Situação nuclear do Iraque:
AIEA apela a acção urgente
-Emergência: materiais radioactivos disseminados no Iraque
-Ocupantes ianques não permitem que inspectores da AIEA entrem no país
-A invasão do Iraque, diziam eles, era para aumentar a segurança
do
mundo...
Press release
da AIEA
[*]
Boston, 19/Mai/2003 O director-geral da Agência Internacional de
Energia Atómica (AIEA), dr. Mohamed ElBaradei, conclamou os Estados
Unidos e outras autoridades da "Coligação" a que
permitam que
peritos da AIEA retornem ao Iraque para tratar de uma possível
emergência radiológica ali. "Estou profundamente preocupado
pelos relatórios quase diários de saques e
destruição de sítios nucleares e acerca da
insegurança radiológica potencial e das implicações
para a segurança de materiais nucleares e radiológicos que podem
já não estar sob controle". Tais relatórios
têm descrito, entre outras coisas, óxido de urânio
(yellow cake)
esvaziado sobre o solo a partir de contentores que são depois
aproveitados para utilização doméstica, e fontes
radioactivas a serem roubadas e removidas das suas blindagens
(shielding)
. "Temos uma responsabilidade moral em estabelecer os factos sem perda de
tempo e em tomar medidas urgentes para remediar a situação",
afirmou o dr. ElBaradei.
Quando as hostilidades no Iraque estavam a concluir-se, o dr. ElBaradei
escreveu em 10 de Abril ao governo dos EUA chamando a sua atenção
para necessidade de defender o material nuclear armazenado em Tuwaitha
centro de investigação nuclear do Iraque e sob o selo da
AIEA desde 1991.
A AIEA também forneceu aos Estados Unidos informação
acerca de material nuclear, fontes radioactivas e resíduos nucleares no
Iraque. A AIEA recebeu garantias orais de que a protecção
física do sítio estava a postos; mas após
relatórios
de saques ali e em outros sítios, em 29 de Abril o dr. ElBaradei tornou
a escrever enfatizando a responsabilidade das forças da
Coligação
em manter a protecção adequada dos materiais em causa. Isto
inclui urânio natural e com baixo enriquecimento, fontes radioactivas
tais como Cobalto 60 e Césio 137, e resíduos nucleares. O dr.
ElBaradei lamenta que a AIEA não tenha recebido uma resposta até
esta data. Ele instou mais uma vez a que seja permitido à Agência
enviar uma equipe de protecção e de segurança
(safety and security)
ao Iraque de modo a que uma situação humanitária
potencialmente séria possa ser tratada sem mais delongas. A AIEA tem
equipes internacionais experientes em protecção
radiológica, segurança nuclear e especialistas em resposta
de emergência que poderiam ser deslocadas imediatamente para o Iraque.
[*]
Agência Internacional de Energia Atómica (das Nações Unidas), Press Release
2003/06 (19/Mai/2003)
O original encontra-se em
http://www.AIEA.org/worldatom/Press/P_release/2003/prn0306.shtml
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info
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