Memorando
Às organizações internacionais, regionais e de direitos
humanos.
Irmãos, forças e partidos de libertação, de paz e
de justiça.
Saudações do povo palestino e dos prisioneiros nos
cárceres dos ocupantes sionistas.
Acontecimentos sucessivos reafirmam mais uma vez que o governo de Ariel Sharon
insiste em continuar a investida contra o povo palestino e ignorar os
compromissos acordados na tentativa de por fim à agressão,
respeitar as condições da trégua declarada pela parte
palestina em 29 de Junho de 2003 e abrir perspectivas para
soluções do conflito.
Esta política israelense encontra sua expressão nas seguintes
práticas de agressão:
1) Intensificar as campanhas de invasão, operações de
arrasto, prisões e assassinatos, pois os territórios ocupados
foram cenários de 26 invasões desde a declaração da
trégua, da queda de mais de 20 palestinos, dezenas de feridos, bem como
da prisão de 880 palestinos.
Confiscar territórios e criar 22 novos focos colonialistas desde a
cimeira de Al-Akaba (Bush - Sharon - o rei Abdallah e Abu Mazen) a 4 de Junho
de 2003 em Jerusalém, Belém, Hebrom, Nablus, Jenin, Tulkarem,
Kalkilya, e Faixa de Gaza, além de insistir em continuar a
construção do muro de cerco e separação racista
para usurpar mais territórios férteis, controlar os recursos
hidráulicos e fortalecer o colonialismo, os cercos, as
circunvalações e golpear a possibilidade de criação
de um Estado palestino independente e geograficamente unido. Tudo isto com a
finalidade de converter a situação num facto consumado.
2) Dilatar a libertação dos detidos, bem como a tentativa de
diferenciá-los segundo critérios injustos de carácter
racista e humilhante.
3) Manter as restrições do bloqueio imposto sobre cidades,
acompamentos, povoados e aldeias e adiar a retirada das zonas que foram
reocupadas antes do 28 de Setembro de 2002.
4) Violar os sítios religiosos cristãos e muçulmanos,
permitindo assim aos fanáticos fundamentalistas e extremistas judeus
profanar os lugares sagrados em Jerusalém, Belém e Hebrom.
Os chamados gestos, boas intenções e acções de
confiança por parte dos israelenses com a libertação de
uma parte dos detidos, a retirada de uma cidade ou foco colonialista, ou a
eliminação de um ponto de controle num ou outro lugar, não
são mais que uma burla, pois na realidade o que se aplica é a
política da porta giratória; em contrapartida a
libertação de detidos prendem centenas, em contrapartida a
eliminação de um foco colonialista instalam-se dezenas, e assim
ocorre em todos os demais aspectos.
Todas estas violações das condições da
trégua, a continuação da política de
ocupação e fazer-se desentendido dos compromissos mostram, sem
lugar a dúvidas, que não interessa ao governo Sharon abrir
perspectivas para chegar a soluções equilibradas para o conflito,
e sim que continua atrás da ilusão da solução
militar, da imposição das condições, diktats, leis
e normas da ocupação, e das interpretações
israelenses em particular acerca das soluções e dos acertos,
fazendo caso omisso da vontade internacional e da opinião pública
no âmbito mundial, regional e árabe.
A Frente Democrática para a Libertação da Palestina
conclama todos a assumirem plena responsabilidade e a pressionar o governo
hebreu a fim de deter as actividades de agressão que pressionam a
situação para uma atmosfera ainda mais tensa a qual leva à
destruição de todas as possibilidades que garantam as
condições do início de um processo político que
abra soluções equilibradas.
A protecção do nosso povo e a imposição da
vigilância internacional do "Comité quadripartite e
outros" converteu-se numa necessidade urgente para obrigar o governo
sionista a executar os compromissos contraídos nas
resoluções internacionais e a primeira etapa do plano "folha
de rota" apresentado pelo referido Comité.
Comité de Relações Exteriores da Frente Democrática para a Libertação da Palestina
11 de Agosto de 2003
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