|
9.600
|
EUA
|
472,0
|
18,11
|
1,417
|
9.400
|
U. Europeia
|
298,0
|
11,40
|
0,585
|
4.324
|
Índia
|
241,0
|
9,24
|
0,188
|
3.287
|
Rússia
|
127,0
|
4,80
|
0,869
|
17.098
|
Brasil
|
116,0
|
4,45
|
0,557
|
8.514
|
Argentina
|
69,0
|
2,64
|
1,604
|
2.792
|
Ucrânia
|
66,0
|
2,50
|
1,534
|
576
|
Canadá
|
57,0
|
2,18
|
1,727
|
9.984
|
Austrália
|
51,0
|
1,95
|
2,125
|
7.692
|
G-10
|
1.997,0
|
76,60
|
0,502
|
73.267
|
Importante observação técnica: a norma do USDA (sigla em
inglês para Departamento de Agricultura dos EUA) e demais
congêneres internacionais, assim como no mercado agrícola
internacional quotidiano, bolsas de mercadorias, etc, é considerar como
grãos (ou cereais) apenas os três alimentos de base do mundo:
trigo, milho e arroz. Não existe nenhum outro alimento de base no
mercado mundial além destes três cereais.
Essa classificação tem fundamentos teóricos e
práticos. Não se trata da natureza do valor de uso (utilidade)
destes três alimentos agrícolas. Trata-se do fato deles serem os
mais produzidos, mais transacionados, mais consumidos (direta ou indiretamente)
e ocuparem a maior área plantada no globo terrestre.
Trata-se, finalmente, de um problema de valor e de preços, além
da renda fundiária (absoluta e relativa). Seus preços de atacado
nacionais são, portanto, regulados pela estrutura
(composição orgânica da terra-capital) dos seus ramos
produtores em dimensão global.
São, portanto, esses três produtos que são considerados no
relatório do USDA e na tabela acima. Veremos mais abaixo (nas
"anotações à margem do tema") outras
considerações acerca de outros gêneros agrícolas que
não entram na categoria de grãos ou cereais propriamente ditos,
como as oleaginosas soja, amendoim, feijão, etc.
Primeira observação substancial sobre os números da tabela
acima: a produção mundial dos três principais alimentos de
base no mundo 2.606 milhões de toneladas métricas anuais
é largamente insuficiente para se eliminar ou mesmo diminuir a
fome da população mundial.
Como descrito em
recente boletim da Crítica
para alimentar em quantidade e qualidade a população
mundial aproximadamente 7,5 mil milhões de pessoas, em 2016
seria necessária a produção anual de aproximadamente 13
mil milhões de toneladas dos três alimentos de base listados na
tabela acima, cinco vezes mais do que foi produzido na safra 2016/2017.
Nesta já insuficiente oferta mundial o Brasil se destaca negativamente:
é um dos países onde se produz menos alimentos de base no mundo
apenas 4,45% do total mundial.
Mesmo que a superfície do país (8,514 milhões de km²)
seja aproximadamente a mesma de EUA e China, aqui se produz pouco mais de um
quinto do que se produz em cada um destes outros dois países lideres da
produção mundial.
Enquanto no Brasil se produz míseros 116 milhões de toneladas
anuais de grãos, na China se produz 501 milhões e nos EUA 472
milhões. As áreas ocupadas nestes dois países com essas
estratégicas culturas, como vimos no boletim anterior, são muitas
vezes superiores à ocupada no Brasil.
EUA e China são "gastadores de terras". O agronegócio
brasileiro, nas palavras dos seus próprios ideólogos, é um
virtuoso "poupador de terras".
O fato é que essa mísera produção e
participação do Brasil no total mundial de grãos já
é um primeiro de forte desmentido daquele ufaníssimo "grande
potência agrícola mundial" da propaganda.
Logo nos primeiros minutos de jogo já se revela em números
redondos a realidade daquela fantasiosa virtude da burguesia agraria brasileira
de grande "poupadora de terras".
Infortúnios das virtudes? Em nome de uma fantasiosa bondade de preservar
as florestas, os rios e a natureza em geral, a burguesia agrária
brasileira produz uma miserável quantidade de alimentos para alimentar
sua população. Alguma coisa está errada nesta estranha
equação.
Continuemos nossa investigação dos fatos. A realidade
agrícola brasileira se revela ainda mais impiedosa quando se mede a
produção per capita, quer dizer, a produção de
alimento de cada país por habitante (Coluna III da tabela).
Por que essa medida é importante? Porque é o primeiro indicador
disponível da produtividade da agricultura de grãos em cada
país. E o que ele nos revela? Que no Brasil a produção de
grãos por habitante é uma das mais miseráveis do mundo.
Isso já está prenunciando uma goleada.
Dentre os dez maiores produtores de grãos registrado na tabela acima,
só a China e a Índia, os dois países mais populosos do
mundo, apresentam uma produção por habitante inferior à do
Brasil.
Essa criminosa base fundiária capitalista nas economias dominadas do
sistema imperialista mundial é o fator mais determinante da imensa
miséria e fome das populações destes proeminentes
integrantes dos BRICS, sigla para os cinco grandes "emergentes" do
mundo Brasil, Rússia, Índia, China e South África.
Baixa produtividade na produção do alimento de base é um
dos fatores econômicos mais importantes para a predominância da
mais-valia absoluta (baixa produtividade) nestas economias dominadas e, ao
mesmo tempo, do desenvolvimento desigual e combinado na ordem imperialista
global.
A calamitosa realidade agrária brasileira fica ainda mais evidente
quando comparada com a da Argentina, que também não é
nenhum paraíso de desenvolvimento econômico e social. Ao
contrário, está cada vez mais próximo do inferno social
brasileiro.
Mesmo assim, como se pode verificar na mesma coluna II da tabela, a
produtividade no país vizinho, mesmo sofrendo sua ingloriosa
decadência, é três vezes superior à do maravilhoso
agronegócio "poupador de terras" brasileiro.
Antes de procurar outras formas de medir a produtividade na
produção de grãos, lembremos mais uma solene
afirmação dos ideólogos do agronegócio no Brasil,
já registrada no boletim anterior, quando eles tentam explicar como foi
construída isso que eles chamam de "grande potência
agrícola".
Vale a pena repetir: " A explicação principal está
nos ganhos de produtividade, centrados, no caso brasileiro, no volume produzido
por hectare
Em outras palavras, a agricultura brasileira tornou-se uma
atividade poupadora de terra. A produção de grãos é
o exemplo mais visível dos ganhos de produtividade".
Uma afirmação dessa vale mais que uma delação
premiada. Para comprovar se essa parte fundamental do discurso é
verdadeira, nada mais saudável do que continuar investigando outros
dados presentes no mesmo relatório do USDA em referência.
Relembrando alguns dados: o milho é o alimento de base das
Américas. E sua produção no continente se aproxima de 600
milhões de toneladas. Isso é o equivalente a 56% do total mundial.
Além das ações políticas dos governos, a
produção e os preços de atacado dos três alimentos
de base em cada economia nacional isolada como para qualquer mercadoria
capitalista amplamente comercializada internacionalmente são
regulados pelos preços de produção desses alimentos na
economia líder do ramo. Essa é uma regra econômica muito
importante para se analisar as possibilidades e limites da
produção agrícola nacional. A produção de
milho nos EUA determina a dinâmica das demais produções
nacionais deste cereal.
A China é o único pais fora das Américas que tem uma
quantidade produzida significativa de milho: 220 milhões de ton. Cerca
de 20% do total mundial. É surpreendente que a produção de
milho na China é maior que a de arroz (145 milhões de ton.) e a
de trigo (130 milhões de ton.).
Chama a atenção essa grande produção de milho na
China porque o arroz é o principal alimento de base na área
asiática. Isso foi definido já por Adam Smith, que desenvolveu a
mais completa teoria do alimento de base depois amplamente aproveitada e
ampliada por Marx.
Esse tipo de fundamento tão importante para a teoria econômica
não é ensinado em nenhuma escola de Economia do mundo. A teoria
do alimento de base não é mencionada nem pelo menos nos manuais
de História do Pensamento Econômico. Ignorância e
vulgarização total. Venha para o mundo do capital!
Notável também aquela equilibrada repartição entre
os três alimentos de base na mais populosa economia do mundo. Isso merece
um estudo a parte. Do mesmo modo o Brasil, onde, pelo motivo oposto ao da
China, o que se verifica é uma repartição absolutamente
desequilibrada entre os três alimentos mundiais de base. O maravilhoso e
altamente produtivo agronegócio brasileiro apresenta uma
desprezível produção de trigo (6,73 milhões de
ton.) e de arroz (7,82 milhões de ton.).
Deve ser para poupar terras que o agronegócio brasileiro não
produz cereais. Mas a fiel torcida (mais faminta do que fiel) de mais de 200
milhões de habitantes da maior economia do mundo ao sul do equador bem
que agradeceria a esses beneméritos senhores "poupadores de
terras" um pouquinho mais de arroz e macarrão no seu prato.
A gravidade do problema aumenta quando se revela que esse agronegócio
preservador da natureza, dos rios e das matas virgens (vide o Código
Florestal recentemente aprovado pelo ilustre Congresso Nacional e alegremente
sancionado pela ex-presidente Dilma Rousseff) é que ele é um
péssimo produtor também de milho, o seu verdadeiro alimento de
base. Veja a radiografia dos maiores produtores mundiais deste
estratégico cereal.
PRODUÇÃO MUNDIAL DE MILHO (milhões de toneladas)
|
Produção
(milhões t)
|
Área
(milhões ha)
|
Produtividade
(t/ha)
|
Mundo
|
1 075
|
185,57
|
5,80
|
Estados Unidos
|
385
|
35,11
|
10,96
|
China
|
219
|
36,76
|
5,97
|
Brasil
|
98
|
17,60
|
5,60
|
Argentina
|
41
|
4,90
|
8,37
|
México
|
27
|
7,45
|
3,70
|
Canadá
|
13
|
1,33
|
9,96
|
Fonte: Departamento da Agricultura dos EUA (USDA), Janeiro/2018
O agronegócio brasileiro é um grande irresponsável
até no seu alimento de base. E muito incompetente. O que seus
ideólogos deveriam responder nesta altura do jogo é o seguinte:
por que o Brasil produz 98 milhões de toneladas de milho e os EUA, com
aproximadamente o mesmo território e população que
dispõe a burguesia brasileira, produz 385 milhões de toneladas?
Eles não são capazes de responder a essa pergunta. Procuremos
então nós mesmos a resposta. Observe na tabela que a "grande
potência agrícola mundial" de dona Kátia Abreu
(NR)
et caterva não é apenas uma catastrófica "poupadora
de terras" utiliza exatamente a metade das terras que nos EUA
são destinadas à produção do milho. No Brasil 17,60
milhões de hectares. Nos "gastadores" EUA 35,11 milhões.
Eles tinham um álibi aparentemente muito sólido. O que eles
diziam na sua propaganda? Vamos repetir. Uma propaganda é para ser
repetida milhões de vezes: "Embora as lavouras ocupem uma pequena
porcentagem do território brasileiro, o País é uma
potência agrícola e um dos líderes no comércio
global de vários produtos".
E como se dá exatamente esse milagre? Simples, dizem eles: "A
explicação principal está nos ganhos de produtividade,
centrados, no caso brasileiro, no volume produzido por hectare
Em outras
palavras, a agricultura brasileira tornou-se uma atividade poupadora de terra.
A produção de grãos é o exemplo mais visível
dos ganhos de produtividade".
Produtividade? Volume produzido por hectare? Fomos conferir essas coisas
complexas na tabela do USDA acima. E o que verificamos? Verificamos que o
maravilhoso agronegócio brasileiro produz 5,60 ton/ha. E o
irresponsável e gastador EUA? Exatamente 10,96 ton/ha. Exatamente o
dobro.
Isso quer dizer o que? Simples como marcar mais um gol na seleção
do Felipão: utilizando a metade de terras utilizadas pelos EUA e, ao
mesmo tempo, alcançando apenas a metade da produtividade do seu
"grande irmão" do norte o maravilhoso
agronegócio brasileiro não passa de uma miserável e
totalmente improdutiva agricultura.
Encontramos então a resposta àquela pergunta acima do por
quê os EUA produzem anualmente 385 milhões de toneladas de milho e
o Brasil apenas 98 milhões. A resposta é simples: porque o
agronegócio brasileiro não apenas produz uma quantidade
miserável de alimentos para o mercado interno, mas faz isso com a pior
qualidade do mundo, quer dizer, com a menor produção por hectare
dos produtores com grandes territórios nacionais. A parasitária
burguesia brasileira produz pouquíssimo alimento para a
população trabalhadora do país e mesmo assim produz muito
mal.
Propaganda enganosa! A propaganda dos ideólogos do agronegócio
brasileiro, que estamos repetindo desde o boletim da semana passada, revela-se
então totalmente enganosa. Inventaram um falso álibi para
esconder sua genética impotência produtiva. O propagandeado
maravilhoso agronegócio brasileiro na verdade ostenta a pior
produção por hectare dentre as principais economias mundiais
produtoras de grãos.
Aliás, o glorioso "poupador de terras" só não
fica na lanterna vermelha absoluta deste desastroso campeonato por causa do
malfadado México como os próprios mexicanos dizem,
tão perto dos EUA e tão longe de Deus. O que ainda existia da
tradicional cultura de milho no México foi totalmente destruída
com a assinatura do acordo de livre comércio da América do Norte
(NAFTA). Todo o milho para suas cada vez mais escassas tortilhas vem dos EUA e
do Canadá.
ANOTAÇÕES À MARGEM DO TEMA Como já anotado
anteriormente, a contabilização de culturas de oleaginosas
soja, feijão, amendoim, girassol, mamona, etc. não se
confunde com a de grãos ou cereais contabilizados pelo USDA na tabela e
nos cálculos acima.
Mas o governo brasileiro (Conab), os economistas do agronegócio e a
mídia do país misturam irresponsavelmente a cultura da soja na
contabilização dos cereais. Isso é totalmente incorreto.
Esses senhores são incapazes de tratar com método e com seriedade
importantes assuntos econômicos do país. Uma forma de esconder sua
incapacidade produtiva.
É como se fossem contabilizados como grãos também o
café, a cana de açúcar, a laranja, etc.
Curiosamente, só três países produzem soja de maneira
sistemática em todo o globo terrestre: EUA (120 milhões de
toneladas anuais); Brasil (108 milhões) e Argentina (57 milhões)
centralizam mais de 82% da produção mundial desta commoditie
agrícola. O resto é residual.
Mas só no Brasil a cultura dessa oleaginosa é tratada como uma
coisa muito importante exatamente para a burguesia agrária
compensar na ideia a sua incapacidade prática de produzir eficientemente
grãos e cereais, como já verificamos nos números
apresentados acima.
A produção de soja no Brasil é um mero caso particular de
enclave agroexportador totalmente inorgânico e independente da
dinâmica das culturas nacionais de grãos ou cereais. Para se
entender por que isso acontece tem que começar primeiro a estudar aquela
teoria do alimento de base de Smith e de outros economistas sérios que o
sucederam.
Mais de dois terços da produção brasileira de soja
é exportado. É uma forma adequada e rigidamente localizada do
moderno imperialismo agrário exportador no Brasil, Argentina e outros
mini enclaves no Paraguai e Bolívia.
A América do Sul é a única área geoeconômica
dominada em todo o mundo em que as empresas globais estadunidenses do
agronegócio instalaram e administram esses enclaves agroexportadores de
soja.
Monitoram toda a dinâmica e organização tecnológica,
comercial, financeira, armazenamento, e preços destes enclaves
agroexportadores localizados no cone sul da América Latina.
É notável, também, que o Brasil seja o maior produtor e
grande exportador de frutas do mundo. E o segundo maior de soja, atrás
de EUA. As coisas estão ligadas. Mas produzir frutas, para
exportação ou não, também não transforma o
país em uma "potência agrícola". Problema
histórico das especializações e vantagens comparativas de
Ricardo que travam a periferia do sistema.
O que se verifica é que, contraditoriamente, o fato de este infeliz
país aumentar cada vez mais sua posição de grande
agroexportador de frutas e o segundo de soja aumenta na verdade sua
impotência na produção doméstica dos alimentos de
base e, consequentemente, também a miséria da sua
população trabalhadora. Isso transforma a totalidade da economia
em uma desclassificada e dominada no cenário internacional.
Não é por acaso que a paupérrima região nordeste do
país, que historicamente era a maior produtora de
cana-de-açúcar do país, nas últimas décadas
passou a ser também a maior produtora nacional de frutas, em geral e,
mais recentemente, de soja. Muita soja na Bahia, no Maranhão, no
Piauí
Recentemente, a soja passou a ocupar e superar, finalmente, o corrosivo papel
de subdesenvolvimento nacional que até poucas décadas
atrás era liderado pela cana-de-açúcar e álcool. A
funesta função histórica da cana-de-açúcar
para o subdesenvolvimento econômico brasileiro é exatamente a
mesma que agora é travestida pela produção de soja e de
frutas.
Finalmente, para concluir esse quase interminável boletim, mais um pouco
de realidade e teoria. Essa determinação imperialista do
país ser um grande agro exportador de frutas e de soja não
oferece nenhuma influência positiva para aumentar a produtividade do
trabalho na totalidade do sistema econômico nacional, na natureza e
dinâmica da indústria de manufaturas, etc. Esse efeito
benéfico só poderia ocorrer com uma potente
produção e produtividade dos três alimentos de base
mundiais.
O que acontece na realidade agraria nacional é que graças ao
efeito nefasto do parasitário agronegócio brasileiro e sua
natureza particular de renda fundiária na produção de
alimentos, o valor da força de trabalho na totalidade da economia
brasileira será sempre muito elevado, em termos absolutos, e muito
superior ao valor da força de trabalho em economias dominantes como EUA,
Alemanha, Japão, etc. O país estará sempre em desvantagem,
pois a força competitiva no mercado mundial é determinada pelo
alto ou baixo custo unitário (determinado a produtividade) da
força de trabalho.
O nível absoluto e relativo da força de trabalho nacional
determina o valor da moeda e os diferentes salários reais e relativos
entre as nações dominadas, onde predomina a mais-valia absoluta,
de um lado, e, de outro, as nações dominantes, onde predomina a
mais-valia relativa. Determina fundamentalmente a força ou a fragilidade
das diversas economias no pesadíssimo jogo comercial e financeiro
mundial.
23/Janeiro/2018
[NR] Kátia Abreu: Latifundiária brasileira escolhida pela
ex-presidente Dilma Russeff como sua ministra da Agricultura.
[*]
Economista.
O original encontra-se em
criticadaeconomia.com.br/a-miseria-do-agronegocio-brasileiro/
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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