por Elizabeth Woodworth
[*]
Finalmente apareceu um livro sobre o 11/Set que os políticos e os
jornalistas podem discutir abertamente sem medo de serem rotulados de
"teóricos da conspiração".
"Contradições do 11/Set" não propõe
nenhuma teoria. Apenas apresenta 25 espantosas contradições
internas que vão assombrar a versão pública deste
acontecimento sem paralelo em toda a história.
Até agora, as persistentes e perturbadoras interrogações
sobre o dia que mudou o mundo têm confundido e afastado jornalistas e
políticos, porque:
1- As questões técnicas relativas ao colapso das torres, ao
fracasso
dos militares em interceptar os voos e aos relativamente menores danos no
Pentágono têm sido consideradas demasiado complexas para serem
analisadas pelos meios de comunicação.
No entanto, o recente livro de Griffin não exige ao leitor qualquer
especialização técnica, porque cada capítulo
contempla uma única contradição interna presente na
versão pública. "Se fulano diz 'que sim' e sicrano diz 'que
não', toda a gente percebe que há qualquer coisa de errado,
porque as duas afirmações não podem ser ambas
verdadeiras".
2- Muitos dos que puseram em dúvida a versão oficial
avançaram com teorias alternativas que foram rejeitadas como
"teorias da conspiração" por uma imprensa que
compreensivelmente tem em alto apreço a sua credibilidade.
No entanto, este livro não propõe quaisquer teorias alternativas
para explicar as contradições no seio da versão
pública. Limita-se a apresentar as contradições flagrantes
que nunca foram investigadas nem pelo Congresso nem pelos meios de
comunicação, e a pedir aos membros dessas
instituições que encarem a realidade dos factos e se encarreguem
duma investigação realmente independente.
3- A questão do 11/Set já tem seis anos, os jornalistas são
gente atarefada e o mundo continuou a girar.
Embora já se tenham passado seis anos, esta questão está
longe de estar encerrada, e as suas cinzas ainda estão mornas. "A
história aceite sobre o 11/Set tem sido utilizada para aumentar os
gastos militares, para justificar guerras, para restringir as liberdades civis,
e para louvar o ramo executivo do governo". Contudo, assinalo eu, a
versão pública tem vindo a ser questionada em fóruns
estrangeiros (Parlamento japonês, 10/Janeiro/2008, e Parlamento
Europeu em Bruxelas, em 26 de Fevereiro de 2008). Os próprios
comissários do 11/Set lançaram dúvidas sobre a
credibilidade do Relatório da Comissão no seu artigo do
New York Times
de 02/Janeiro/2008, "Stonewalled by the CIA."
(Obstrução da CIA).
(Ref.
http://www.nytimes.com/2008/01/02/opinion/02kean.html
)
Passemos agora às contradições. Mas primeiro citemos o
Professor Griffin:
"Na filosofia da ciência, há dois critérios
básicos para distinguir as boas teorias das más teorias. Em
primeiro lugar, uma teoria não pode ser inconsistente com qualquer dos
factos relevantes. Em segundo lugar, tem que ser consistente em si mesma, sem
quaisquer contradições internas. Se uma teoria contém uma
contradição interna, é uma teoria inaceitável".
Inaceitável, por exemplo, é a seguinte contradição
interna, extraída dos sumários dos capítulos que
são fornecidos no final do livro, de grande valor para os jornalistas de
investigação e membros do Congresso interessados:
"No que se refere à identificação do avião
detectado sobre a Casa Branca na altura do ataque ao Pentágono: O
desmentido das forças armadas de que era um avião militar
é contrariado pela sequência da CNN sobre o voo do avião,
que mostrou, conforme funcionários militares confirmaram, que se tratava
de um E-4B da Força Aérea".
[Nota da comentadora: "O E-4B funciona como Centro de
Operações dos Aerotransportes Nacionais para o presidente,
secretário da defesa e chefes do estado-maior".
Citação duma folha informativa da Força Aérea dos
EUA em
http://www.af.mil/factsheets/factsheet.asp?fsID=99
]
No seu livro
The New Pearl Harbor
, de 2004, Griffin já tinha assinalado que os Procedimentos Operacionais
Standard
relativos às intercepções de voo foram inexplicavelmente
suspensos em 11 de Setembro. Chego à conclusão de que, dado que
uma complexa rede de sistemas de defesa não podia ter sido totalmente
desactivada sem coordenação a nível militar superior, o
Dr. Griffin muito logicamente iniciou o livro fazendo perguntas que a
Comissão do 11/Set se esqueceu de fazer: o que andavam a fazer naquela
manhã o presidente Bush, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld e
o general Richard B. Myers, chefe do estado-maior em exercício? Em todos
os casos, aparecem contradições inexplicáveis nas
notícias sobre o paradeiro deles, e o mesmo se aplica ao vice-presidente
Dick Cheney. Nenhum destes funcionários públicos foi interrogado
sob juramento e é hoje suficientemente claro que as
contradições que os rodeiam precisam de ser esclarecidas numa
investigação cuidada e rigorosa.
Na Parte II, Griffin compila cuidadosamente as disparidades relativas às
horas noticiadas em que as forças armadas foram notificadas sobre os
comportamentos irregulares dos voos 11, 175, 77 e 93. Em todos os casos, as
contradições flagrantes que ele encontra demonstram a necessidade
duma investigação séria sobre a forma como se deu
realmente esse fracasso monumental e sugiro eu qual a
relação que pode ter havido com os exercícios
aéreos militares sem precedentes que decorriam durante os ataques.
Na Parte III, é feito um levantamento rigoroso das questões
relativas aos gostos e hábitos anteriores a 11/Set dos alegados
terroristas, a partir das primeiras notícias da imprensa, com a
revelação perturbadora de que os mesmos tinham adoptado
práticas sexuais e de bebida ao estilo ocidental e certamente não
podiam ser caracterizados como muçulmanos fanáticos dispostos a
irem ao encontro do seu criador. As contradições reveladas na
investigação dos relatos dos telemóveis e telefones do
avião sobre a actuação deles nos aviões são
evidentes, desmentindo todo o fenómeno do mito criado a bordo.
Por fim, a Parte IV trata das torres propriamente ditas, incluindo o
conhecimento moderno dos seus colapsos, e os extraordinários testemunhos
orais de dezenas de bombeiros que relataram, por exemplo, explosões
maciças nas caves dos edifícios: uma prensa hidráulica de
50 toneladas reduzida a escombros; uma porta de aço de 140 kg amachucada
como uma tira de papel de alumínio.
É interessante assinalar que o Dr. Griffin se tornou numa câmara
de compensação virtual para a enorme acumulação de
investigação que tem sido feita sobre este acontecimento que
mudou o mundo. Torna-se hoje muito provável que a sua abordagem neutra a
este impressionante corpo de evidências venha a ser o machado que acabe
por rachar a questão. Cada uma das 25 contradições
cuidadosamente investigadas representa um tijolo esboroado na fachada oficial
que encobre ao mundo a verdade desconhecida que se esconde por detrás
dela.
Enquanto escritora e bibliotecária profissional reformada, foi para mim
uma honra criticar e dar apoio bibliográfico aos capítulos do Dr.
Griffin, e à exaustiva investigação fornecida nas notas de
rodapé. Em todo o processo, pude testemunhar em primeira mão os
padrões precisos, metódicos e éticos com que ele trabalha.
Resta-nos esperar que a excepcional qualidade e responsabilidade evidentes no
seu trabalho possam inspirar as pessoas do Congresso e dos meios de
comunicação (e em todos os estilos de vida) a responder ao seu
desafio para investigarem esta importante questão internacional.
17/Março/2008
[1]
9/11 Contradictions: An Open Letter to Congress and the Press
, Março de 2008, 368 pgs.
O original encontra-se em
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=8374.
Tradução de Margarida Ferreira.
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.