Implicações do discurso de Bush em 7 de Outubro

A aventura militar de Bush ameaça o futuro da humanidade

por Michel Chossudovsky [*]

"Aqueles que abrigam terroristas
são tão culpados como os próprios terroristas..."
(George W. Bush, "Remarks on Iraq",
Cincinnati Museum Center, Cincinnati, Ohio, 7 October 2002)


Manifestação contra a guerra nos Estados Unidos Estamos no momento da mais importante crise da história moderna.

Em consequência dos trágicos acontecimentos do 11 de Setembro, na maior demonstração de poder militar desde a Segunda Guerra Mundial, a administração Bush embarcou numa aventura militar que ameaça o futuro da humanidade.

Esta ameaça foi reconfirmada pelo presidente Bush na intervenção televisada de 7 de Outubro, a qual foi difundida no primeiro aniversário do bombardeamento americano do Afeganistão.

Esta guerra de facto já começou com os raids de bombardeamento dos EUA-Reino Unido contra o Iraque. A administração Bush estava à espera do carimbo do Congresso dos EUA para proceder um ataque total. Palavras do presidente Bush no seu discurso de 7 de Outubro:

Logo após esta semana, o Congresso do Estados Unidos votará acerca deste assunto. Pedi ao Congresso para autorizar a utilização de militares americanos, se se demonstrar necessário, para forçar as exigências do Conselho de Segurança da ONU. Aprovar esta resolução não significa que a acção militar esteja iminente ou seja inevitável. A resolução dirá às Nações Unidas, e todas as nações, que a América fala com um só voz e está determinada a fazer as exigências do mundo civilizado significarem alguma coisa. O Congresso também estará a enviar uma mensagem ao ditador do Iraque: que sua única possibilidade — sua única possibilidade é o pleno cumprimento, e que o tempo restante para tal escolha é limitado.

Londres manifesta-se contra a guerra, 28 de Setembro Apesar do crescente repúdio público nos EUA e internacionalmente, a Casa e o Senado estão a trabalhar numa resolução que autorizará o presidente Bush a "usar as Forças Armadas dos Estados Unidos quando ele considerar necessário e apropriado" no Iraque.

O povo americano deve entender as implicações da decisão do presidente Bush. Uma guerra contra o Iraque abrangerá uma região muito mais vasta, estendendo-se desde o Mediterrâneo até o Oriente Médio e a Ásia Central, integrando vários teatros de guerra.

Esta guerra ao Iraque, apresentada à opinião pública pelo presidente Bush como parte da "guerra ao terrorismo", não exclui o uso preventivo de armas nucleares numa base de primeiro ataque (first strike).

Além disso, o Pentágono confirmou sua intenção de estender a campanha militar ao Irão. Também confirmou que a não tão escondida agenda desta guerra é "proteger os interesses vitais dos Estados Unidos na região — acesso ininterrupto e seguro dos EUA e aliados ao petróleo do Golfo".

Os vastos interesses e objectivos de segurança nacional expressos na National Security Strategy (NSS) do presidente e a sua National Military Strategy (NMS) constituem o fundamento da estratégia do teatro da guerra do Comando Central dos Estados Unidos. O NSS orienta a implementação de uma estratégia de dupla contenção dos Estados vilões do Iraque e do Irão na medida em que aqueles Estados apresentam uma ameaça aos interesses dos EUA, a outros Estados na região e aos seus próprios cidadãos. A dupla contenção é concebida para manter o equilíbrio de poder na região sem depender do Iraque ou do Irão. A estratégia do teatro da USCENTCOM está baseada nos interesses e foca as ameaças. A finalidade do engajamento dos EUA, tal como se sustenta na NSS, é proteger os interesses vitais dos Estados Unidos na região — acesso ininterrupto e seguro dos EUA/aliados ao petróleo do Golfo (USCENTCOM, http://www.milnet.com/milnet/pentagon/centcom/chap1/stratgic.htm#USPolicy )

Israel e os perigos da guerra nuclear

A guerra em andamento travada por Israel contra o povo palestino é uma parte inseparável da Nova Estratégia de Guerra dos EUA. Uma invasão do Iraque inevitavelmente desencadearia uma guerra mais vasta por toda a parte do Oriente Médio em que Israel definitivamente estaria alinhada com o exico militar anglo-americano.

As ogivas nucleares de Israel estão apontadas para Bagdade e as principais cidades do Oriente Médio.

Segundo John Steinback, uma das maiores autoridades acerca do programa nuclear de Israel:

...a existência de um arsenal [israelense] de destruição em massa numa região tão instável ... tem sérias implicações para futuras negociações sobre controle de armas e desarmamento, e coloca mesmo a ameaça da guerra nuclear. Seymour Hersh adverte: "Se a guerra estourasse outra vez no Oriente Médio, ... ou se qualquer país árabe disparasse mísseis contra Israel, como fizeram os iraquianos, uma escalada nuclear, outrora impensável excepto como último recurso, seria então uma forte probabilidade". E Ezar Weissman, actual presidente de Israel, declarou: "A questão nuclear está a ganhar momento [e a] próxima guerra não será convencional". ... A posse unilateral de armas nucleares por Israel é enormemente desestabilizadora e rebaixa dramaticamente o patamar para a sua utilização real, se não para a guerra nuclear total. Nas palavras de Mark Gaffney, "... se o padrão familiar [Israel a aperfeiçoar suas armas de destruição em massa com a cumplicidade dos EUA] não for revertido em breve — por não importa que razão — o aprofundamento do conflito do Oriente Médio poderia desencadear uma conflagração mundial".

Muitos actvistas pela paz no Oriente Médio têm sido relutantes em discutir o monopólio israelense de armas nucleares na região, o que muitas vezes conduz a análises incompletas e desinformadas e a estratégias de acção enviesadas. Colocar a questão das armas israelenses de destruição em massa directa e honestamente sobre a mesma, e a respectiva agenda de acção, teria vários efeitos salutares. Primeiro, exporia uma dinâmica desestabilizadora primária que conduz a corrida de armas no Oriente Média e obrigaria cada um dos Estados da região a procurarem a sua própria "dissuasão". Segundo, exporia o grotesco duplo padrão que encara os EUA e a Europa por um lado, condenando o Iraque, o Irão e a Síria por desenvolverem armas de destruição em massa, enquanto simultaneamente protege e ajuda o principal culpado. (John Steinbach, Israeli Weapons of Mass Destruction: a Threat to Peace, http://www.globalresearch.ca/articles/STE203A.html , CRG, March 2001)

O pretexto para iniciar uma guerra: "Os EUA estão sob ataque"

A legitimidade desta guerra depende da narrativa oficial do 11 de Setembro. "Os EUA estão sob ataque". A guerra contra o Iraque é apresentada como uma operação preventiva para "defender-nos" contra terroristas e Estados vilões.

A administração Bush carece de legitimidade aos olhos da opinião pública, nomeadamente no facto de que ao lançar a guerra no Iraque está a actuar em resposta aos trágicos eventos do 11 de Setembro.

O presidente Bush justifica seus planos de guerra pela citação do antigo chefe dos inspectores de armas Butler, que até recentemente era uma inflexível apoiante da administração americana:

Pelas acções passadas e presentes, pelas suas capacidades tecnológicas, pela natureza impiedosa do seu regime, o Iraque é único. Como declarou um antigo chefe dos inspectores de armas da ONU, "O problema fundamental com o Iraque jaz na própria natureza do regime. Saddam Hussein é um ditador homicida que está viciado em armas de destruição em massa" (GWB, 7 de Outubro).

A declaração de Butler foi feita um ano atrás, no seguimento imediato do 11 de Setembro. Numa amarga ironia, o homem citado no discurso do presidente está agora a acusar a administração Bush de "padrões duplos". Numa recente declaração de 2002 Butler afirma que:

"mesmo americanos educados estavam surdos a argumentos acerca da hipocrisia da sua posição sobre armas nucleares...

Minhas tentativas para fazer com que americanos entrassem dentro das discussões acerca de duplos padrões constituíram um fracasso completo — mesmo com pessoas altamente educadas e comprometidas... Por vezes sentid que estava a falar para eles em marciano, tão profunda é a sua incapacidade para entender... O que a América necessita entender é que suas armas de destruição em massa são um problema tão grande quanto aquele do Iraque... [A ideia enraizada entre os americanos é que há] boas armas de destruição em massa e outras que são más...

Um dos meus momentos mais duros em Bagdade foi quando os iraquianos pediram que eu explicasse porque eles deveriam ser perseguidos por suas armas de destruição em massa quando, ali do outro lado da estrada, estava Israel, que era conhecido por possuir cerca de 200 armas nucleares...

Confesso, também, que vacilei quando ouvi as críticas fulminantes de americanos, britânicos e franceses contra armas de destruição em massa, ignorando o facto de que eles são os orgulhosos possuidores de quantidades maciças daquelas armas, insistindo sem pedir desculpas em que elas são essenciais para a sua segurança nacional, e que assim permanecerão" (citado em Sydnei Morning Herald, op cit)

Bush liga Saddam Hussein a Osama bin Laden

No seu discurso de 7 de Outubro o presidente Bush liga Saddam Hussein a Osama bin Laden:

"Sabemos que o Iraque e a rede terrorista al Qaeda partilham um inimigo comum — os Estados Unidos da América. Sabemos que o Iraque o al Qaeda tiveram contactos de alto nível que remontam a uma década. Alguns dirigentes do al Qaeda que fugiram do Afeganistão foram para o Iraque...

A evidência apresentada abaixo confirma que a administração Bush (ao contrário da do Iraque) apoiou e auxiliou o terrorismo internacional:

Ligações entre o Governo dos EUA e Al Qaida

A evidência agora confirma amplamente que o pretexto para travar "a guerra ao terrorismo" — a qual agora inclui por extensão — a guerra ao "Estados vilões" (incluindo o Iraque) foi totalmente fabricada. Os terroristas do 11 de Setembro não actuaram por sua própria vontade. Os sequestradores suicidas foram instrumentos numa operação de inteligência cuidadosamente planeada. E não foi o Iraque e sim o Paquistão, aliado americano, que apoiou a Al Qaida.

A evidência de fontes oficiais confirma que a Al Qaeda é apoiada pela inteligência militar do Paquistão, o Inter-services Intelligence (ISI). Tal como foi amplamente documentado, o ISI é apoiado pela CIA e há ligações estreitas entre as duas agências (Michel Chossudovsky, The Role of Pakistan's Military Intelligence Agency (ISI) in the September 11 Attacks, November 2001)

Além disso, documentos oficiais que incluem transcrições do Congresso confirma que a Al Qaida é de facto uma criação da CIA, nomeadamente um "activo de inteligência".

Desde a guerra soviético-afegã e durante a era pós-Guerra Fria, "a base militante islâmica" foi utilizada por sucessivas administrações dos EUA para efectuar operações encobertas na antiga União Soviética e nos Balcãs (Ver Michel Chossudovsky, Who is Osama bin Laden , 12 September 2001).

Ligações governo dos EUA-Al Qaida na Bósnia (anos 90)

No decorrer da década de 90, agência dos governo dos EUA colaboraram com o Al Qaida num certo número de operações encobertas, como foi confirmado por um relatório de 1997 do Comité do Partido Republicano (Congresso dos EUA):

O envolvimento, pelas mãos da administração Clinton, com a rede de tráfico de armas incluiu inspeções de mísseis do Irão por responsáveis do governo do EUA; a Third World Relief Agency (TWRA), baseada no Sudão, uma falsa organização humanitária, foi uma ligação importante no tráfico de armas para a Bósnia. Considera-se que a TWRA está conectada com figuras destacadas da rede de terror islâmico como Sheik Omar Abdel Rahman (o condenado cérebro por trás do bombardeamento de 1993 do World Trade Centre) e Osama bin Laden, um rico emigrado saudita que se acredita financiar numerosos grupos militantes (Congressional Press Release, Republican Party Committee (RPC), U.S. Congress, Clinton-Approved Iranian Arms Transfers Help Turn Bosnia into Militant Islamic Base, Washington DC, 16 January 1997, disponível no sítio web do Centre of Research on Globalisation (CRG) em http://globalresearch.ca/articles/DCH109A.html) .

Por outras palavras, o relatório do Comité do Partido Republicado confirma inequivocamente a cumplicidade da administração Clinton com várias organizações fundamentalistas islâmicas incluindo a Al Qaida de Osma bin Laden.

Por outras palavras, a administração Clinton estava "abrigando terroristas" (para utilizar a expressão de GWB no seu discurso de 7 de Outubro).

Os republicanos queriam minar a administração Clinton. Contudo, no tempo em que todo o país tinha os olhos fixados no escândalo de Monica Lewinsky, eles sem dúvida preferiram não disparar um prematuro caso "Irão-Bosniagate", o qual poderia ter indevidamente divergido a atenção pública para longe do escândalo Lewinsky.

Os republicanos quiseram destituir (to impeach) Bill Clinton por ter mentido ao povo americano a respeito do seu caso com a estagiária da Casa Branca, Monica Lewinsky. Acerca de mentiras mais substanciais de política externa respeitantes a tráfico de droga e operações encobertas no Balcãs, democratas e republicanos concordaram em uníssono, sem dúvida pressionados pelo Pentágono e pela CIA para não deixarem escapar o segredo.

Ligações do governo dos EUA com o Al Qaeda na Macedonia (2001)

Umas poucas semanas antes do 11 de Setembro de 2001, conselheiros militares senior dos EUA, de uma firma mercenária privada ligada por contrato ao Pentágono, estavam a combater ao lado do mujahideen nos ataques terroristas às forças da Segurança Macedonia.

Como foi amplamente documentado pela imprensa macedonia e por declarações emitidas pelas autoridades macedonias, o governo americano e a Rede Militante Islâmica estavam a trabalhar em estreita colaboração no apoio e financiamento ao auto-proclamado Exército de Libertação Nacional (NLA), o qual estava envolvido nos ataques terroristas na Macedonia.

Os terroristas do KLA-NLA foram financiados por ajuda militar americana, pelo orçamento da força de manutenção de paz das Nações Unidas no Kosovo, e também por várias organizações islamicas incluindo a Al Qaida de Osama bin Laden. Também foi usado dinheiro da droga para financiar os terroristas com a cumplicidade do governo americano. O recrutamento do Mujahideen para combaterem nas fileiras do NLA na Macedonia foi efectuado através de vários grupos islamicos.

Conselheiros militares americanos misturados com Mujahideen dentro da mesma força paramilitar; mercenários ocidentais de países da NATO a combaterem lado a lado com Mujahideen recrutados no Oriente Médio e na Ásia Central. E os media dos EUA chamam a isto um feitiço que se volta contra o feiticeiro (blowback) pois os assim chamados activos de inteligência voltam-se contra os seus patrocinadores.

Os militares americanos estavam a colaborar directamente com o Al Qaida apenas umas poucas semanas antes do 11 de Setembro. Alguém poderia, portanto, esperar que a CIA estivesse completamente informada sobre as actividades e paradeiros dos seus "activos de inteligência".

Por outras palavras, a ênfase dos media no conhecimento prévio e nos chamados lapso do FBI serve para distrair a atenção do público da questão mais vasta da fraude política. Nem uma palavra foi mecionada quanto ao papel da CIA, a qual ao longo de toda a era pós Guerra Fria ajudou e cooperou com o Al Qaida de Osama bin Laden como elemento das suas operações encobertas.

Enquanto agentes individuais do FBI estão muitas vezes inconscientes do papel da CIA, a relação entre a CIA e o Al Qaida é conhecida nos níveis superiores do FBI. Membros da administração Bush e do Congresso dos EUA têm pleno conhecimento destas ligações.

Por outras palavras: a questão do conhecimento prévio, que foca os lapsos do FBI, é uma óbvia cortina de fumaça. Enquanto o assobiar para cima serve para salientar as fraquezas do FBI, o papel de sucessivas administrações dos EUA (desde a presidência de Jimmy Carter), no apoio à "Base Militante Islâmica", é simplemente não mencionado.

O papel da Inteligência Militar do Paquistão nos ataques terroristas do 11 de Setembro.

O presidente Bush declara no seu discurso que:

aqueles que abrigam terroristas são tão culpados como os próprios terroristas. Saddam Hussein está a abrigar terroristas e os instrumentos de terror, os instrumentos de morte em massa e de destruição. E não se pode confiar nele. Simplesmente há demasiado risco de que ele as use, ou forneça-as a uma rede de terror.

A evidência confirma que a agências do governo dos EUA abrigaram os terroristas do 11 de Setembro utilizando a inteligência militar do Paquistão (ISI) como intermediária.

O FBI confirmou no fim de Setembro, numa entrevista com a ABC New (a qual passou virtualmente desapercebida), que o líder principal do 11 de Setembro, Mohammed Atta, foi financiado no Paquistão por fontes não nomeados:

Relativamente ao 11 de Setembro, autoridades federais disseram à ABC News que haviam traçado o rastro de mais de US$ 100 mil de bancos no Paquistão para dois bancos na Flórida, para contas possuídas pelo suspeitado sequestrador principal, Mohammed Atta. A revista Time igualmente relatou que uma parte daquele dinheiro veio poucos dias antes do ataque e seu rastro conduz directamente para pessoas conectadas com Osama bin Laden. Isto é parte do que foi um esforço até agora com êxito do FBI para fechar os canais para os altos comandantes dos sequestradores, os homens do dinheiro, os planeadores e cérebros (Declaração de Brian Ross ao relatar acerca de informação conduzida pelo FBI, ABC News, This Week, September 30, 2001).

O FMI tem informação acerca das "pegadas" do dinheiro. Eles sabiam exactamente quem estava a financiar os terroristas. As descobertas do FBI foram confirmadas pela Agence France Presse (AFP) e pelo Times of India (09/Out/2001), citando um relatório oficial da inteligência indiana (o qual foi despachado para Washington). De acordo com estes dois relatórios, o dinheiro utilizado para financiar os ataques do 11 de Setembro foram alegadamente transferidos para o sequestrador Mohammed Atta a partir do Paquistão, por Ahmad Umar Sheikh, por solicitação do chefe do ISI, General Mahmoud [Ahmad]". De acordo com a AFP (citando a fonte de inteligência): "A evidência que fornecemos aos EUA é de um espectro muito mais vasto e profundo do que simplesmente um pedaço de papel ligando um general vilão a algum acto deslocado de terrorismo" (AFP, 10/Out/2001. Pormenores completos sobre a conexão ISI estão contidos em Guerra e globalização, a verdade por trás do 11 de Setembro, , de Michel Chossudovsky, Global Outlook and CRG, 2002, ver Michel Chossudovsky, Fraude política: A ligação faltante por trás do 11 de Setembro , CRG, June 2002).

Agora, aconteceu exactamente que o General Mahmoud Ahmad, o alegado "homem do dinheiro" por trás do 11 de Setembro, estava nos EUA quando os ataques se verificaram. Ele chegou a 4 de Setembro, uma semana antes do 9 de Setembro, naquilo que foi descrito como uma visita de rotina para consultas com os seus colegas americanos.

A misteriosa reunião ao pequeno almoço, em 11 de Setembro, no Capitol Hill, com o alegado homem do dinheiro do 11 de Setembro

Na manhã do 11 de Setembro o General Mahmoud Ahmad, o alegado "homem do dinheiro" por trás dos sequestradores do 11 de Setembro, estava numa reunião ao pequeno almoço no Capitol Hill, convidado pelo senador Bob Graham (democrata) e o representante Porter Goss, Presidente do Senado e dos Comités de Inteligência da Casa, respectivamente. A assunto em pauta desta reunião ao pequeno almoço era a cooperação do Paquistão em andamento após os terroristas.

A administração Bush havia não só proporcionado um tratamento de luxo (red carpet) ao alegado "homem do dinheiro" por trás dos ataques do 11 de Setembro como também solicitado a sua "cooperação" na "guerra ao terrorismo". Os termos precisos desta "cooperação" foram acordados entre o General Mahmoud Ahmad, representando o governo paquistanês, e o Deputy Secretary of State Richard Armitage em reuniões no Departamento de Estado em 12 e 13 de Setembro.

Por outras palavras, a administração decidiu na sequência imediata do 11 de Setembro solicitar a cooperação do ISI do Paquistão "na busca de Osama", apesar do facto (documentado pelo FBI) de que o ISI estava a financiar e cooperar com os terroristas do 11 de Setembro.

Durante a sua visita, o General Mahmoud, o alegado homem do dinheiro por trás do 11 de Setembro teve reuniões com responsáveis superiores da administração Bush e membros do Congresso dos EUA. Estes incluem o secretário de Estado Colin Powell (12-13/Set), o secretário de Estado Richard Armitage (12-13/Set), o sub-secretário de Estado Marc Grossman (antes de 11/Set).

O director da CIA George Tenet (antes de 11/Set), o senador Bob Graham, presidente do Comité de Inteligência do Senado (11/Set), o senador John Kyl, membro do Comité de Inteligência do Senado (11/Set), o representante Porter Goss, presidente do Comité de Inteligência da Casa (11/Set), o senador Joseph Biden, presidente do Comité de Relações Exteriores (13/Set).

Numa amarga ironia, o rep. Porter Goss e o senador Bob Graham, os homens que hospedaram o misterioso reunião de pequeno almoço em 11 de Setembro com o alegado "alto comandante do sequestrador" foram colocados como responsáveis pela investigação e audições públicas acerca das chamadas "falhas de inteligência".

Estas ligações ao ISI do Paquistão deveriam ser o ponto de partida de uma investigação. Enquanto centenas de pessoas foram presas por acusações forjadas, membros chave da administração Bush têm laços pessoais com o alegado "homem do dinheiro".

Certamente isto deveria ser o objecto de uma investigação, ao invés de um encobrimento do alegado papel do ISI nos ataques do 11 de Setembro. Enquanto isso a administração Bush está a culpar o Iraque por cumplicidade.

Ludibriando a opinião pública

Milhões de pessoas foram ludibriadas quanto às causas e consequências do 11 de Setembro. A assim chamada "Guerra ao terrorismo" é uma mentira. Como está amplamente documentado, o pretexto para travar esta guerra é totalmente fabricado.

Enquanto a administração Bush põe em andamento, em várias etapas, a sua "guerra ao terrorismo", a evidência (incluindo montanhas de documentos oficiais) confirma amplamente que sucessivas administrações dos EUA apoiaram, colaboraram e abrigaram o terrorismo internacional

As realidades foram invertidas

Actos de guerra são apregoados no discurso do presidente Bush como "intervenções humanitárias" destinadas a restaurar a "democracia". A ocupação militar e o assassinato de civis são apresentados como operações de manutenção de paz.

A abolição de liberdades civis — pela imposição da assim chamada legislação anti-terrorista — é retratada pelo presidente Bush como um meio de proporcionar "segurança interna" e confirmar liberdades civis:

Não pedimos o presente desafio, mas aceitamo-lo. Tal como outras gerações de americanos, cumpriremos com a responsabilidade de defender a liberdade humana contra a violência e a agressão. Com a nossa resolução, daremos fortaleza a outros. Com a nossa coragem, daremos esperança a outros. E com as nossas acções, asseguraremos a paz e conduziremos o mundo para dias melhores (GWB, 07/Out/2002).

"Mudança de regime" nos EUA

O 11 de Setembro é o pretexto para travar uma guerra, a qual ameaça o futuro da humanidade. Quando encarado historicamente, o 11 de Setembro é a maior fraude na história americana.

Os perigos de uma possível Guerra Mudnial desencadeado por um ataque ao Iraque devem ser apresentados e entendidos.

Descobrir e revelar aos cidadãos nossos companheiros as mentiras por trás do 11 de Setembro constitui a base sobre a qual podemos efectivamente reverter os planos de guerra da administração Bush e impedir que a guerra venha a ocorrer.

Quanto estes vários actos de encobrimento e cumplicidade política forem revelados e plenamente compreendidos, a legitimidade da chamada "guerra ao terrorismo" — incluindo a guerra ao Iraque — entrará em colapso "como um castelo de cartas".

A tremelicante legitimidade da administração Bush será estilhaçada. Em contrapartida, esta perda de legitimidade será a base para efectuar uma "mudança de regime" na América.

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[*] Professor da Universidade de Ottawa.

O original deste artigo encontra-se em http://globalresearch.ca/articles/CHO210A.html

Este artigo encontra-se em http://resistir.info

11/Out/02