Os acontecimentos provocatórios verificados em Cuba
Díaz-Canel ao povo: "A ordem de combate está
dada, os revolucionários às ruas"
"Querem sufocar-nos para acabar com a Revolução; se
querem preocupar-se com o povo, acabem com o bloqueio", disse o presidente
cubano.
por Resumen Latinoamericano
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, rejeitou este
domingo as campanhas de desprestígio dos média
hegemónicos, no decurso da pandemia, e o recrudescimento do ilegal
bloqueio económico, financeiro e comercial que os Estados Unidos (EUA)
impõem à nação caribenha.
"De forma subtil, covarde e oportunista, os que sempre apoiaram o bloqueio
e se
valeram de mercenários e lacaios do império, aparecem com
doutrinas humanitárias para fortalecer a ideia de que o governo cubano
não é capaz de sair desta situação; se querem
preocupar-se com o povo de Cuba, acabem com o bloqueio (...) sabemos que
não o fazem porque não têm valor",
disse o presidente cubano.
O chefe de Estado afirmou que as pretensões de intensificar o bloqueio
se devem também ao facto de haver mais carências e, por isso,
pretendem gerar uma implosão interna, "
"querem asfixiar-nos para acabar com a Revolução e, quando as
pessoas estão numa situação dramática, vemos o que
ocorreu em San Antonio de los Baños",
acrescentou.
Seguindo os grupos de manipuladores que desprestigiam o Governo, que continuam
com a campanha do ilegal bloqueio, o presidente destacou que diante das
campanhas de difamação, os revolucionários devem sair
às ruas em defesa da Pátria.
"Percorramos a cidade para mostrar que as ruas são dos
revolucionários; sabemos que há outras zonas onde os movimentos
se concentraram, estou a dar esta informação para ratificar que
as ruas são da Revolução. Que o partido e o Governo
tenham toda a disponibilidade para debater e ajudar",
referiu o chefe de Estado.
O presidente apelou a toda a base da revolução para continuar a
ocupar as ruas e enfrentar, com dignidade, as provocações de
manipuladores que promovem protestos, mas apoiam as ilegais
sanções
"sabemos que há massas revolucionárias a enfrentar grupos
antirrevolucionários; não vamos admitir que nenhum
mercenário e vendido ao império americano vá causar
desestabilização no nosso povo",
acrescentou.
Manipulação mediática e bloqueio
O chefe de Estado realçou que as provocações dos pequenos
grupos pretendem criar um cenário propício à
invasão da nação, "
"quando decorria o segundo semestre de 2019, explicámos que
íamos
entrar numa conjuntura difícil, com base nos indícios que os EUA
estavam a dar contra Cuba",
lembrou.
"Começou a perseguição financeira, económica,
comercial e energética, eles (Washington) querem provocar uma
explosão social interna em Cuba para se lançarem missões
humanitárias, que se traduzem em invasões militares e
interferências",
denunciou o presidente Díaz-Canel.
Continuando com as perseguições dos EUA à
nação, o presidente lembrou que o país foi incluído
na infame lista de patrocinadores do terrorismo, "
"uma lista unilateral, com a qual eles se creem imperadores do mundo",
acrescentou.
Discurso de Diaz Canel
Temos de interromper as jornadas dominicais da nossa família para
compartilharmos um conjunto de elementos que estão a ocorrer neste
domingo, como parte das provocações da
contrarrevolução no país,
disse o Primeiro Secretário do Comité Central do Partido
e Presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez.
O Primeiro Secretário do Comité Central do Partido Comunista de
Cuba e Presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel
Bermúdez, compareceu ao vivo na rádio e televisão
nacionais às 16h00.
Temos sido honestos, temos sido diáfanos, temos sido claros e, a cada
momento, temos explicado ao nosso povo as complexidades do atual momento.
Lembro que há mais de um ano e meio, quando começou o segundo
semestre de 2019, tivemos de explicar que estávamos numa conjuntura
difícil. Isto foi assumido como parte do humor popular e
continuámos a fazer parte dessa conjuntura, com base em todos os sinais
que o governo dos Estados Unidos, liderado pelo governo Trump, dava em
relação a Cuba.
Começaram a intensificar-se uma série de medidas restritivas, um
endurecimento do bloqueio e de perseguições financeiras contra o
setor energético, com o objetivo de sufocar a nossa economia,
para que isso provocasse a desejada explosão social massiva ,
que semeia as possibilidades de toda a campanha ideológica efetuada
, e para se poder apelar a uma intervenção
humanitária que termine em intervenções militares e
ingerências, e que afeta os direitos, a soberania e a independência
de todos os povos.
Essa situação continuou, depois vieram as 243 medidas que todos
conhecemos e, finalmente, decide-se incluir Cuba numa lista de países
patrocinadores do terrorismo, uma lista espúria, ilegítima e
unilateral que o governo dos Estados Unidos adotou, crendo-se os imperadores do
mundo.
Muitos países se submetem, de repente, a estas decisões, mas
é preciso reconhecer que outros não permitem tais
imposições.
Todas essas restrições levaram a que cortassem de imediato ao
país várias fontes de receita de divisas, como o turismo, as
viagens de cubano-americanos ao nosso país e as remessas de
dinheiro.
Gizou-se um plano para desacreditar as brigadas médicas cubanas e
as colaborações solidárias prestadas por Cuba, que, por
essa colaboração recebia uma parte importante de divisas.
Toda esta situação gerou uma situação de escassez
no país, principalmente de alimentos, medicamentos,
matérias-primas e consumíveis, para podermos desenvolver os
nossos processos económicos e produtivos e que, ao mesmo tempo,
contribuam para as exportações. Estão eliminados dois
importantes elementos: a capacidade de exportar e a capacidade de investir
recursos. E desde os processos produtivos até ao desenvolvimento de
bens e serviços para a nossa população.
Também temos limitações de combustíveis e de
peças de reposição e tudo isso provocou um nível de
insatisfação, juntando-se aos problemas acumulados que temos sido
capazes de resolver e que vieram do período especial, bem como a uma
feroz campanha mediática de descrédito, como parte da guerra
não convencional que tenta fraturar a unidade entre o partido-estado e o
povo.
Essa campanha tenta colocar o governo como insuficiente e incapaz de
proporcionar bem-estar ao povo cubano e pretende hastear uma bandeira a partir
da posição do governo dos Estados Unidos, afirmando que, com
eles, se poderia aspirar ao progresso de um país como o nosso.
São receitas hipócritas bem conhecidas, discursos de dois pesos e
duas medidas que conhecemos muito bem ao longo de toda a história dos
Estados Unidos em relação a Cuba. Como intervieram no nosso
país, como se apropriaram da nossa ilha, em 1902, como mantiveram o
domínio de nossa ilha na etapa de pseudorrepública e como esses
interesses foram atingidos pelo triunfo da Revolução cubana?
O exemplo da Revolução cubana molestou-os muito durante 60 anos e
têm estado a aumentar esse incómodo continuadamente.
Aplicaram um bloqueio injusto, criminoso e cruel, agora intensificado em
condições de pandemia e aí reside a perversidade
manifesta, a maldade de todas essas intenções. Bloqueio e
ações restritivas que nunca tomaram contra nenhum outro
país, nem contra os que consideram os seus principais inimigos.
Portanto,
tem sido uma política de crueldade contra uma pequena ilha que só
aspira a defender a sua independência, a sua soberania e a construir a
sua sociedade com autodeterminação,
segundo os princípios que mais de 86% da população tem
apoiado, no amplo e democrático exercício que sustentámos
há alguns anos, para aprovar a atual Constituição da
República de Cuba.
No meio dessas condições surge a pandemia, que não afetou
apenas Cuba, mas o mundo inteiro, incluindo os Estados Unidos. Afetou os
países ricos e é preciso dizer que, perante esta pandemia, nem os
Estados Unidos nem esses países ricos tiveram no início total
capacidade para enfrentar os seus efeitos; e em muitos desses países do
primeiro mundo, com muito mais riqueza, os sistemas de saúde e as salas
de terapia intensiva colapsaram.
Os pobres foram prejudicados porque não existem políticas
públicas dirigidas ao povo para a sua salvação e, em
muitos casos, têm indicadores em relação ao combate
à pandemia com resultados piores do que os de Cuba.
Uma série de provocações da
gusanera
bem denunciadas pela rádio e TV Martí
Neste domingo, algumas dezenas de cubanos decidiram sair e reclamar. O
primeiro protesto teve origem em
San Antonio de los Baños
(Artemisa, oeste) e gritava
"abaixo a ditadura!",
"liberdade"
e
"pátria e vida".
As imagens de idêntico número de pessoas no Malecón, ou de
dezenas em frente à sede do Instituto Cubano de Rádio e
Televisão (ICRT), na avenida central 23. Ali, os manifestantes
enfrentaram-se, sem chegar à violência, com trabalhadores do ICRT
que levavam bandeiras cubanas e gritavam slogans como
"Viva Fidel"
e
"Cuba sim, ianques não".
Também houve marchas noutras localidades do país caribenho, como
Palma Soriano (Santiago de Cuba, leste) e Güira de Melena e
Alquízar, ambas na província de Artemisa.
Sem dúvida, cada um destes pequenos núcleos, que para a
visão conspirativa dos média hegemónicos da direita
mundial serão
"milhares",
obedecem a um plano típico que o imperialismo executa em
diferentes países. Mas Cuba não é um país
qualquer, e o povo cubano não permitirá que um grupo de submissos
aos espelhos coloridos que Washington vende queira provocar uma
involução de mais de 60 anos de Revolução.
Todos com Cuba revolucionária, em cada país em que nos
encontremos.
O original encontra-se em
www.resumenlatinoamericano.org/...
e a tradução em
pelosocialismo.blogs.sapo.pt/cuba-perante-uma-serie-de-152270
Este artigo encontra-se em
https://resistir.info/
.
|