por Paul Craig Roberts
Faz você um sorriso escarninho quando ouve alguém questionar as
narrativas oficiais de Orlando, San Bernardino, Paris ou Nice? Sente-se
você superior a 2.500 arquitectos e engenheiros, bombeiros, pilotos
comerciais e militares, físicos e químicos, assim como a antigos
altos responsáveis do governo que levantaram dúvidas acerca do
11/Set? Se assim é, você reflecte o perfil de um pateta com
mentalidade controlada pela CIA.
A expressão "teoria da conspiração" foi
inventada e posta a circular no discurso público pela CIA, em 1964, a
fim de desacreditar os muitos cépticos que contestavam a
conclusão da Comissão Warren de que o presidente John F. Kennedy
fora assassinado por um pistoleiro solitário chamado Lee Harvey Oswald,
o qual por sua vez foi assassinado enquanto sob a custódia da
polícia antes que pudesse ser interrogado. A CIA utilizou seus amigos
nos media para lançar uma campanha a fim de tornar
suspeições do relatório da Comissão Warren alvo de
ridículo e hostilidade. Esta campanha foi "uma das iniciativas de
propaganda de maior êxito de todos os tempos".
Assim escreve o professor de ciência política Lance deHaven-Smith,
o qual no seu livro revisto por especialistas
(peer-reviewed)
Conspiracy Theory in America
, publicado pela University of Texas Press, conta como a CIA teve êxito ao
criar na mente do público a estigmatização reflexiva e
automática daqueles que contestavam explicações do
governo. Este é um livro extremamente importante e fácil de ler,
um daqueles raros livros com o poder de arrancá-lo de The Matrix.
O professor deHaven-Smith pôde escrever este livro porque o original do
CIA Dispatch #1035-960, o qual estabelece a trama da CIA, foi obtido
através de um requerimento ao Freedom of Information Act. Aparentemente,
a burocracia não encarou um documento tão velho como sendo de
qualquer importância. O documento está marcado "Destruir
quando não for mais necessário", mas por alguma razão
não o foi. O Despacho #1035-960 da CIA é reproduzido no livro.
O êxito que a CIA teve ao estigmatizar o cepticismo a
explicações do governo tornou difícil investigar Crimes de
Estado Contra a Democracia (State Crimes Against Democracy, SCAD) tais como o
11/Set. Com a mente do público programada para ridicularizar
"lunáticos da conspiração", mesmo no caso de
eventos suspeitos como o 11/Set o governo pode destruir provas, ignorar
procedimentos prescritos, atrasar uma investigação e a seguir
formar um comité político para colocar o seu imprimatur sobre a
narrativa oficial. O professor deHaven-Smith nota que em eventos tais como o
assassinato de Kennedy e o 11/Set na investigação nunca
são empregues os procedimentos oficiais da polícia.
O livro do professor deHaven-Smith's apoia o que tenho contado aos meus
leitores: o governo controla a narrativa desde o princípio ao ter a
explicação oficial pronta no momento em que ocorre o SCAD. Isto
faz de qualquer outra explicação uma "teoria da
conspiração". Isto é o modo como coloca o professor
deHaven-Smith:
"Uma abordagem SCAD para memes
[1]
supõe mais uma vez que a CIA e outras possíveis agências
participantes estejam a formular memes bem antes das operações e,
portanto, memes SCAD aparecem e são popularizados muito rapidamente
antes que quaisquer conceitos competidores entrem em cena".
O êxito da CIA no controle da percepção pública
quanto ao que os nossos Pais Fundadores teriam encarado como eventos
suspeitosos envolvendo o governo permite àqueles em
posições de poder dentro do governo orquestrarem eventos que
servem agendas ocultas. Os eventos do 11/Setembro criaram um novo paradigma de
guerra sem fim em prol de um mundo dominado por Washington. O êxito da
CIA no controle das percepções públicas tornou
impossível investigar crimes da elite política. Consequentemente,
agora é possível ser responsável da política do
governo dos EUA para a traição.
O livro do professor deHaven-Smith contar-lhe-á a narrativa do
assassinato do presidente Kennedy por elementos militares dos EUA, da CIA e do
Serviço Secreto. Assim como a Comissão Warren encobriu o Crime de
Estado Contra a Democracia, o professor deHaven-Smith mostra porque
deveríamos duvidar da narrativa oficial do 11/Set. E de outras coisas
que o governo nos conta.
Leia este livro. É curto. É barato. É
preparação para a realidade. Ele o preservará de ser um
americano idiota, indiferente e com o cérebro lavado. Estou surpreendido
por a CIA não ter comprado toda a edição e queimado os
livros. Talvez a CIA se sinta segura com o seu êxito em lavar os
cérebros do público e não acredite que a democracia
americana e um governo responsável possam ser restaurados.
31/Agosto/2016
[1]
Memes: idéia, prática social, conceito ou ação
que se torna norma e é conscientemente repetido numa sociedade (termo
cunhado por Richard Dawkins no livro "The Selfish Gene", 1976)
O original encontra-se em
www.paulcraigroberts.org/...
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.