Comunicado da Coordenação Comunista, de França

Dentro de algumas horas, o povo iraquiano irá sofrer um dilúvio de fogo por parte dos agressores ianques. Assim o decidiram os monopólios capitalistas dos EUA e, mais particularmente, os que controlam a indústria petrolífera, a electrónica, o armamento. Atrás de todos os pretextos invocados e desmascarados um após outro, o que aparece cada vez mais claro aos olhos de todos é a vontade hegemónica do imperialismo dos Estados Unidos, que quer deitar a mão aos recursos energéticos do planeta e assegurar o controlo estratégico de uma região chave. Face a uma crise global que se aprofunda, a administração dos EUA procura enfraquecer os seus rivais, como os imperialistas franceses e alemães, invocando certos elementos ligados a esta, com palavras cada vez menos veladas, a eventualidade de um conflito com o que denominam "eixo dos sonsos".

É preciso tomar consciência que assistimos a uma viragem mor na política internacional, viragem iniciada por um verdadeiro "golpe de Estado", por intermédio da trapaça a grande escala que foi a "eleição" de George Bush. É todo o sistema de segurança colectiva montado depois da segunda guerra mundial contra o fascismo e simbolizado pela ONU, apesar das suas insuficiências e o seu caracter parcial, que se desmorona. Nessa perspectiva, vê-se onde nos conduziu a derrota do socialismo na URSS e nos países da Europa de Leste: um mundo onde os imperialismos multiplicam a expedições militares de tipo colonial (Iraque, Jugoslávia, Afeganistão, Iraque de novo) e onde as contradições inter-imperialistas se agudizam a ponto de fazer erguer-se o espectro de uma terceira guerra mundial!

Há meses que se mobilizaram pelo mundo inteiro partidários da paz, aos milhões. Em numerosos países foi feita a ligação entre a luta contra a globalização imperialista e a luta contra a guerra americana. Este movimento sem precedentes, se não impediu a guerra, contribuiu para acentuar as divisões entre os imperialismos, retardou o eclodir do conflito, permitiu um isolamento sem precedentes dos agressores. A luta deve continuar mais que nunca para parar a agressão, para impedir o genocídio que se prepara contra o povo mártir iraquiano, para denunciar o imperialismo americano.

A Coordenação Comunista para a reconstrução do partido comunista revolucionário apela aos trabalhadores, aos democratas, aos militantes da paz a mobilizarem-se para dizer:

  • Alto à agressão americana contra o Iraque
  • Retirada da França da Aliança Atlântica e da NATO.
  • Não à utilização do espaço aéreo francês pela aviação criminosa da Força Aérea dos EUA.
  • Solidariedade com o povo iraquiano
  • Solidariedade com as forças progressistas dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e da Espanha na sua luta contra a política criminosa dos seus governos.
Paris, 18/Mar/2003

Coordination Communiste
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Contacto: Maurice Cukierman
21/Mar/03