O que poderá acontecer ao mundo após as sanções anti-russas:
1. Um certo número de cadeias globais de abastecimento de mercadorias entrará em colapso, é possível uma grande crise logística, incluindo o colapso das atividades das companhias aéreas estrangeiras que estão proibidas de sobrevoar o território russo.
2. A crise energética irá intensificar-se naqueles Estados que, "disparando nos seus próprios pés", impuseram sanções ao fornecimento de energia russa. Além disso, o crescimento dos preços dos combustíveis fósseis irá continuar e o desenvolvimento da economia digital no mundo irá abrandar.
3. Uma completa crise alimentar internacional decorrerá em consequência, com perspetiva de fome em Estados individuais.
4. Uma crise monetária e financeira é possível em alguns países ou comunidades de países, associada ao enfraquecimento da estabilidade de várias divisas nacionais, a uma grande inflação e à destruição do sistema legal de proteção da propriedade privada.
5. Novos conflitos militares regionais surgirão nos locais onde a situação não foi resolvida pacificamente ao longo de muitos anos ou onde os interesses significativos dos principais atores internacionais são ignorados.
6. Terroristas a tornarem-se mais ativos, acreditando que a atenção das autoridades ocidentais está hoje desviada para um confronto com a Rússia.
7. Novas epidemias vão começar, provocadas pela rejeição de uma cooperação internacional honesta na esfera sanitária e epidemiológica ou pela utilização de armas biológicas.
8. Haverá um declínio nas atividades das instituições internacionais que não foram capazes provar a sua eficácia no decurso da resolução da situação na Ucrânia, como, por exemplo, o Conselho da Europa.
9. Serão formadas novas alianças internacionais de países baseadas não nos critérios ideológicos anglo-saxónicos e sim em critérios pragmáticos.
10. Em consequência, será criada uma nova arquitetura de segurança na qual, primeiro de facto e depois de jure, serão reconhecidas as realidades existentes:
a) a fraqueza dos conceitos ocidentalizados das relações internacionais, tais como "ordem baseada em regras" e outros lixos ocidentais sem sentido;
b) o colapso da ideia de um mundo centrado nos EUA;
c) a presença de interesses respeitados pela comunidade mundial naqueles países que se encontram numa fase aguda de conflito com o mundo ocidental.