O Peak Oil chegou ao mundo não-OPEP?
por Christopher Helman
[*]
As maiores companhias petrolíferas do mundo apresentaram um desempenho
quase patético no segundo trimestre de 2011. Não em termos de
rendimentos os quais foram grandes, com a Exxon a registar US$10,7 mil
milhões e a Royal Dutch Shell a fazer US$8 mil milhões.
Exactamente o que se poderia esperar com o preço do Brent nuns
imponentes US120 por barril.
Os resultados foram decepcionantes é no número de barris
produzidos. Das 16 grandes companhias de petróleo estado-unidenses e
europeias estudadas pelo por Paul Sankey, analista do Deutsche Bank, 14 delas
viram a sua produção de petróleo declinar no trimestre.
Colectivamente, a queda montou a 12% do total dos volumes de líquidos,
ou 1,2 milhão de barris por dia. A sua produção
média no trimestre totalizou 14,67 milhões b/d. Mesmo excluindo o
efeito da questão líbia, o declínio foi de 8%.
Apenas a Exxon e a Shell conseguiram 1% de ganhos no volume de líquidos.
A situação não ficou melhor quando Sankey examinou outros
grandes produtores não-OPEP. A Petrobrás, o suposto motor de
crescimento do Brasil, esteve em baixo, tal como estiveram a Lukoil e TNK-BP da
Rússia e a Sinopec da China. A Rosneft (2,2 milhões b/da) e a
PetroChina (2,4 milhões b/d) conseguiram com dificuldade ganhos de 2% e
4%.
Na generalidade, os produtores de 31 milhões de b/d (de um total mundial
de aproximadamente 86 milhões de b/d) viram a sua produção
cair 4%. Não é de admirar que Sankey tenha intitulado o seu
relatório como "A morte dos não-OPEP".
Os volumes da OPEP, em contraste, subiram 2% no trimestre, calcula Sankey.
Então, o que está a acontecer? Terá chegado o Pico
Petrolífero, pelo menos na parte não-OPEP do mundo? Pode ser que
sim. "Ao identificar mega-temas, argumentámos que a mudança
do século XX para o XXI representa o fim da era do petróleo e o
princípio da era da electricidade global"
[NR]
, escreve Sankey. "Da concentração dar reservas de
petróleo remanescentes (abundantes) não mãos da OPEP
extrai-se um corolário óbvio: o fim do crescimento da oferta
não OPEP".
As companhias super-grandes estão a descobrir que é cada vez mais
difícil penetrar nos mega-projectos remanescentes de companhias de
petróleo estatais. Dos maiores membros da OPEP, como a Arábia
Saudita, Irão, Venezuela e Iraque, apenas este último está
ansioso pela entrada das grandes companhias para ajudar a desenvolver as
reservas.
Acrescente-se o facto que a taxas de declínio naturais dos grandes
campos apresentam uma média de 5% ao ano e tornar-se-á ainda mais
difícil para o Big Oil permanecer grande. Christophe de Margerie, o
pragmático chefe executivo da Total francesa, acredita que o Pico
Petrolífero será atingido dentro de cinco anos (ver meu artigo
sobre a Total: High Friends In Low Places).
As grandes companhias estão a conseguir algum crescimento nos recursos
de gás natural recém desenvolvidos. Na verdade, quando se inclui
as produção de gás o volumes total da Exxon sobem 10% no
terceiro trimestre graças ao lançamento do seu
megaprojecto no Qatar (ver meu artigo de capa: "ExxonMobil Green
Company Of The Year"). Mas a venda de gás mal dá um
terço de petróleo numa base de equivalência
energética.
Houve alguns casos atípicos. A BP teve o maior mergulho, afundou 10% ou
250 mil b/d devido ao efeito da liquidação de activo em
consequência da fuga de petróleo [no Golfo do México]. A
Repsol da Espanha afundou 15%, com a Hess Corp. em 10%.
O que dizer acerca do impacto de líquidos produzidos a partir de
recursos não convencionais como o xisto Eagle Ford e a
formação Bakken? Embora tenha havido um grande disparo de
crescimento para exploradores independentes mais pequenos, escreve Sankey,
"seu crescimento é de longe menos significativo na margem".
Então o que significará para o mercado de petróleo o
momento em que apenas a OPEP possa atender à procura do óleo,
considerando especialmente que as necessidades da China e a Índia
estão a aumentar de forma ameaçadora a partir de uma pequena base
per capita? "Parece muito claro que preços mais altos e altamente
voláteis serão um facto necessário dos futuros mercados de
petróleo", escreve Sankey.
(...)
[NR] É altamente improvável e discutível que ao fim da Era
do Petróleo suceda uma Era da Electricidade, como pretende o autor.
Recorde-se que a electricidade não é energia primária. Ao
fazer uma tal afirmação, o Autor deveria explicar como seria
produzida a electricidade.
O original encontra-se em
www.forbes.com/...
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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