Perito em tortura da ONU condena perseguição a Julian Assange
Esforços para libertar o jornalista intensificam-se antes da
cimeira do G7
Esforços para libertar Julian Assange, o fundador da WikiLeaks, do
Presídio de Belmarsh no Reino Unidos foram reforçados esta semana
antes da cimeira do G7 com uma acção em Genebra, uma
petição, e uma intervenção do relator especial da
ONU sobre tortura.
A noiva de Assange, Stella Moris; o presidente da municipalidade de Genebra,
Frederique Perler e o relator especial da ONU sobre tortura, Nils Melzer,
apelou sexta-feira à libertação do jornalista e a um fim
aos procedimentos de extradição dos EUA contra ele.
Melzer, que também foi responsável pelos direitos humano na
Academia de Genebra, classificou o encarceramento de Assange como "um dos
maiores escândalos judiciais da história" e mencionou o
fundador da WikiLeaks, bem como os denunciantes Edward Snowden e Chelsea
Manning, como os "esqueletos nos armários dos países
ocidentais".
"É a história de homem a ser perseguido na nossa parte do
mundo por ter contado a verdade", disse Melzer. "Ele revelou crimes
de guerra, ele revelou tortura, ele revelou corrupção. É
uma verdade inconveniente.
"Estão vocês a ensinarem aos seus filhos que é uma
coisa boa ou uma coisa má contar a verdade?", continuou ele,
concluindo que não pode deixar aos seus filhos um mundo "onde se
tornou um crime contar a verdade, uma vez que isto tenha acontecido, estamos a
viver em tirania".
Um monumento temporário a Assange, Snowden e Manning foi desvelado em
Genebra na sexta-feira. A instalação de arte móvel, feita
pelo artista italiano David Dormino em 2015 e alcunhada "Algo a
dizer?" mostra as três figuras de pé sobre cadeiras com uma
quarta cadeira vazia ao seu lado. Uma
petição
lançada pelo Clube de Imprensa de Genebra também entrou em
funcionamento, exigindo a libertação imediata de Assange.
"Em nome do respeito por direitos humanos inalienáveis e dos
valores promovidos por organizações de direitos humanos com sede
em Genebra, o Clube de Imprensa de Genebra apelou às autoridades
britânicas a que "recusassem a extradição de Julian
Assange e o restituíssem à liberdade" e ao governo dos EUA a
"cancelar a perseguição a Julian Assange".
O Clube de Imprensa de Genebra também apelou a estados
democráticos tais como a Suíça a "assegurarem que
Julian Assange [tenha] um território de refúgio onde possa
proteger-se de novas perseguições".
Embora não tenha sido culpado de qualquer crime, Assange passou mais de
dois anos no Presídio de Belmarsh de Sua Majestade, uma prisão de
máxima segurança que tem abrigado alguns dos mais infames e
perigosos criminosos do Reino Unido, incluindo vários terroristas
notórios, assassinos em série e violados. Assange permanece em
Belmarsh apesar de uma juíza ter determinado em Janeiro que ele
não podia ser extraditado para os Estados Unidos devido a
preocupações de saúde mental.
A noiva de Assange afirmou no sábado que o jornalista "mal se
aguenta" na prisão e que tem estado "num estado
terrível, incapaz de sequer pronunciar uma sentença
completa", uma vez que está confinado numa pequena cela durante 22
horas por dia.
"Julian não é violento, não é um perigo para a
sociedade". Ele é um editor e este caso é sobre liberdade de
informação. Esta situação envergonha o sistema de
justiça do Reino Unido. É um flagelo para a
reputação global do Reino Unido", declarou Morris, conforme
citado pelo
Daily Mail
.
Ela considerou "inaceitável" que uma "potência
estrangeira" como os Estados Unidos seja capaz de "dizer a um
britânico o que fazer".
"Já é tempo de o presidente Joe Biden cancelar as
acusações contra Julian e Boris Johnson deveria pedir-lhe que
assim fizesse na reunião do G7 em Cornwall esta semana. Então,
esperançosamente, a justiça prevalecerá", concluiu
Morris.
O
Mail
informou que Assange "tem um quadro de cortiça" na sua cela
na prisão "na qual afixou fotos dos seus dois filhos mais jovens
Gabriel com quatro anos e Max com dois. E ele também
"alimenta um par de patos selvagens que fizeram ninho por baixo da janela
da sua cela".
A 4ª cimeira do G7 deverá ter lugar no Reino Unido entre 11 e 13 de
Junho. O Reino Unido, EUA, Canadá, França, Alemanha,
Itália, União Europeia e Japão participarão.
06/Junho/2021
Ver também:
'Snowden was right': Celebration and calls for pardon after European court rules UK spy agency GCHQ's online snooping was illegal
O original encontra-se em
www.rt.com/news/525831-un-assange-torture-g7-geneva/
Esta notícia encontra-se em
https://resistir.info/
.
|