China lança o seu 14º Plano Quinquenal
Em meio às incertezas da pandemia e da tensão crescente
com os EUA
por Yang Jing
Com o ano de 2020 a chegar ao fim sob a sombra da pandemia COVID-19, a China
está a preparar-se para seu novo Plano Quinquenal (PQ) 2021-2025, o
14º plano, para orientar a segunda maior economia do mundo nos
próximos cinco anos.
O que é um "plano quinquenal"?
Os Planos Quinquenais, também conhecidos como planos quinquenais de
desenvolvimento económico e social, são um conjunto de
iniciativas que traçam as estratégias e metas do país para
o crescimento num período de cinco anos.
Para cada PQ, o Comité Central do Partido Comunista da China (PCC)
discute e revela o esboço, que então é apresentado para
revisão e aprovação pelo Congresso Nacional do Povo, a
principal legislatura do país.
A partir de 1953, a China fez 13 PQs, percorrendo o caminho de desenvolvimento
de país agrícola não industrializado para o da segunda
maior economia do mundo.
A China estabeleceu um sistema industrial de base no primeiro PQ. Desde o
7º PQ, as pessoas não sofrem mais com falta de alimentos e
vestuário.
Durante o 11º PQ, a China foi classificada pelo Banco Mundial como um
país de rendimento médio alto, parte de um grupo de economias com
Rendimento Nacional Bruto per capita entre cerca de US$4.000 e US$12.000.
Com a China a tornar-se uma economia muito mais voltada para o mercado, o nome
oficial do 11º PQ (2006-2010) mudou de "plano de cinco anos"
para "orientação de cinco anos".
Embora a tradução em inglês permaneça a mesma na
maioria dos casos, há mudanças reais no programa.
Desde o 11º PQ, a China enfatizou mais a direcção do
desenvolvimento do que o estabelecimento de metas obrigatórias e
elaborou estratégias envolvendo a sociedade e as empresas em conjunto
com o governo, disse Li Yong, membro sénior da Associação
Chinesa de Comércio Internacional, à CGTN em 20 de Outubro.
Embora ainda existam algumas metas quantitativas, elas não são
obrigatórias e é comum que os números reais sejam
diferentes deles, disse Li.
O que alcançou o 13º Plano Quinquenal?
O 13º Plano Quinquenal (2016-2020), o primeiro sob a liderança do
PCC com Xi Jinping como núcleo, verifica-se no primeiro
centenário do PCC.
O PCC e a República Popular da China foram estabelecidos em 1921 e 1949,
respectivamente. O PCC estabeleceu objectivos a serem cumpridos até 2021
e 2049 a fim de assinalar o 100º aniversário dessas duas
importantes datas.
O primeiro objectivo do centenário de 2021 é "construir uma
sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos", o que
significa assegurar que o desenvolvimento do país melhore a vida de
todos o seu povo, especialmente daqueles que vivem na pobreza.
Embora a economia da China tenha estado sob pressão baixista e a
enfrentar um ambiente externo desfavorável nos últimos anos, a
maioria dos objectivos da China no 13º PQ provavelmente serão
alcançados até o final de 2020, excepto o crescimento do PIB e o
crescimento do rendimento familiar, os quais foram atingidos pela inesperada
pandemia do COVID-19.
Além do que está listado na tabela acima, a China também
fez melhorias no seu ambiente de negócios e reformas na estrutura da
economia.
A classificação da China no estudo
Doing Business 2020
do Banco Mundial subiu para o 31º lugar, contra 84º em 2016.
Em 2019, o sector de serviços respondia por 53,9% do PIB total, 3,4
pontos percentuais a mais do que em 2015.
Entretanto, permanecem tarefas mais árduas para a China enfrentar,
incluindo problemas estruturais e incertezas trazidas pela tensão
China-EUA.
Por exemplo, os sistemas fundiários e de residência da China
têm sido obstáculos chave para a sua urbanização e
construção de uma economia voltada para o consumidor.
O presidente chinês Xi Jinping, também secretário-geral do
Comité Central do PCC, prometeu tomar mais medidas para romper
"arraigadas e profundas barreiras institucionais". Essa promessa foi
feita em 24 de Agosto numa reunião em Pequim com peritos discutindo
tópicos relativos ao próximo plano quinquenal.
24/Outubro/2020
O original encontra-se em
news.cgtn.com/...
Este artigo encontra-se em
https://resistir.info/
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