O dia 4 de dezembro de 2024 ficará na História da Saúde Pública Mundial por um motivo de peso ocultado pela maioria dos órgãos de comunicação social. O marco histórico a que me refiro assume a forma dum relatório de quinhentas e cinquenta e sete (557) páginas sobre a estratégia sanitária contra a “pandemia” Covid 19. Relatório, este, que foi divulgado, naquela data, pela Câmara dos Representantes do Congresso Norte Americano [1].
Trata-se dum documento oficial, decorrente de vinte e dois meses de trabalho e análise de milhares de publicações científicas, de centenas de cartas, de dezenas de entrevistas e depoimentos e de vinte cinco audiências públicas.
Este documento dá razão, sem qualquer margem para dúvida, a todos aqueles que, como eu, desde o início da crise sanitária, denunciaram os erros, os riscos imediatos e a prazo, bem como os crimes cometidos pelos vários governos e autoridades sanitárias sob a égide da Organização Mundial da Saúde (OMS). É, verdadeiramente, um relatório de capital importância política e histórica.
Quem tem acompanhado as minhas publicações e intervenções públicas, desde o início de 2020, encontrará, neste relatório as mesmas análises e as mesmas denúncias que venho fazendo mas que, contudo, têm sido motivo de reiteradas injúrias de que é exemplo a adjectivação “negacionista” ou “chalupa”. Também justificaram o assassínio mediático do meu carácter, nomeadamente com notícias falsas concernentes à minha suspensão que nunca se efectivou. Aliás, foi precisamente por nunca ter deixado de exercer medicina durante toda a crise sanitária que se tornou óbvia a gigantesca fraude perpetrada contra todos nós.
Sugiro agora, ao caro leitor, que aperte o cinto de segurança porque esta vai ser uma descolagem rumo à inconveniência da Verdade:
1 – SOBRE A ORIGEM DO VÍRUS
Logo na primeira página do Relatório pode ler-se: “(…)as evidências apoiam a hipótese duma fuga laboratorial. Desde que o subcomité especial iniciou o seu trabalho em Fevereiro de 2023, altos funcionários dos serviços de inteligência, decisores políticos, escritores científicos e cientistas têm apoiado a hipótese de que a COVID-19 surgiu na sequência dum acidente ligado a um laboratório ou a uma investigação”. Portanto a hipótese da origem laboratorial do SARS-CoV-2 é sustentada por provas científicas nomeadamente o facto deste vírus ter características que não se encontram na natureza e ser resultante duma pesquisa, financiada pelos EUA e levada a cabo no Instituto de Virologia de Wuhan, desde 2017 e com o objectivo de projectar um vírus com “ganho de função” – ou seja, mais virulento e mortal.
2 – SOBRE O “DISTANCIAMENTO SOCIAL”
As medidas impostas internacionalmente para limitar a propagação do vírus não têm respaldo em nenhuma prova científica conforme afirma o Dr Fauci, numa audiência que se transcreve na p.199. O Relatório conclui que adopção generalizada destas medidas não passou duma resposta apressada e infundada por parte das autoridades de saúde.
3 – O USO GENERALIZADO DE MÁSCARAS ASSOCIA-SE A MAIS RISCOS DO QUE A BENEFÍCIOS.
A eficácia das máscaras faciais foi sobrestimada afirmando, o Relatório, que o seu uso generalizado e os mandatos de obrigatoriedade se revelaram ineficazes. Em última análise as máscaras causaram mais danos do que benefícios, especialmente entre as crianças.
4 – OS CONFINAMENTOS FORAM MAIS LESIVOS QUE O VÍRUS
As conclusões são esmagadoras: “os confinamentos prejudicaram gravemente a saúde física e mental da população; hipotecaram o desenvolvimento e o crescimento das crianças e dos jovens e comprometeram a economia”.
5 – AS AUTORIDADES SANITÁRIAS NACIONAIS & INTERNACIONAIS EXAGERARAM A SEGURANÇA & EFICÁCIA DAS “VACINAS” ANTI SARS-Cov2.
A “Operação Warp Speed” permitiu o desenvolvimento de vacinas em tempo recorde mas à custa de deficiências graves nos ensaios clínicos e autorizações apressadas (páginas 301-326). Além disso, os efeitos adversos das vacinas não foram suficientemente investigados ou comunicados. O Presidente Biden e a sua administração são acusados de terem “forçado” a todo o custo a injecção massiva da população, negligenciando o “princípio da precaução”.
6 – O CERTIFICADO VACINAL COVID ou DISCRIMINAÇÃO INSTITUCIONALIZADA.
Marginalizou milhões de cidadãos, sem provas sólidas da eficácia no controlo da propagação do vírus (página 218)
7 – REPRESSÃO & PERSEGUIÇÃO das OPINIÕES DIVERGENTES.
Recordar-se-ão do que aconteceu com aqueles que, como eu, desde o início denunciaram esta forma de censura. O Relatório é claro e atesta da pressão exercida pela administração Biden para censurar qualquer questionamento sobre a eficácia das medidas governamentais, em particular da vacina. A administração Biden é acusada de usar métodos antidemocráticos ao caracterizar, sistematicamente, as opiniões divergentes como “desinformação”, uma estratégia que minou a liberdade de expressão e encorajou a desconfiança nas instituições (páginas 290-296) – o mesmo se passou no nosso país. Qualquer opinião divergente foi qualificada como desinformação ou negacionismo e todos os cidadãos, médicos e/ou cientistas que então questionaram e continuam a questionar a eficácia e a segurança das vacinas (em relação às quais continuam a não existir estudos científicos que daquelas atestem) foram e continuam a ser classificados como anti-vacinas e teóricos da conspiração.
8 – Todavia o Relatório reabilita as vozes dissonantes afirmando que “debater ou discutir a indemnização às vítimas da vacina não é uma atitude antivax” e as implicações resultantes desta perseguição “são contraproducentes para a protecção da saúde pública”. Reabilita ainda a defesa da imunidade natural quando refere que “a imunidade de grupo (…) passou a ser um dogma, havendo um esforço coordenado (…) no sentido de ignorar a imunidade natural e de suprimir opiniões dissidentes”. Este Relatório legitima, oficialmente, a resistência às medidas repressivas com pretexto sanitário. Legitima também a luta contra certificados sanitários, a luta contra o cartão vacinal europeu, a luta contra os tratados internacionais de controlo sanitário de que é exemplo o Tratado Sobre Pandemias da OMS e ainda legitima a luta pelo direito ao consentimento livre e informado de todo e qualquer acto médico, materializando, um contundente repúdio à gestão política e sanitária da Covid-19.
E AGORA?
A) O primeiro resultado rapidamente observável é o questionamento do Tratado sobre Pandemias da OMS. Este tratado é criticado pela falta de transparência e pela excessiva dependência de influências geopolíticas, nomeadamente as da China (páginas 173-187).
Também se conclui que o tratado em projecto é “inadequado” não permitindo a resposta eficaz a futuras pandemias, podendo, tal como está, “enfraquecer ainda mais a soberania nacional dos Estados-Membros, ao mesmo tempo que não apresenta soluções para as falhas fundamentais observadas durante a Covid 19”.
B) Na sequência deste relatório a primeira pessoa que poderá vir a pagar o preço pelas suas decisões será Anthony Fauci – o “Sr. Covid” – a quem se devem a maior parte das medidas tomadas, não só nos Estados Unidos mas em todo o mundo. O infeliz hábito de fazer recomendações desprovidas de qualquer base científica deveria logicamente levá-lo a responder em tribunal.
C) Durante toda a “pandemia”, Portugal aplicou apenas as receitas de Fauci e da OMS.
O resultado está à vista na consistente mortalidade excessiva desde 2021.
Mais cedo ou mais tarde, todos os que directa ou indirectamente estiveram envolvidos na elaboração, execução, promoção e defesa da política sanitária anti-Covid19, terão de fazer um exame de consciência e uma contrição pública. É inconcebível que tal trabalho de verdade, justiça e transparência ocorra nos Estados Unidos sem que se vislumbre a sua ocorrência em Portugal e na Europa.
Já é tempo de responsabilizar quem, durante a crise Covid19, decidiu e pôs em prática normas políticas e sanitárias sem respaldo científico, atentatórias de direitos humanos inalienáveis e anticonstitucionais. E já é tempo do senhor Presidente da República, o senhor António Costa, as senhoras doutoras Marta Temido e Graça Freitas, os senhores doutores Miguel Guimarães e Filipe Froes, entre outros, responderem perante uma comissão de inquérito independente. E também é tempo de reabilitar, publicamente, todos os médicos e cientistas que, corajosamente e apesar da perseguição e da censura, persistiram na denúncia da fraude e dos abusos que, leviana e criminosamente, foram perpetrados contra os portugueses durante aquele mesmo período e que ora se prova terem a razão do seu lado.
REFERÊNCIAS:
[1] https://oversight.house.gov/wp-content/uploads/2024/12/12.04.2024-SSCP-FINAL-REPORT.pdf? (557pgs., 44 MB)