Crise sistémica global
Fim de 2008: Derrocada dos fundos de pensão
Segundo LEAP/2020, daqui até o fim de 2008 vamos assistir a uma
formidável derrocada do conjunto dos fundos de pensão do planeta,
pondo em perigo todo o sistema de pensões com base no capital. Este
cataclismo financeiro terá uma dimensão humana dramática
uma vez que corresponde à chegada da idade de aposentação
da primeira vaga dos baby-boomers nos Estados Unidos, na Europa e no
Japão: os rendimentos dos fundos de pensão afundarão no
momento exacto em que devem começar a afectuar a sua primeira grande
série de pagamentos aos reformados. Neste número 23 do GEAB,
nossa equipe antecipa a evolução desta próxima crise dos
fundos de pensão, precisa os países mais afectados (nomeadamente
na Europa) e apresenta recomendações operacionais e
estratégicas para enfrentá-la.
Paralelamente, neste GEAB Nº 23 (por assinatura), o LEAP/2020 antecipa os
próximos meses desta crise sistémica global que já
é uma evidência para todos, procurando antecipar os efeitos
perversos dos empréstimos da Reserva Federal americana que
estão
em vias de fragilizar ainda mais o conjunto do sistema financeiro americano
e
analisando os riscos futuros que pesam sobre os estabelecimentos
bancários nos Estados Unidos e em certos países europeus
particularmente expostos. Paralelamente nossa equipe analisa o impacto da
actual crise económica e financeira americana sobre as probabilidades e
as consequências de um ataque ao Irão por Israel e os Estados
Unidos antes das próximas eleições presidenciais
americanas.
De qualquer forma, com o anúncio de um plano de socorro urgente do
quinto banco de negócios dos EUA, o Bear Stearns
[1]
(prelúdio à sua venda
[NR1]
ou à sua liquidação nas próximas semanas),
assiste-se claramente à falência de um grande estabelecimento
financeiro no primeiro trimestre de 2008, como a nossa equipe havia previsto no
GEAB Nº 19
[2]
.
Simultaneamente, o dólar americano retomou a sua queda livre em
relação ao Euro, ao Yen, ao Yuan, o ouro está a mais de
US$1000 por onça, o petróleo a mais de US$110 por barril, as
bolsas mundiais numa baixa de 20% num trimestre, e a última tentativa de
travar a crise financeira com o empréstimo de US$200 mil milhões
aos bancos pelo Federal Reserve aos bancos já mostrou o seu fracasso ...
todos os fundamentos da ordem económico-financeira destas últimas
décadas estão a entrar em colapso sob os nossos olhos, a um ritmo
cada vez mais rápido. Estão reunidos todos os sinais de uma
crise sistémica
[3]
.
A tomada de consciência a partir de agora generalizada de que o mundo
enfrenta uma crise de amplitude e natureza novas já permitiu aos nossos
investigadores afinar algumas das suas antecipações. Assim, no
que se refere às divisas, nossa equipe propôs-se a rever as suas
estimativas acerca do valor do dólar americano em relação
às outras três divisas mundiais estratégicas, o Euro, o Yen
e o Yuan. Assim, LEAP/E2020 estima que doravante a taxa Euro-US$
atingirá 1,75 no fim de 2008 (ao invés de 1,70 como havia
antecipado a nossa equipe em 2006), a taxa US$-Yen cairá para 90 e a
taxa US$-Yuan para 6
[4]
.
Diante da amplitude da Muito Grande Depressão estado-unidense, doravante
em pleno desenvolvimento
[6]
, o LEAP/E2020 felicita-se por constatar que as autoridades americanas, na
sequência de numerosos protestos, decidiram finalmente manter a
publicação sintética dos indicadores económicos dos
EUA no sítio
EconomicIndicators.Gov
. Num período tão perturbado, é com efeito importante que
a informação estatística sobre a economia dos Estados
Unidos permaneça facilmente e amplamente disponível. As
finanças de uma multidão de actos privados e públicos,
individuais e colectivos, dele dependem.
Nesta mesma lógica, o Federal Reserve de Atlanta faz uma obra
útil ao divulgar gratuitamente um DVD intitulado "Preparar-se para a
crise: reconectar seu fluxo vital" ("
Crisis Preparedness: Reconnecting the Financial Lifeline
"), que permite aos operadores de toda
espécie anteciparem a crise e, portanto, prepararem-se melhor
[8]
. Na perspectiva da fase de colapso da economia real dos Estados Unidos,
prevista para Setembro de 2008 pelo LEAP/E2020
[9]
, estes conselhos oficiais ganham um significado especial. Nomeadamente, como
sublinhámos há meses, em caso de crise grave "a liquidez
é rei" ("Cash becomes king" como reitera este DVD), quer
a crise seja ligada a um desastre natural ou provocada pelo homem, como ilustra
perfeitamente o facto de que as companhias de seguros americanas já
perderam mais dinheiro por causa crise das subprimes do que por causa do
ciclone Katrina, apesar de este ter sido o pior desastre natural da
história dos Estados Unidos
[10]
.
Para concluir, curvas como esta acima ilustram de maneira gritante quanto a
situação é infinitamente mais grave do que aquilo que
podem mesmo imaginar os mais sagazes dirigentes (e eles não são
muito numerosos). Ela mostra a que ponto o sistema financeiro americano, e por
trás de si aquele de uma grande parte do planeta, está
mortalmente atingido. Os bancos dos EUA não têm mais dinheiro;
é tão simples e dramático como isso O contágio vai
agora entrar numa segunda etapa do seu desenvolvimento e vai, portanto, gerar
uma nova série de falências bancárias daqui até ao
Verão, como antecipado no
GEAB Nº 20
, o que implica a ruptura do
sistema financeiro mundial na segunda metade de 2008.
Notas
(1) Fonte :
Reuters
, 14/03/2008
(2) No
GEAB Nº 19
havíamos anunciado a data de Fevereiro de 2008, e
foi finalmente a 14 de Março que este primeiro banco americano deixou de
cumprir os seus compromissos. Recordamos que doravante, conforme nossa
antecipação de Novembro de 2007, outros bancos americanos,
europeus e asiáticos vão se seguir.
(3) O
CNN/Money
titula correctamente seu dossier especial: "Problema
Nº 1: O dinheiro da América". Trata-se com efeito,
basicamente da evaporação pura e simples de milhões de
milhões de dólares americanos que se acumularam de maneira
ilusória nestes últimos anos nas contas de estabelecimentos
financeiros, de empresas, de particulares e do governo, através de todo
o planeta. Foi exactamente este o problema detectado pela nossa equipe desde o
princípio de 2006.
(4) O LEAP/E2020 deseja sublinhar que se os Estados Unidos e Israel
lançarem este ano um ataque contra o Irão, nossas estimativas,
desenvolvidas no GEAB Nº 23, são ainda mais negativas para o valor
do dólar americano daqui até o fim de 2008. Quanto aos rumores
de uma acção concertada dos bancos centrais para por fim à
queda da divisa americana, sejamos claros: eles não têm qualquer
fundamento. Uma tal acção não pode ser executada,
doravante os bancos centrais têm interesses divergentes devido à
desconexão entre as grandes regiões económicas mundiais,
como antecipou o LEAP/E2020 há vários meses. O colapso do
dólar americano resulta da entrada em recessão da economia
americana e de uma desvalorização correlata de 50% em
relação às outras grandes divisas.
(5) Moedas do índice do dólar: Euro, Yen, Dólar
canadiano, Libra britânica, Franco suíço e Coroa sueca. Se
o Yuan chinês fosse integrado neste índice a sua queda seria ainda
mais forte.
(6) Até já existem sítios web especializados neste
assunto, como
Depression2.TV
, cujo subtítulo é eloquente:
"Sobreviver à segunda grande depressão".
(7) Extracto do comunicado publicado no sítio
EconomicIndicators.Gov
:
"... a ESA (Economics and Statistics Administration) previra inicialmente
cessar o serviço (de publicação dos indicadores) por
razões orçamentais, mas face às reacções
recebidas, foi tomada a decisão de continuar o sítio...".
(8) Fonte:
Banking Information
, Federal Reserve Bank of Atlanta (para
encomendar o DVD junto ao Fed de Atlanta, clique
aqui
).
(9) Ver
GEAB N° 22
(10) Fonte :
Bloomberg
, 14/03/2008
[NR1]
O Bear foi vendido a 17 de Março, por imposição do Fed, a preço de saldo.
Mesmo assim foi preciso que o Fed financiasse o banco comprador (J.P.Morgan)
para
este aceitar a compra.
[*]
Global Europe Anticipation Bulletin. Comunicado público Nº 23, de
15/Março/2008.
O original encontra-se em
www.leap2020.eu
Este comunicado encontra-se em
http://resistir.info/
.
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