Ainda piores que o III Reich hitleriano

EUA preparam-se para usar gás no Iraque

Clique para ampliar. Altos comandos militares norte-americanos estão a preparar a utilização de armas bioquímicas incapacitantes numa invasão ao Iraque. O secretário da Defesa Donald Rumsfeld e o general Richard Myers, Chefe do Estado Maior Conjunto, revelaram os planos num depoimento perante o Comité de Serviços Armados da Câmara de Representantes dos EUA. Trata-se do primeiro reconhecimento oficial dos EUA de que pode utilizar armas (bio)químicas na sua cruzada com o objectivo de desarmar outros países das referidas armas. O Sunshine Project e outras ONGs têm advertido, desde fins de 2001, que a "Guerra contra o terrorismo" pode resultar em que os EUA utilizem armamento biológico e químico proibido, violando assim os próprios tratados que pretende defender. O anúncio estadunidense provoca graves preocupações acerca do futuro dos convénios para o controle de armas, particularmente a Convenção das Armas Químicas.

Rumsfeld declarou que se estão a executar planos para múltiplas aplicações, dentre elas a utilização de gás ou aerossóis contra civis iraquianos não armados, em caves e em prisões. Rumsfeld reiterou a terminologia confusa, típica da linguagem oficial dos EUA, sobre as chamadas armas bioquímicas "não letais". Ele descreveu aplicações de um "agente de controle de motins" que implica claramente a incapacitação total das vítimas – combatentes e não combatentes – em conflitos armados, uma definição e uma utilização que contraria a Convenção de Armas Químicas. Rumsfeld reconhece que os Estados Unidos ratificaram a Convenção, mas exprimiu "pesar" pelas suas restrições, acrescentando que os EUA "enredaram-se desvantajosamente a si próprios" na política acerca da utilização de armas bioquímicas incapacitantes. Rumsfeld indicou que, em sua opinião, se o presidente Bush assinar um decreto levantando as restrições que existem há tempo quanto à utilização de incapacitantes químicos por parte dos Estados Unidos, os Estados Unidos poderiam utilizar licitamente estas armas no Iraque e em qualquer outro lugar.

Os pontos principais dos EUA para o desenvolvimento destas armas são o Directório Conjunto de Armas Não Letais, em Quantico, Virgínia, e o US Army Soldier Biological Chemical Command, localizado em Edgewood/Aberdeen Proving Ground, Maryland. Os EUA utilizaram incapacitantes químicos em supostos terroristas "detidos", após a sua captura no Afeganistão e em outros lugares. Em Outubro de 2002, as Forças Especiais Russas utilizaram uma arma química incapacitantes, das chamadas "não letais", quando irromperam no Teatro do Palácio da Cultura, em Moscovo. A arma provocou a morte de mais de 100 reféns e foi usada para facilitar a execução extrajudicial de pelo menos 50 separatistas chechenos. Antes que a "Guerra ao terrorismo" começasse, oficiais britânicos declararam que não cooperariam com os militares dos EUA em missões nas quais as tropas estadunidenses usassem produtos químicos incapacitantes.

O Sunchine Project preparou uma colecção com dezenas de documentos emanados do programa estadunidense de desenvolvimento destas armas, obtidos nos termos da Lei de Liberdade de Informação (FOIA, nas suas iniciais em inglês). Podem ser consultados em http://www.sunshine-project.org/publications/jnlwdpdf/ .

07/Fev/03


O original deste artigo encontra-se em:
http://www.sunshine-project.org/espanol/publications/pr070203es.html

Este artigo encontra-se em http://resistir.info
15/Fev/03