As guerras nucleares iminentes
[1]
Os EUA estão a efectuar uma escalada alarmante rumo
à guerra nuclear.
Estão a renovar totalmente o seu arsenal nuclear estratégico, a
preparar activamente o lançamento de um "ataque preventivo", e
a desenvolver armas químicas e bacteriológicas, enquanto o
escudo anti-míssil completará um impressionante sistema ofensivo.
Uma "quarta geração" de ogivas nucleares de baixa
potência e altamente penetrantes provavelmente já foi
desenvolvida e utilizada.
Elas anulam a distinção entre armas "nucleares" e
"convencionais" e tornam factível uma guerra nuclear sem
violar formalmente os tratados existentes.
AS GUERRAS DO SÉCULO XXI AMERICANO
A esperança de eliminar armas nucleares e de destruição em
massa da superfície da Terra parecem realmente mais remotas do que
nunca. Ao contrário, o perigo da sua utilização efectiva
é actualmente mais concreto do que durante todas as décadas da
Guerra Fria. Os EUA, no quadro de uma corrida às armas sem precedentes,
apesar de uma constante redução numérica do seu arsenal
estratégico redundante,
está a executar o maior esforço de todos os tempos para
renová-lo com ogivas nucleares totalmente novas
, ao mesmo tempo em que se prepara para lançar um "ataque
preventivo". Além disso, com a instalação do escudo
anti-míssil está a construir um tremendo sistema ofensivo.
Washington também
está a desenvolver armas químicas e biológicas, ao mesmo
tempo que boicota verificações e inspecções que
poriam e execução as Convenções para a
proibição destas armas
.
Como matéria de facto, a utilização de ogivas nucleares
está a tornar-se cada vez mais conveniente nas guerra que Washington
está a planear e combaterá no futuro. De facto, as
operações de guerra da última década mostraram que
o rácio custo-efeito dos explosivos convencionais entregues por
munições guiadas com precisão resultaram ser
excessivamente elevados (alguns objectivos exigem o gasto de vários
sistemas de entrega): isto conduziu a investigação por novas
armas nucleares mais efectivas que pudessem ser aceites politicamente pelo seu
baixo custo e baixa radiactividade residual. É neste contexto que tem
de ser interpretada a decisão de Bush de Março de 2002 de
desenvolver novas ogivas nucleares de baixo custo e de penetração
profunda. Dentro desta linha, uma investigação avançada
efectuada nos grandes laboratórios de armas nucleares está a
tentar desenvolver
uma nova geração de "micro-armas nucleares"
("micro-nukes")
, que apagará a distinção entre armas nucleares e
convencionais, legitimando a utilização de armas nucleares em
conflitos convencionais, ou abaixando o patamar para um conflito nuclear, sem
violar formalmente os tratados existentes.
Deve ser enfatizada que, como a investigação e desenvolvimento
nestes campos é estritamente classificado, só são
possíveis especulações, ligando e entrecruzando
informação oficial ou evidências com pistas, lacunas de
ligações, questões abertas inquietantes. É
altamente provável que os grandes laboratórios de
investigação militar nos EUA (provavelmente também no
Reino Unido, França, Rússia, ou na antiga União
Soviética) já estejam a conceber ou construir novas armas,
baseadas provavelmente em princípios novos ou desconhecidos, que foram
testadas nas guerras travadas na última década. Deste ponto de
vista,
pode ser avançada a alarmante mas séria hipótese de que os
EUA já construíram uma "Quarta geração"
de "micro armas nucleares" e que elas já foram testadas e
provavelmente utilizadas extensivamente nas guerra da última
década
. Não tenho informação de que algum cientista tenha
levantado a questão de como uma "micro arma nuclear" poderia
contornar o problema da massa crítica para uma reacção de
cisão
(fission reaction)
sustentável
[3]
, o que autoriza a supor que algum novo mecanismo ou processo está a ser
experimentado, se não já montado e aplicado. Voltarei a este
ponto.
É certo que novos métodos de "guerra de
destruição em massa e indiscriminada" estão a ser
desenvolvidos, aperfeiçoados e utilizados naquilo que é
considerado guerra "convencional", para enfraquecer as estruturas do
inimigo, infra-estruturas, população e moral, poupando as vidas
dos próprios soldados, e além disso testando as eventuais
reacções internacionais ao uso de tais métodos. Exemplo:
os extensos bombardeamentos das fábricas químicas de Panchevo e
Novy Sad durante a guerra dos Balcãs provocou na população
civil efeitos muito semelhantes àqueles de uma verdadeira guerra
química
[4]
. No caso das munições de urânio empobrecido
(depleted uranium, DU)
[5]
, parece preocupante que, embora tenham sido desenvolvidas há muito
tempo, não tenham sido utilizadas extensivamente até o colapso da
União Soviética, começando o seu uso na Guerra do Golfo de
1991. Como matéria de facto, verifica-se que o seu uso não
provocou uma oposição internacional e interna suficientemente
forte, apesar dos quase 80 mil americanos e milhares de veteranos canadianos e
britânicos afectados pela "Síndroma do Golfo", para
não falar dos soldados europeus nos Balcãs e das
populações no Iraque, nos Balcãs e no Afeganistão.
Na avaliação habitual, as munições DU são
bombas radiológicas, "armas de efeitos indiscriminados" nos
termos do 1º Protocolo adicional das Convenções de Genebra
[6]
. Contudo, tal interpretação pode ser discutida sob mais do que
um ponto de vista. Parece difícil (pelo menos para mim) entender e
acreditar como uma substância de baixa radioactividade poderia produzir
tais generalizados e extensos efeitos sobre a saúde, embora espalhada no
ambiente e na cadeia alimentar pela explosão
"pirofórica" do DU. Além disso, algumas testemunhas
oculares relatam que os tanques atingidos por uma munição DU
(DU shell)
mostram-se profundamente distorcidos ou destruídos, além de ser
altamente radioactivo
[7]
tal efeito parece difícil de explicar na base deste efeito
"pirofórico", e pode-se suspeitar de envolver uma
espécie de fenómeno explosivo muito mais forte. Por outro lado,
como poderia a administração americana autorizar a
realização das novas "mini armas nucleares" penetrantes
se o principio e o mecanismo da sua operação já não
estivesse estabelecido? A especulação mais natural
tão fantasiosa como possa parecer poderia ser que as
munições DU já haviam estabelecido, e utilizado, alguma
nova espécie de novo processo explosivo nuclear, altamente classificado
e ainda desconhecido para a comunidade científica. Voltaremos a este
ponto com mais pormenor.
COMBATE SEM QUARTEL PELOS RECURSOS E PELO DOMÍNIO DO MUNDO
De facto, os perigos de um conflito nuclear, e da utilização de
armas de destruição em massa, vêm primariamente dos EUA, e
não dos países apontados como "o eixo do mal": para o
Iraque uma guerra consistiria, paradoxalmente, em "impedir" armas
desconhecidas (unconfirmed)
de destruição em massa através da
utilização efectiva
de armas de destruição indiscriminada ou em massa! Deveria ser
explicado
porque
. Como matéria de facto, a estratégia americana do novo
século adopta a guerra como o meio para resolver (ou provocar) conflitos
internacionais e para impor os seus próprios interesses (negando os
princípios fundamentais do Direito Internacional, tal como foram
declarados e incorporados na Carta das Nações Unidos e na maior
parte das constituições avançadas de muitos
países): os interesses americanos prevalecem sobre qualquer interesse
geral, princípio democrático, justiça social e mesmo
"direitos humanos", cuja violação é denunciadas
pelos EUA só quando consideram da sua conveniência directa,
enquanto Washington defende abertamente ou impõe ditaduras e provocam
catástrofes humanitárias
[8]
.
As origens desta estratégia mundial devem ser vistas na
vocação imperial do país e na falta de um contra-poder
comparável, bem como nos poderosos interesses do seu complexo militar
industrial (cuja influência em impor, por exemplo, o escudo
anti-míssil está fora de dúvida) e na escolha da guerra
como o meio para ultrapassar as crescentes dificuldades da sua economia e para
impor leis internas restritivas, denunciando instrumentalmente os perigos de um
"terrorismo" internacional que é em grande parte um produto da
própria política americana, e é adoptado ao invés
pelos próprios EUA e pelos seus aliados próximos e protegidos,
como Israel. Mas uma motivação básica para uma tal
estratégia está a volver-se no combate pelo controle directo das
fontes de recursos naturais e de áreas e corredores estratégicos,
e em particular dos depósitos de combustíveis fósseis
naturais. De facto, em contraste com todos os argumentos que vigoraram durante
as últimas décadas acerca da longa durabilidade destes
abastecimentos, actualmente é aceito que apesar da durabilidade
residual dos furos de petróleo a taxa de extracção
de petróleo e gás natural atingirá um pico absoluto nestes
anos a seguir, e principiará a baixar bem antes de meados deste
século
[9]
Numa tal perspectiva, o combate pelo controle militar directo destes recursos
está a tornar-se uma necessidade vital. Alguém notou, por
exemplo, a diferença da atitude e dramatização de
Washington em relação ao Iraque e a Coreia do Norte, ambos
acusados de desenvolver um avançado programa militar nuclear? É
provável que, após o Iraque, o objectivo seguinte venha a ser o
Irão e não a Coreia do Norte: o controle directo do Iraque e do
Irão dariam de facto aos EUA o controle de uma enorme área
estratégica crucial estendendo-se desde o conjunto do Mar
Mediterrâneo até à fronteira da China, incluindo
penetração militar nos países do Cáucaso e da
Ásia Central.
Alguém poderia admirar-se, pelo contrário, da total
submissão de tão grande número de países, em
primeiro lugar os europeus, à estratégia de Washington, na
ilusão falaciosa de que o poderoso aliado também garantirá
os seus interesses.
NOVAS ARMAS NUCLEARES E ATAQUE PREVENTIVO
Qual é a consistência real da acumulação nuclear
estratégica?
Realmente tem havido uma redução persistente no número de
ogivas nucleares da Rússia e dos EUA: o seu número actual ronda
as 5000 para cada um, embora o pleno cumprimento do tratado START-2 conduzisse
a 3000 a 3500 para cada lado no ano de 2007. O problema é que este
tratado foi rejeitado pela Rússia, após a retirada unilateral de
Washington do tratado ABM
(Anti Ballistic Missile)
! Mas é verdade que os arsenais estratégicos das duas maiores
potências nucleares, construídos sob a estratégia da
dissuasão e da destruição mútua assegurada, eram
realmente redundantes e super exagerados.
Os media celebraram o acordo de Junho último entre Bush Jr e Putin para
reduzir os stocks destas ogivas para 1700 a 200 para cada lado. Na realidade,
isto não foi senão um grande bluff (basta lembrar que as ogivas
removidas não serão destruídas, de modo que um total de
4600 ogivas americanas, instaladas ou removidas, acabarão por
permanecer: sem levar em conta um número não definido de ogivas
tácticas, às quais retornaremos depois). Apesar de durante os
últimos anos muita gente no interior da administração ter
proposto que as ogivas fossem reduzidas para um máximo de 1500 para cada
lado, Moscovo sabe bem que nos próximos anos dificilmente será
capaz de manter mais do que um milhar de ogivas eficazes
[10]
.
Mas o problema básico real é que Washington está a renovar
totalmente o seu arsenal estratégico com novas gerações de
ogivas mais eficazes e mais especializadas.
Além disso, em Janeiro de 2002 a
Nuclear Posture Review
e o
Defense Planning Guidance
reconheceram a possibilidade de um "ataque preventivo"
[11]
, naturalmente contra países pertencentes ao "eixo do mal",
acusados de possuírem armas de destruição em massa, mesmo
que elas frequentemente sejam "made in USA"
[12]
. Não foi posto de parte que um tal ataque pudesse ser lançado
contra o Iraque. Em Dezembro de 2002 foi confirmada a disposição
dos Estados Unidos para retaliar com armas nucleares a ataques químicos
ou biológicos a solo americano ou a tropas americanas além-mar
[13]
.
Há evidentes preparativos em marcha, tal como a anunciada
unificação do Space Command
(SpaceCom)
, responsável por operações militares no espaço e
na rede informática, e no Strategic Command
(StratCom)
, responsável por forças nucleares
[14]
. A possibilidade do recurso ao ataque nuclear está ligada à
instalação do escudo anti-míssil, cujo efeito será,
como analisaremos em mais pormenor, encorajar uma corrida às armas
nucleares e uma viragem para ataques terroristas, contra os quais o escudo
é absolutamente inútil. A isto poder-se-ia acrescentar as
futuras plataformas orbitando o espaço equipadas com armas de alta
tecnologia e capazes de golpear qualquer inimigo em questão de minutos
(comparados com os quase 30 minutos de um míssil balístico
intercontinental, ICBM). De facto, em Junho de 2002 Washington recusou uma
proposta feita pela Rússia e pela China na Conferência para o
Desarmamento em Genebra de um novo tratado para a proibição de
armas baseadas no espaço
[15]
.
Pelo seu lado, Moscovo abandonou a sua doutrina tradicional do
não primeiro uso
; a Nova Doutrina Militar adoptada um par de anos atrás permite
explicitamente a possibilidade de uma resposta nuclear mesmo a um ataque com
armas convencionais "em situações consideradas
críticas para a segurança nacional". Pequim está a
fortalecer o seu arsenal nuclear e de mísseis (a alguns anos
atrás a China já declarou ser capaz de construir uma bomba de
neutrões). Sem mencionar a Índia e o Paquistão,
constantemente à beira de um conflito que poderia tornar-se nuclear, e
de Israel, pronta para uma resposta nuclear a qualquer ataque do Iraque
[16]
. De acordo com documentos oficiais da ONU e do CTBT
(Comprehensive Test Ban Treaty)
, mais de quarenta países têm capacidade nuclear
[17]
.
Estamos sentados sobre um barril de pólvora, e aparentemente estamos
destinados a pensar com saudades no "equilíbrio de terror" do
passado. Vamos rever os vários projectos para construir novas ogivas
nucleares.
SUPER COMPUTADORES E SIMULAÇÃO DE TESTES NUCLEARES
Os EUA lançaram a mais maciça corrida armamentista da sua
história. Uma pessoa fica estarrecida não só pelos
assombrosos números do orçamento militar como também pela
forma como aumentaram, de US$ 250 mil milhões em 1999 para o actuais
mais de US$ 400 mil milhões no ano fiscal de 2003
[18]
(mais de 40% dos gastos militares de todo o planeta, maior do que os gastos
somados das catorze potências militares seguintes, ligeiramente menor do
que o PNB da Índia, quase a metade daquele do Brasil, quase um
terço do da Itália; o orçamento militar de toda a
União Europeia é cerca de US$ 150 mil milhões, embora haja
fortes pressões para aumentá-lo
[19]
. Isto desencadeia um aumento das despesas militares em todos os países.
Neste orçamento do tamanho do céu, as despesas com novo armamento
estão a aumentar. Washington está, em particular, a fazer um
esforço sem precedentes para realizar uma nova geração de
ogivas nucleares. Os mais recentes, os contestados testes nucleares de Chirac
em 1995, foram executados por conta dos Estados Unidos, com o qual Paris havia
assinado um acordo confidencial para permuta de dados, a fim de experimentar
com uma carga de força variável
[20]
.
Um mega-projecto para executar testes nucleares virtuais, utilizando os super
computadores mais rápidos
[21]
, provocou uma despesa de US$ 67 mil milhões em quinze anos (quase
três vezes o custo do Projecto Manhattan ou do Projecto Apolo). A
despesa anual de US$ 4,5 mil milhões só com este projecto
é mais do que a média dos US$ 3,7 mil milhões por ano
verificada durante a guerra fria.
Um laboratório do governo revelou os pormenores do mais poderoso super
computador do mundo, o "Asci White"
[22]
(Advanced Strategic Computation Initiative)
, desenvolvido pela IBM, mil vezes mais poderoso do que o seu antecessor, o
"Deep Blue", que venceu o campeão mundial de xadrez Gary
Kasparov: é composto por 8192 microprocessadores, pesa tanto como 17
grandes elefantes, seu sistema de resfriamento absorve uma energia equivalente
àquela de 765 habitações, e executa 12,3 triliões
de operações por segundo. A simulação de uma
explosão nuclear, planeada para 2005, exige 100 triliões de
operações por segundo.
Um segundo projecto é o National Ignition Facility (NIF), a ser
realizado em 2003, em que 192 lasers são supostos simular o calor gerado
por uma explosão termonuclear. O Projecto está em riscos de
atrasar-se e quase certamente custará mais do que os US$ 1200
milhões planeados inicialmente. Como veremos, será uma
instalação multi-propósitos, destinada a projectos
nucleares radicalmente inovadores.
Ogivas miniaturizadas, de baixa potência
(low-yield)
e altamente penetrantes estão entre os principais objectivos destas
investigações. A proposta de Bush apresentada em Março de
2002 de desenvolver uma nova geração de ogivas nucleares de baixa
potência, capazes de penetrar profundamente dentro da terra (três
centenas de metros em granito) antes de explodir, começou a circular
oficialmente um par de anos atrás
[23]
, e já há três anos atrás estava a circular na
Rússia uma proposta para construir uma nova geração de
mini-nukes (0,4 kilotons) para utilização no campo de batalha.
Vale a pena notar que os EUA não estão sozinhos no
desenvolvimento de tais projectos. Recentemente foi revelado que a
Grã-Bretanha também está a planear um projecto de 2 mil
milhões de libra (US$ 3 mil milhões) em Aldermaston para
construir supercomputadores e desenvolver ogivas nucleares de baixa
potência
[24]
: seria estranho se este projecto não estivesse relacionado com aquele
dos EUA. Por sua vez, a França está a construir um sistema
combinado de uma supercomputador para modelar explosões nucleares e mais
uma aparelho radiográfico gigante, chamado Airix (em
operação desde Setembro de 29000), para estudar o comportamento
de materiais expostos a uma explosão, e o maior laser do mundo, chamado
Mégajoule, para reproduzir as condições físicas da
fusão termonuclear: comparado com o NIF, esta última
entregará uma energia de 2 milhões de joules utilizando a
convergência de 240 feixes de laser sobre um alvo, e uns 30 dispositivos
de medida
[25]
.
Tudo está a ser preparado para desenvolver, testar e utilizar novas
armas nucleares sob condições controladas!
NANOTECNOLOGIA, A NOVA FRONTEIRA EM ARMAS NUCLEARES
Perspectivas radicalmente inovadoras em armas nucleares são abertas pela
nova fronteira da nanotecnologia isto é, a ciência de
conceber estruturas microscópicas na quais os materiais e as suas
relações são maquinados e controlado átomo por
átomo (em distâncias de 10
-9
m, a comparar com as de 10
-6
m na microelectrónica, que é da ordem dos 100 átomos)
e que de facto nasceu há umas poucas décadas exactamente
em laboratórios de armas nucleares. Um importante artigo de
André Gsponer
[26]
denuncia o desenvolvimento activo destas técnicas (obviamente
classificadas) nos laboratórios militares, com um campo de
aplicações muito vasto tanto em armas convencionais (tais como
sensores de alto desempenho, transdutores
(transducers)
, accionadores
(actuators),
e componentes electrónicos) e em armas nucleares. Segundo os argumentos
de Gsponer, um primeiro campo de aplicação da nanotecnologia para
armas nucleares é melhorar os tipos de ogivas existentes. Mecanismos de
armação e disparo extremamente robustos e seguros são
necessários para armas nucleares tais como obuses (artillery shells)
atómicos, nos quais o explosivo nuclear e o seu disparo experimentam
aceleração extrema, e os componentes cruciais devem ser
fabricados tão pequenos quanto possível. Também o desenho
de ogivas que detonariam depois de penetrar no chão mais de dez metros
exige alguma espécie de mecanismo de penetração activa e
implica que o pacote nuclear e todos os componentes tenham de sobreviver a
condições extremas de tensão até a ogiva ser
detonada. O impulso em direcção à
miniaturização de armas nucleares e explosivos de potência
muito baixa (entre uns poucos quilogramas e umas poucas toneladas de
equivalente em altos explosivos) tornou-se a principal actividade de
investigação em armas nos laboratórios nucleares,
utilizando ferramentas gigantes como o já mencionado NIF e o Laser
Megajoule da França. Foi reconhecido que é mais fácil
conceber uma micro-fusão do que um explosivo de micro-cisão (o
qual tem a vantagem adicional de produzir muitos menos
precipitação radioactiva do que um dispositivo de
micro-cisão da mesma potência).
Mas as mais alarmantes perspectivas são as aplicações da
nanotecnologia no desenvolvimento de novos tipos de explosivos nucleares, isto
é, uma quarta geração de armas nucleares
[27]
, que pode ser desenvolvido no pleno cumprimento do Comprehensive Test Ban
Treaty (CTBT) utilizando instalações de
inertial confinement fusion
(ICF) tais como o NIF ou o Megajoule, e outras tecnologias avançadas
que estão em desenvolvimento activo em todos os principais Estados com
armas nucleares e nas maiores potências industriais como a Alemanha e o
Japão. É interessante acompanhar os argumentos de Gsponer:
"numa nutshell, a característica técnica definidora das
armas de quarta geração é o disparo por alguma
tecnologia avançada tal como um superlaser
[28]
, compressão magnética, antimatéria, etc de uma
explosão termonuclear relativamente pequena na qual uma mistura de
deutério-trítio é queimada numa dispositivo cujo peso e
tamanho não são muito maiores do que uns poucos quilogramas ou
litros. Uma vez que a potência destas ogivas poderia ir de uma
fracção de uma tonelada a muitas dezenas de toneladas de
equivalente em altos explosivos
[29]
, a sua entrega por munições guiadas com precisão ou
outros meios aumentará dramaticamente o poder de fogo daqueles que os
possuem sem ultrapassar o limiar do uso de armas nucleares de kiloton a
megaton, e portanto sem romper o tabu contra a primeira
utilização de armas de destruição em massa.
Além disso, desde que estas novas armas não usarão (ou
usarão muito pouco) materiais cindíveis, elas virtualmente
não produzirão qualquer precipitação radioactiva.
Os seus proponentes definem-nas como armas nucleares "limpas"
e possivelmente traçam um paralelo entre a sua utilização
no campo de batalha e as consequências das despesas com
munição DU
[30]
.
É exactamente esta consideração, se verdadeira, que
apresenta problemas em relação aos processos de cisão e
fusão nucleares conhecidos: de facto, uma vez que a primeira precisa de
uma massa crítica da ordem dos quilogramas e a segunda a
produção de uma temperatura de um milhão de graus, que
pode ser realmente gerada por uma explosão em cisão, isto
é muito mais elevado do que aquelas relatadas para as novas
"mini-nukes". Parece altamente crível, portanto, que algum
novo processo ou mecanismo haja sido descoberto e aplicado a fim de conceber ou
realizar as tais "micro-nukes". Se o presidente Bush Jr. autorizou o
seu desenvolvimento, é altamente provável que elas já
tenham sido testadas ou desenvolvidas. Gsponer refere-se à
possível utilização de um superlaser para disparar um
pequeno processo de fusão. Contudo, já discutimos a enorme
complexidade e dimensões de tais instalações, como o NIF
ou o Mégajoule, concebidos para reproduzirem as condições
de uma explosão termonuclear. Além disso, mesmo que o superlaser
exista, como poderia ele ajustar-se dentro de uma ogiva miniaturizada? A qual,
além disso, deveria resistir a acelerações extremas e
condições de tensão!
Parece mais plausível que alguma nova espécie de processo nuclear
haja sido descoberta e desenvolvida em matéria condensada, inflamando
espontaneamente o "explosivo" de cisão ou fusão. Que
espécie de processo é difícil dizer, uma vez que estas
investigações são absolutamente
top secret
. Isto poderia nada ter a ver com o DU, ou ao contrário poderia apenas
ser algum processo anteriormente desconhecido dentro dele. Provavelmente
é apenas fantasia, mas isto poderia explicar muito melhor os efeitos das
munições DU: neste caso, o seu "mecanismo" em
explosão seria bastante diferente daquele que é actualmente
suposto.
Se confirmadas, estas hipóteses implicariam que as guerras combatidas na
última década já eram verdadeiras guerras nucleares, tal
como também o seria a próxima guerra ao Iraque.
Como matéria de facto, em Dezembro de 2002 a Casa Branca confirmou
explicitamente prever a utilização de ogivas nucleares quando e
onde as considerar convenientes, sem excluir a guerra ao Iraque: qual seria a
vantagem de utilizar num tal campo de batalha, num país que deveria ser
militarmente ocupado, ogivas nucleares tão poderosas como alguns
milhares de toneladas de explosivo equivalente?
RETOMADA DE TESTES NUCLEARES?
Mas as perspectivas alarmantes relativas às armas nucleares não
param aqui. De facto nos EUA, sobretudo sob a nova administração
Bush, está a ganhar força a opinião de nunca ratificar o
CTBT, o qual proíbe testes nuclear subterrâneos (aqueles na
atmosfera estão proibidos desde 1963), e na verdade deixar a porta
aberta para a sua retomada.
Durante anos testes nucleares subterrâneos com plutónio foram
executados em Nevada, em Los Alamos e no Livermore Laboratory (o 18º de
tais testes foi executado em Outubro de 2002), ao passo que o programa secreto
Appaloosa prevê simulações em escala natural de
explosões nucleares sobre a superfície utilizando plutónio
242 como um substitutivo para o plutónio militar
[31]
.
Contudo, há pressões crescentes no sentido do reinício de
testes nucleares reais, especialmente para desenvolver as novas ogivas de
baixa-potência. O secretário assistente da Defesa, Wolfowitz,
referiu-se às circunstâncias em que os testes nucleares
"deveriam ser contemplados"
[32]
. A administração Bush pediu a académicos da
especialidade ogivas nucleares para examinarem a possibilidade de reiniciarem
rapidamente explosões nucleares no deserto do Nevada, se o governo
decidisse por um fim à moratória de 11 anos aos teste
[33]
, e reduziu o financiamento aos programas de não
proliferação, incluindo a ajuda à Rússia.
Na Rússia, muitos cientistas estão frustrados pela
proscrição dos testes nucleares, que eles respeitam enquanto
Washington rejeita o CTBT e actualiza o seu arsenal. Moscovo também
executa testes nucleares sub-críticos em Novaya Zemlya
[34]
e a CIA fez saber que é incapaz de monitorar possíveis testes
russo de baixa intensidade com suficiente precisão a fim de garantir o
respeito do CTBT
[35]
, dando assim aos opositores da ratificação um novo argumento.
Enquanto isso, a China executa testes nucleares sub-críticos (uns poucos
anos atrás comprou dispositivos de contenção da
Rússia para disfarçar os efeitos sísmicos de uma
explosão nuclear). Por trás da colisão de um avião
espião americano Ep-3e com um interceptor chinês (Abril de 2001)
estava a intenção de verificar se Pequim estava a preparar-se
para um teste nuclear no perímetro de experimentação de
Lop Nur
[36]
. Há alguns anos a China adquiriu à Rússia os aparelhos
de contenção concebidos para disfarçar os efeitos
sísmicos de uma explosão nuclear.
A França também está a executar testes nucleares
sub-críticos. De modo que os testes nucleares já estão a
proliferar por todo o mundo.
AUMENTA O RISCO DE "ERROS" (OU ABUSO?)
Um factor de tensão e perigo adicional é que Washington continua
a manter mais de 2000 ogivas estratégicas em constante estado de alerta,
"pronta para lançar", destinadas a alvos "inimigos"
[37]
, quase 500 só na área de Moscovo. Isto aumenta o risco de um
lançamento por erro (em 1995 Moscovo confundiu um foguete experimental
lançado pela Noruega com um míssil balístico
estratégico; a represália foi detida no último momento,
quando a "valise" de Eltsin já estava a ser aberta).
O problema mais sério é que não só o arsenal
estratégico como também o sistema de alarme russo estão
decrépitos e "cegos" durante parte do dia: vários
satélites de advertência já estão extintos, mas a
maioria deles estão no fim da sua vida útil operacional.
Paradoxalmente, o perigo na Rússia vem mais da sua fraqueza do que da
sua fortaleza.
Por fim, mas não menos importante, uma proposta mais alarmante
está a emergir: a de carregar os mísseis interceptores do escudo
anti-míssil com uma ogiva nuclear a fim de assegurar a
destruição de todas as armas ingressantes, sem ser
necessário distinguí-las de armadilhas
(decoys)
[38]
Uma proposta semelhante fora abandonada na década de 1979, num sistema
conhecido como Safeguard, pois uma explosão nuclear para destruir ICBMs
soviéticos que avançassem poderia cegar os sensores americanos e
os satélites de advertência, aumentando assim a possibilidade de
que uma segunda onde de mísseis atingisse seus objectivos. Hoje,
entretanto, Washington está concentrada na ameaça de um
número muito limitado de mísseis lançados por um
"estado vilão" ou terroristas: como as defesas de
mísseis não estariam prontas até 2005, a alternativa
nuclear podia ganhar terreno. Os detractores desta proposta argumentam que se
a carga nuclear de intercepção for demasiado pequena, uma
explosão mais poderosa danificaria todos os satélites militares e
comerciais em torno da Terra.
ESCUDO ANTI-MÍSSIL E PROLIFERAÇÃO
A instalação do escudo anti-míssil terá
sérias consequências desestabilizadoras. O projecto
National Missile Defense
(NMD) é o mais bem conhecido, mas a administração Bush
está a trabalhar para a concretização de uma defesa por
camadas
(layered defense)
, consistente em muitos tipos complementares de defesas anti-mísseis, a
fim de atacar um míssil ingressante de muitas maneiras: este sistema
adopta sob muitos aspectos o projecto da "Guerra das Estrelas" de
Reagan, de 1983.
Vale a pena recordar que o voo de um míssil balístico é
composto por três diferentes fases: a fase do arranque, a fase do voo
inercial fora das camadas densas da atmosfera, e a fase da reentrada na
atmosfera. Durante a fase do arranque seria mais fácil interceptar o
míssil, uma vez que ele se move mais vagarosamente e os motores
estão a queimar: mas o espaço de tempo é muito curto, e
seria necessário um sistema interceptor muito próximo do
país atacante. O problema da defesa contra mísseis é
extremamente complexo e difícil. Os possíveis ataques não
são limitados a mísseis balísticos intercontinentais, mas
incluem as ogivas de campo de batalha, mísseis de cruzeiro, além
de possíveis ataques de mísseis a partir do mar. Há
muitas contramedidas eficazes e económicas, tais como armadilhas ou
ogivas falsas (este é um dos principais problemas verificados nos testes
do NMD). Por fim, o escudo é ineficaz contra ataques terroristas
executados com meios diferentes.
O NMD é apenas um dos oito programas principais que estão a ser
experimentados (dentre não menos de 20), com custos (provavelmente
subestimados) que ultrapassarão os US$ 115 mil milhões
[39]
. Os olhos vitais do sistema são o
System-Low-the-missile-warning
e os satélites de raios infravermelhos para acompanhar a
trajectória. A Marinha tem dois projectos: o
Navy Area Theater Ballistic Missile Defense
, e o
Navy Theater Wide
. O Exército também tem dois projectos: o THAAD (
Theater High Altitude Area Defense
: um sistema baseado em terra que deveria proteger as tropas no terreno
ameaçadas por mísseis de teatro) e o sistema
Patriot
PAC-3. Há ainda dois projectos da Força Aérea:
Airborne Laser
(transportado por um Boeing 747-400, destruiria os mísseis durante a
ascensão, a uma distância não superior a 400 km) e o
Space Based Laser
(baseado ao contrário no espaço). Os custos globais
(provavelmente subestimados, em particular quanto às despesas durante o
ciclo de vida dos sistemas, estimado em cerca de 20 anos) ultrapassam a
assombrosa quantia de US$ 115 mil milhões
[40]
, ver a tabela:
Tabela (dados de 2001)
Programa
|
Aquisição (US$ 10
9
)
|
Ciclo de vida (US$ 10
9
)
|
NMD
|
24,4
|
43,2
|
System-Low-the missile
|
8,2
|
10,6
|
Navy Area
|
7,3
|
?
|
Navy Theater Wide
|
5,5
|
?
|
THAAD
|
16,8
|
23,0
|
Patriot-3
|
10,1
|
?
|
Space Based Laser
|
3,0
|
?
|
Airborne Laser
|
6,4
|
11,0
|
A
Ballistic Missile Defense Organization
(BMDO) prevê investigações simultâneas em
várias áreas. A administração pressiona no sentido
de acelerar os projectos, de modo que alguns possam estar operacionais no fim
do mandato de Bush (2004), solicitando fundos adicionais ao Congresso. O
estado dos projectos está em evolução contínua e a
situação é fluída. Algumas das notícias que
circularam no ano passado foram as seguintes. O programa da Marinha de defesa
táctica
Navy Area
encontrou dificuldades técnicas e prevê-se a sua
instalação com um atraso de 20 meses em relação
à data prevista de Dezembro de 2003. O THAAD está previsto para
2007, mas poderia ser antecipado em um ano ou dois
[41]
. O
Airborne Laser
está previsto para 2008, mas a sua instalação poderia ser
antecipada (embora algumas notícias relatem que deve ser redesenhado,
pois ficou demasiado pesado). Alguns sistemas baseados no mar poderiam ser
instalados em 2005. O teste do
Space Based Laser
está previsto para 2012 e deveria custar US$ 4 mil milhões.
Nas verbas para defesa do ano fiscal de 2003 o presidente Bush conseguiu uma
grande vitória para o NMD, obtendo US$ 7,4 mil milhões e tornando
certo que um grupo de foguetes interceptores logo estará instalado no
Alasca
[42]
: em Dezembro de 2002 Bush decidiu antecipar a instalação dos
primeiros mísseis interceptores para 2004
[43]
(10 mísseis de intercepção em Fort Greeley e mais 10
interceptores em 2005 ou 2006 a construção
preparatória em Fort Greeley começou em Junho de 2002 e outros
elementos do sítio de testes da defesa de mísseis serão
construído no princípio de 2003). "O êxito de Bush
aconteceu sem muitas das tempestades ideológicas que acompanharam as
passadas decisões relativa à defesa de mísseis: nestes
dias, os grandes combates são acerca de quais os programas que deveriam
ganhar uma fatia do generoso bolo da defesa de mísseis. (...) Ao
recusar-se a comprometer-se com uma "arquitectura" específica
de defesa de mísseis, a administração parece estar a
manter suas opções abertas para ver quais as abordagens mais
prometedoras. (...) Uma baixa desta abordagem é o esforço para
desenvolver satélites orbitais armados com lasers que poderiam eliminar
um míssil em sua "fase de arranque"
[44]
.
Mas os projectos não acabam aqui. De facto há outros mais do
Exército, o
Tactical High Energy Laser
, a protecção móvel para tropas
Medium Extended Air Defense
; ainda dois programas desenvolvidos por conta de Israel, o programa de defesa
em teatro
Arrow
(testado em manobras militares conjuntas dos EUA, Israel e Turquia em
21/Junho/2001), e o laser anti-foguete. Além disso há o sistema
de satélites de advertência
SBIRS-High
(estão previstos US$ 8,2 mil milhões só para
investigação e desenvolvimento, mais US$ 2,4 mil milhões
de apoio), a rede de administração de campo da Marinha
Cooperative Engagement Capability
, e vários outros projectos colaterais. Os planos americanos de defesa
de mísseis também prevêem instalar três navios de
guerra equipados com o sistema de administração de batalha Aegis
e o interceptor de mísseis SM-3, para tratar dos mísseis de raio
de alcance curto e médio.
Este projectos são contra mísseis balísticos, mas os
militares denunciam a falta de defesas contra mísseis de
cruzeiro
(dos quais se diz que incorporarão capacidades
furtivas
no futuro). Contudo, já estão a ser testados sistemas para esta
tarefa
[45]
.
O projecto de defesa de mísseis tem várias consequências
sérias, que já estão a tornar-se manifestas. Já
está a desencadear novas corridas às armas. De facto, qualquer
sistema anti-míssil tem uma efectividade limitada
[46]
e pode ser realmente confrontado por uma série de contramedidas. Uma
delas é saturá-lo, aumentando o número de mísseis
ou/e ogivas num ataque nuclear.
O novo míssil balístico russo Topol-M (SS-27) parece ter uma
manobrabilidade na fase da reentrada na atmosfera a qual lhe permitiria
contornar a defesa anti-míssil
[47]
. Com o abandono por Washington do tratado ABM, Moscovo declarou que
não reconheceria mais os tratados START. Assim, a escolha mais eficaz
de Moscovo pode ser montar as ogivas múltiplas (MIRV), banidas pelo
tratado, em novos mísseis. Sem levar em conta que até agora
nenhuma das defesas contra mísseis de cruzeiro que estão a ser
aperfeiçoadas por Moscovo estão disponíveis, embora
estejam em experimentação. No ano passado a Rússia
efectuou um teste num novo míssil intercontinental de cruzeiro de alta
velocidade (SS-25) em três estágios mais um veículo
pós-arranque contendo a ogiva, a qual consiste num míssil de
cruzeiro de alta velocidade que voa na atmosfera para ficar acima das defesas
anti-míssil
[48]
. Nesse ínterim, Moscovo planeia estender a amplitude operacional dos
antigos mísseis intercontinentais SS-19, os quais podem ser armados com
seis ogivas nucleares.
O cientista do MIT Ted Postol critica o escudo anti-míssil em
oposição frontal à administração. Ele
denunciou, entre outras coisas, o perigo de que ogivas derrubadas durante a
fase de arranque possam cair na Europa, no Canadá ou na América
Central. Também foi denunciado o risco de que a
intercepção de uma ogiva nuclear por um laser possa ser
não menos desastrosa do que a explosão da ogiva, com a
diferença de que as vítimas seriam diferentes das que estavam
previstas no caso de o míssil atingir o seu alvo
[49]
.
ARMAS QUÍMICAS
Mas o risco nuclear estende-se hoje a todas as armas de
destruição em massa.
A Convenção sobre armas químicas foi assinada em 1997 e
ratificada por 120 países, mas os EUA está a violá-la por
não ter aprovado legislação para aplicá-la ou
regulamentos para a inspecção das suas indústrias
químicas. Consequentemente, também a Alemanha e o Japão
estão a atrasar a verificação. Em Abril de 2001 a
administração Bush exigiu brutalmente a demissão do
diplomata brasileiro Bustani do cargo de director-geral da
Organização para a Proibição de Armas
Químicas devido às suas iniciativas, não coordenadas com
Washington, dentre as quais a tentativa de persuadir o Iraque a juntar-se
à organização
(ver
O Brasil, os EUA, a OPAQ e Bustani
, de Samuel Pinheiro Guimarães)
. Em 26 de Julho o diplomata argentino Pfirter, evidentemente mais alinhado,
foi nomeado para o cargo.
Há pouca probabilidade de que a data de 2012 estabelecida para a
eliminação das armas químicas seja honrada. Os EUA
destruíram um quarto (7000 toneladas) do seu arsenal, ao passo que a
Rússia precisaria de US$ 5 mil milhões para destruir as suas 40
mil toneladas
[50]
.
Parece provável que os EUA utilizaram alucinógenos agressivos na
Guerra do Golfo de 1992
[51]
. Além disso Washington está a apoiar a posição do
uso lícito de armas químicas incapacitantes. "Os EUA apoiam
a posição de que o seu uso para controlar prisioneiros de guerra
e desordens civis não constitui um método de guerra e portanto
não cai sob a alçada da Convenção"
[52]
. É altamente provável que tal posição se estende
a "terroristas", uma vez que os Taliban prisioneiros em Guantanamo
não são considerados por eles como prisioneiros de guerra.
ARMAS BIOLÓGICAS
Ainda mais séria é a situação respeitante à
Convenção sobre Armas Biológicas
de 1972. As armas bacteriológicas constituem de facto o caso mais
alarmante, uma vez que técnicas tornadas padrão (funcional para
os interesses de multinacionais da alimentação que procuram
monopolizar o mercado mundial com organismos geneticamente modificados)
permitem mesmo a um grupo terrorista com um laboratório relativamente
modesto modificar o código genético de um microorganismo que viva
normalmente no corpo humano ou em plantas agrícolas, de forma a que ele
produza toxinas letais (os EUA atacaram Cuba repetidamente com produtos
químicos agressivos, provocando perdas agrícolas e
pecuárias).
Embora a Convenção de 1972 tenha sido ratificada por 143 Estados
(incluindo todas as principais potências militares), ela não
contem nenhum mecanismo de verificação. No anos passado
Washington, com a sua arrogância habitual, destruiu o acordo forjado com
grandes esforços em Genebra para um protocolo de
inspecção, uma vez que "isto poria em risco a
segurança nacional e informações confidenciais", isto
é, o negócios das indústrias biotecnológicas
[53]
. Recentemente foi revelada a existência de uma laboratório no
deserto de Nevada onde, em violação da Convenção de
1972, agentes biológicos letais são produzidos utilizando
engenharia genética, sob o pretexto de executar simulações
para reduzir a ameaça. Na realidade é uma programa de
investigação secreta sobre armas biológicas
[54]
em qualquer caso, a produção aberta de armas biológicas
viola a Convenção. Na verdade, o caso das cartas anthrax deixou
um rastro dentro dos EUA...
Ainda pior, os EUA e o Reino Unido foram citados
[55]
como estando a desenvolver uma nova geração de armas
biológicas que, tal como a nova geração de ogivas
nucleares, minaria e possivelmente violaria tratados internacionais sobre a
guerra biológica e química. O Pentágono, com a ajuda de
militares britânicos, está a trabalhar com armas "não
letais" semelhantes ao gás narcótico utilizado pelas
forças russas para acabar com sítio de terroristas em Moscovo.
Os EUA está a encorajar uma colapso nos controle de armas com a sua
investigação de bombas cluster biológicas, anthrax e armas
não letais para serem utilizadas contra multidões hostis, e pelo
secretismo em que estes programas estão a ser conduzidos. Os EUA
argumentam que o trabalho de investigação está a ser feita
para propósitos defensivos, mas a sua legalidade sob a
Convenção das Armas Biológicas é altamente
questionável. Além disso, os signatários da
Convenção concordaram em fazer declarações anuais
sobre os seus programas de biodefesa, mas os EUA nunca mencionaram qualquer
destes programas nos seus relatórios. Segundo uma análise
recente
[56]
, a investigação britânica e americana sobre armas
alucinogénicas encorajou o Iraque a encarar agentes semelhantes e
mostrou-lhe o caminho. Os programas referidos são:
1. Esforço da CIA para copiar uma bomba cluster soviética
concebida
para dispersar armas biológicas.
2. Um projecto do Pentágono para construir uma bio-arma a partir de
materiais comercialmente disponíveis a fim de provar que terroristas
poderiam fazer a mesma coisa.
3. Investigação da Defense Intelligence Agency acerca da
possibilidade de conceber geneticamente uma nova cepa de anthrax resistente ao
antibióticos.
4. Um programa para produzir esporos de anthrax secos e armados
(weaponized)
.
Poderia recordar-se que recentemente os EUA acusaram Cuba (contra a qual eles
efectuaram ataques biológicos) de estar a desenvolver armas
químicas e biológicas. A fim de justificar o desenvolvimento de
novas armas, novos inimigos e ameaças devem constantemente ser
encontrados, ou... inventados.
Enquanto isso, a paranóia por um ataque bacteriológicos
está a difundir-se, alimentada pela administração. No fim
de 2002 uma campanha maciça de vacinação contra a
varíola foi anunciada por razões de segurança
[57]
, principiando pelo pessoal militar, trabalhadores da saúde e de
serviços de emergência, e oferecendo a seguir
imunização ao público numa base voluntária a partir
de 2004. Os responsáveis do governo consideram que cerca de 500 mil
militares e 500 mil civis seriam cobertos pelas fases iniciais do plano;
finalmente, a até 10 milhões de pessoas envolvidas com a
aplicação da lei, cuidados de saúde e serviços de
emergência poderia ser oferecida a vacina. A oposição ao
uso extensivo da vacina contra a varíola, entretanto, está a
ferver a partir de três fontes: da área da psicologia, da medicina
e da sociologia
[58]
.
MODIFICANDO O CLIMA: GUERRA METEOROLÓGICA E ECOLÓGICA
Mas a investigação insana por novos métodos de guerra
parece infindável! Realmente, tanto os americanos como os russos
desenvolveram capacidades para manipular as condições
climáticas para finalidades guerreiras
[59]
. Protocolo de Quioto, realmente!
Nos EUA, a nova tecnologia está a ser aperfeiçoada no
âmbito do
High-frequency Active Aural Research Program
(HAARP) que é parte da
Strategic Defense Initiative
(SDI, Guerra das Estrelas)
[60]
, um sistema de antenas poderosas baseadas em Gokona, Alasca, administradas em
conjunto pela US Air Force e pela US Navy. Evidências científicas
recentes sugerem que a HAARP está plenamente operacional e tem a
capacidade de potencialmente desencadear inundações, secas,
furacões e tremores de terra, através do lançamento de
fluxos de vapor na atmosfera da Terra ou do disparo de
perturbações atmosféricas mediante o uso de ondas
electromagnéticas de muito baixa frequência. Do ponto de vista
militar, o HAARP é uma arma de destruição em massa pois
é capaz de desestabilizar selectivamente os sistemas agrícolas e
ecológicos de regiões inteiras.
ARMAS CONVENCIONAIS DE ALTA TECNOLOGIA BASEADAS NO ESPAÇO
Para agravar este cenário complicado, há o papel crescente e o
efeito cada vez mais desestabilizador da alta tecnologia, armas convencionais
de alta precisão que estão a ser freneticamente desenvolvidas
pelos EUA. Embora não seja armas de destruição em massa
no sentido estrito, elas estão a assumir efeitos subtis, poderosos e
devastadores, e estão a entrecruzar-se progressivamente com as perigosas
armas de destruição em massa, e a sobreporem-se com alguns dos
efeitos das armas nucleares. Deve ser enfatizado que as guerras são
ocasiões para testar novas armas. Nesta evolução furiosa
o papel crucial é desempenhado pelo poderoso complexo industrial e
militar dos EUA.
Uma das últimas novidades neste campo deverá ser uma nova arma
que Washington está ansiosa por experimentar no assalto ao Iraque: uma
arma constituída por um microondas de alta potência que é
suposto deitar abaixo os componentes electrónicos e os sistemas
informáticos
[61]
, a serem utilizados junto com o emprego maciço de aviões
não tripulados, testados com êxito na guerra da Jugoslávia.
Um outro caso são as futurísticas armas de laser em
desenvolvimento pelos militares americanos, que estão a fazer a
transição do campo da ciência ficção para a
realidade e logo poderiam estar prontas para desempenhar um papel principal na
protecção de tropas nos campos de batalha do século XXI.
Descargas de teste com êxito já se tornaram rotina para o Zeus, o
qual destroi minas e bombas não explodidas, bem como o Mobil Tactical
High-Energy Laser (MTHEL), uma arma conjunta americano-israelense concebida
para derrubar foguetes de pequeno raio de alcance e mesmo bombas
(shells)
em pleno ar
[62]
. Actualmente também deve ser mencionado o novo BLU-118/B, uma arma
"destruidora de bunkers" que pode avançar profundamente dentro
da terra antes de detonar
[63]
Já foi feito um teste este ano num ataque a uma caverna no
Afeganistão, suspeita de abrigar a Al Qaeda
[64]
. O destruidor de bunkers pode tornar-se uma das armas chaves num ataque ao
regime de Saddam Hussein.
Os demais países sentem que foram alijados da competição
neste campo e vêm a supremacia indiscutível dos EUA a crescer
terrivelmente
[65]
.
Tais preocupações são grandemente intensificadas por uma
outro aspecto da paranóia americana: os EUA pensa que a sua supremacia
no espaço está em declínio e que isto põe a sua
segurança em risco. As propostas estratégicas para o futuro (
Joint Vision 2010
,
SpaceCom 2020
) pretendem reconquistar a hegemonia no espaço com um
"domínio de plena amplitude" baseado num sistema digital
constituído por satélites espiões, alarmes,
comando/controle de defesa de mísseis, armas baseadas no espaço,
de modo a serem capazes de atingir qualquer ponto sobre o planeta nuns poucos
minutos (ao contrário dos 20 ou 30 minutos exigidos pelos mísseis
balísticos). Washington está a estudar um "bombardeiro do
espaço", isto é, um "veículo sub-orbital"
lançado de uma avião a um velocidade 15 vezes maior do que os
actuais bombardeiros, capaz, a partir de uma altitude de 60 milhas (97 km), de
destruir alvos do outro lado do planeta em apenas 30 minutos
[65]
. Isto significa uma nova escalada, uma nova espécie de guerra
estratosférica.
Esta paranóia alimenta uma espiral incontrolável. As novas armas
convencionais comprometem qualquer possibilidade de estabilidade
estratégica. A única opção deixada aos outros
países é procurar reequilibrar a situação confiando
em armas tecnologicamente menos refinadas de destruição em massa,
fortalecer a dissuasão nuclear, considerar o recurso possível a
quaisquer meios militares, desde armas químicas e biológicas
à guerra ecológica, guerra de guerrilhas e terrorismo (sendo
então duramente denunciados por Washington devido a isso).
CIber-GUERRA,
A NOVA FRONTEIRA
Mas os cenários de gelar a espinha da guerra tecnológica
vão ainda mais longe. Durante a guerra nos Balcãs "os
Estados Unidos, com o máximo segredo, activaram uma super-armas que
catapultou o país para uma nova era militar que pode mudar para sempre
os métodos da guerra. Secretamente, as forças americanas
lançaram uma ofensiva de "ciber-combate"
[66]
, baralhando a rede de comando/controle do exército juguslavo, deitando
abaixo os computadores integrados na defesa aérea, inserindo mensagens
enganadoras, talvez mesmo perturbando a rede telefónica, para induzir os
comandos juguslavos a comunicarem-se por telefone móvel, cujas
transmissões podem ser facilmente interceptadas.
Segundo os peritos, dados falso podem ser implantados nos computadores
inimigos, bancos de memória podem ser apagados, vírus inseridos e
até os sistemas de armas do inimigo podem ser modificados (exemplo:
reprogramar um míssil inimigo de cruzeiro de modo a que ele reverta sua
rota e retorne ao navio ou avião que o lançou), ou até
mesmo falsificar a voz de um presidente ou de um comandante, transmitindo
ordens suicidas às suas tropas. Foram difundidas notícias de uma
invenção britânica que poderia utilizar as antenas dos
telemóveis existentes para localizar aviões furtivos
(stealth planes)
, invisíveis ao radar
[67]
. A linha divisória entre objectivos militares e não militares
torna-se mais e mais difusa, os limites legais e éticos são
subtis também quanto às ameaças contra a
população civil.
Pensa-se que actualmente 23 países possuem capacidades neste campo
(dentre eles a Índia, a Síria e o Irão). Em Janeiro de
1999 foi identificado um ataque do governo indonésio contra um
service provider
irlandês da Internet, o qual hospedava um sítio web que exigia
independência para Timor Leste. Entre Janeiro de Março hackers
russos penetraram na rede informática do Pentágono, aparentemente
à procura de códigos navais e dados quanto à
trajectória de mísseis. A seguir houve uma ataque a partir da
China a uma rede de sítios web de Washington, a qual foi posta
três vezes fora de serviço. Naturalmente é muito
difícil distinguir hackers isolados daqueles a actuarem por conta de
países inimigos. Durante o ano 200 uns 413 intrusos penetraram em redes
militares.
O Pentágono que chama a isto Information Warfare (IW)
instalou um novo centro militar na área da base de Peterson, em
Colorado Springs, sob o supracitado Air Force Space Command, para administrar
as forças da ciber-guerra, um batalhão do espaço, uma
Equipe de Tecnologia Móveis e um Laboratório de Defesa Espacial,
com a tarefa de coordenar tanto a defesa da rede de informática militar
em relação a ameaças externa e acções
ofensivas. De facto, ofensivas com "armas computacionais"
também estão a ser estudadas
[68]
.
_____________________________________
NOTAS
[1]
O Prof. Gordon Poole, da Universidade Federico II de
Nápoles, gentilmente traduziu para o inglês uma versão
prévia abreviada deste documento Este é de facto uma
versão actualizada (até Dezembro de 2002) e ampliada de uma
investigação principiada há alguns anos [ver:
Giano
, n. 33, May-August 1999, p. 33;
Guerre e Pace
, n. 93, October 2002;
Il Manifesto Rivista
, November 2002]. Devo dizer que a cada revisão a
situação parece muito pior e mais preocupante!
A tradução para português foi feita por J. Figueiredo, a partir da versão em
inglês.
[2]
Do Departamento de Física da Universidade de Florença,
Itália; email:
baracca@fi.infn.it
[3]
Agradeço meu colega Emilio Del Giudice, do INFN de Milão, por
esta observação e pela discussão de aspectos relacionados.
Deixe-me recordar brevemente algumas noções básicas.
Em
Cisão (Fission)
um núcleo pesado (urânio 235, plutónio 239) absorve um
neutrão e divide-se em dois núcleos mais leves, emitindo energia
mais 2 a 3 neutrões. Estes últimos podem partir mais
núcleos, disparando uma
reacção em cadeia
, se eles não escaparam do material cindível. A
massa crítica
é exactamente o mínimo de massa de material cindível para
a qual a reacção em cadeia pode sustentar-se. O seu valor
depende de muitos factores exemplo: a configuração de
disparo e o mecanismo (classificado) mas não pode ser reduzido
à vontade.
Em
Fusão
juntam-se dois núcleos leves, emitindo energia. Este processo pode
verificar-se só se os dois núcleos aproximaram-se a uma
distância extremamente curta, excedendo a barreira da repulsão
eléctrica. Isto ocorre a temperaturas da ordem de um milhão de
graus. Esta situação é comum dentro de estrelas, mas
é gerada pela explosão em cisão numa
arma termonuclear
, que é portanto uma bomba de cisão-fusão.
[4]
Os dados recentes sobre Pancevo são altamente preocupantes, ver por
exemplo: Long term environmental and health effects,
http://www.enn.com/news/wire-stories/2002/11/11052002/ap_48881.asp
.
Por outro lado, as bombas cluster causaram numerosas vítimas mesmo
depois de o bombardeamento ter acabado (como veremos, elas estão a ser
adaptadas a armas biológicas). Tem sido argumentado que os produtos
químicos utilizados na América Latina para destruir as
plantações de coca são realmente uma espécie de
armas químicas.
[5]
O isótopo
cindível
de urânio (U-235, contendo 235 protons+neutrons) constitui apenas 0,7%
do urânio natural. Para utilizações militares o
urânio deve ser altamente enriquecido, deixando uma componente chamada
"empobrecida" ("
depleted
") de U-235, que é composta quase exclusivamente por U-238, um
isótopo que é radioactivo e decompõe-se emitindo uma
partícula alfa (um núcleo de Hélio). Parece certo,
entretanto, que também o urânio do combustível gasto
é utilizado em armas. Apesar de ser limpo no processo de retratamento,
ele pode continuar sujo por conter resíduos de produtos de cisão
e plutónio.
[6]
Weapons of mass destruction
causam morte súbita ou destruição em áreas alvo,
algumas com efeito a longo prazo e generalizados.
Weapons of indiscriminate effect
causam contaminação generalizada ou perdurável
passível de causar danos, doenças crónicas, morte lenta ou
severos defeitos de nascença. Ambas estão fora da lei no
Primeiro Protocolo das Convenções de Genebra.
Convém notar aqui o estudo de Rosalie Bertell sobre os efeitos
globais da radioactividade na população mundial, o qual conclui
que "Mais de 1300 milhão de pessoas foram mortas, mutiladas ou
tornadas doentes pela força nuclear desde o seu início".
Ela analisa e critica também as razões porque os critérios
oficiais subestimam profundamente estes números: Rosalie Bertell,
Victims of the nuclear age,
The Ecologist
, November 1999, pp. 408-411 (
http://www.ratical.org/radiation/NAvictims.html
).
Relatórios identificam 21 sistemas de armas suspeitos de utilizar
ogivas com urânio que vão desde os Destruidores de bunkers (Bunker
Busters) e Mísseis de cruzeiro até bombas cluster. Também
há relatórios quanto à utilização do GBU-28
Bunker Buster com bombas guiadas, de 2 toneladas, suspeito de transportar 1000
a 1500 kg de urânio por ogiva.
Uma nova preocupação ascende em relação a um
novo tipo de armas de urânio que utilizam urânio padrão,
não empobrecido (isto é, tendo a mesma composição
isotópica do urânio natural) nas componentes das ogivas. Se
utilizado em ogivas grandes e explosivas para "alvos resistentes"
(mais de 1500 kg) criará níveis de contaminação
radioactiva 100 vezes mais altos e mais generalizados do que os
"penetradores" DU anti-tanque utilizados na Guerra do Golfo.
A utilização de munições DU no Iraque e nos
Balcãs é certa, e suas consequências são
denunciadas, embora encobertas pelo silêncio dos media.
No que se refere ao Afeganistão, embora não esteja provado,
novos relatórios destacam preocupações crescentes de que
os bombardeamentos americanos possam ter utilizado mais de 1000 toneladas de
ogivas de urânio com consequências potencialmente desastrosas para
os civis afegãos e colocando sérios riscos de saúde para
tropas e expatriados que foram expostos aos bombardeamentos ou áreas
contaminadas (veja o sítio web Reuter's Health em
<
http://www.reutershealth.com/en/index.html
> e pesquise
"Afghanistan"). Dados actuais de amostras biológicas de
Kandahar, Kabul e Jalalabad obtidos análises de espectometria de massa
aperfeiçoadas confirmam que é de mais de 100 vez a
concentração mais elevada de isótopos de urânio nos
espécimes biológicos em comparação com os grupos de
controle. Níveis de mortalidade maternal muito elevados no
Afeganistão foram relatados em dois estudos recentes: o primeiro da
American Medical Association (September, 2002), em
http://jama.ama-assn.org/issues/v288n10/ffull/jlf20033.html
; e o último
do estudo CDC / UNICEF para o Ministério da Saúde afegão,
em
http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_10239.html
(November 6, 2002: os investigadores que fizeram estes estudos estavam
inconscientes dos perigos do urânio e não relataram acerca da
saúde das crianças que morreram antes de nascer, ou sobreviveram
à mortalidade materna; não foram relatados exames
pós-morte). Houve também várias epidemias letais de
"doenças misteriosas" este ano no Afeganistão. Como
pano de fundo acerca dos sistemas de armas utilizadas no Afeganistão
suspeitas de conterem ogivas de urânio e riscos de saúde
potenciais para civis e tropas ver: Depleted Uranium weapons 2001-2002:
Mystery Metal Nightmare in Afghanistan, 31 January 2002, em
http://www.eoslifework.co.uk/du2012.htm
(+ cópia PDF do
relatório completo); e Hazards of Uranium Weapons in Afghanistan
and Iraq, 23 October 2002, em:
http://www.eoslifework.co.uk/u232.htm
(mais links de ficheiros). Para
a avaliação mais recente (November 13, 2002) do Prof. Marc Herold
ver
http://www.cursor.org/stories/uranium.htm
(ela contem alguns erros
sobre pormenores das armas e assevera que foram utilizadas armas de
urânio).
Sobre a próxima guerra ao Iraque, há estimativas de que mais
de 1500 toneladas de pó de urânio poderiam ser acrescentadas ao
ambiente do Iraque, 5 vezes mais do que o admitido na Guerra do Golfo de 1991.
Isto provocaria um grande aumento na epidemia de canceres e nascimentos
defeituosos actualmente existente que tornou-se um desastre humanitário
no Iraque e provocou múltiplos problemas de saúde para veteranos
da Guerra do Golfo.
[7]
Ver Jean-Marie Benjamin,
1999 - Iraq, l'Apocalypse
, Editions Favre SA, Lausanne, Swizerland.
[8]
Na sua crescente paranóia terrorista, o Pentágono
também está a desenvolver a mais vasta expansão de
acções encobertas pelas forças armadas por todo o mundo
desde a era do Vietname. Ver William M. Arkin, The secret war,
Los Angeles Times
, October 27, 2002: O Departamento da Defesa está a construir um
exército secreto de elite com recursos que cobrem todo o espectro de
capacidades encobertas. Novas organizações estão a ser
criadas. As missões das unidades existentes estão a ser
revistas. A aviões e navios espiões estão a ser
assinaladas novas missões anti-terror e de monitorização
do "eixo do mal".
[9]
Ver por exemplo vários sítios web, como:
http://www.petroconsultants.com/iwatch/index.html
;
http://www.dieoff.com
;
http://www.iea.org/g8/world/oilsup.htm
. Convém notar que o
declínio da taxa de extracção de combustíveis
fósseis não é devido à exaustão dos furos:
bem antes do esgotamento de um furo, a energia exigida para a
extracção do petróleo ultrapassa o conteúdo
energético do próprio petróleo.
[10]
Um aspecto incerto e delicado no cálculo da consistência da
acumulação de stocks é devido às ogivas
tácticas (
tactical warheads)
, que foram removidas das instalações (mas não
desmanteladas) no fim da década de 1980 pelo tratado INF
(Intermediate Nuclear Forces)
, mas não estão cobertas pelos START
(Strategic Arms Reduction Treaties)
. O número exacto de ogivas tácticas russas não é
conhecido, mas é estimado na ordem dos milhares. Dada a dificuldade de
obter financiamento para novas ogivas, foi feita a proposta de mantê-las
operacionais como um componente da dissuasão nuclear (o exército
russo tem efectuado exercícios simulando a utilização de
ogivas tácticas). Acerca disto a posição americana
não é clara, uma vez que (além de também ter ogivas
nucleares tácticas) mantém bombas de gravidade na Europa que
ainda são um dos pilares da sua ligação atlântica.
Documentos desclassificados revelaram que nas últimas décadas os
EUA introduziram armas nucleares sem informar os países hospedeiros
(dentre eles o Japão, cuja Constituição explicitamente
proíbe tais armas sobre solo japonês).
[11]
Los Angeles Times
, July 13 and 14, 2002;
Global Security Newswire
, July 15, 2002;
US News
, July 15, 2002. Também a NATO, que sempre foi dominada pelos EUA,
parece estar a adoptar uma estratégia semelhante: Adam Tanner,
NATO says could launch pre-emptive strikes,
Swiss radio International
, November 2, 2002.
[12]
Um chocante ensaio de Dominique Lorentz,
Affaires Nucleaires
, Paris, Les Arénes, 2001, documenta a política de
proliferação conduzida pela Casa Branca ao longo do meio
século do pós-guerra, tanto directamente ou, mais frequentemente
(a fim de contornar as proibições de leis federais ou o controle
parlamentar), através de intermediários, principalmente
França, Israel, Alemanha, Argentina, Índia, Paquistão e
assim por diante. Programas nucleares "civis" foram o caminho
habitual para introduzir programas militares, pois na maior parte dos casos
eles incluíam instalações de enriquecimento e/ou
retratamento. De facto, muitos dos países referidos estavam longe de
sofrerem quaisquer restrições energéticas!
A França e a Alemanha estavam envolvidas no programa nuclear do
Iraque: Israel sabotou o reactor "Osirak" quando ele ainda estava em
França, e depois bombardeou o sítio de Tamuz, no qual estava a
ser construído. Durante a sangrenta e esquecida guerra
Iraque-Irão na década de 1980 instrumentalmente estimulada
e apoiada pelos EUA contra o regime do Ayatollah, que eles haviam imposto a fim
de afastar o Xá (a história repete-se!) Washington
forneceu a Bagdade know-how tanto para a guerra química como
biológica (e obviamente sabia e aprovava a sua utilização
contra o Irão e contra os curdos).
Os negócios internacionais de Washington muitas vezes voltaram-se
contra si próprios, como nos casos de Saddam Hussein, ou do regime
Taliban no Afeganistão.
O programa nuclear iraniano era apoiado directamente pelos EUA sob o regime
do Xá, e posteriormente pela França e Alemanha. Teheran tem uma
participação de 10% no Eurodif European uranium
enrichment program. O verdadeiro princípio do sangrento terrorismo
islâmico da Jihad foi durante a década de 1980, quando Paris (e
Washington) tentaram cortar esta participação, até que foi
confirmada oficialmente em 1991. Parece que alguns dos testes nucleares do
Paquistão testaram realmente ogivas iranianas (o mesmo foi feito para
Israel nos testes indianos). Moscovo está actualmente envolvida nos
programas nucleares iranianos, para o término da
instalação de Busher (no qual a Alemanha estava envolvida
anteriormente).
O
New York Times
(November 25, 2002) denunciou o apoio do Paquistão ao programa nuclear
da Coreia do Norte, depois do apoio dado pelos nortecoreanos ao programa de
mísseis do Paquistão. Apesar da negativa categórica do
presidente Musharraf, é altamente crível que toda a
história seja verdadeira, e é a pista para as manobras anteriores
conduzidas pelos EUA.
[13]
Mike Allen and Barton Gellman, Preemptive Strikes Part Of Strategy,
Officials Say,
Washington Post
, December 11, 2002 Pg. 1.
[14]
Reuters, June 25, 2002; Manlio Dinucci,
il manifesto
, June 17, 2002.
[15]
Associated Press
, June 27, 2002.
[16]
Israel recentemente equipou com mísseis de cruzeiro com ogivas
nucleares três submarinos convencionais comprados à Alemanha.
[17]
Ver por exemplo o citado ensaio de Dominique Lorentz'. Estes países
são: Argélia, Argentina, Austrália, Áustria,
Bangladesh, Bélgica, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile,
China, Colômbia, Congo, Egipto, Finlândia, França, Alemanha,
Holanda, Hungria, Índia, Indonésia, Irão, Israel,
Itália, Japão, México, Coreia do Norte, Noruega,
Paquistão, Peru, Polónia, Roménia, Rússia,
Eslováquia, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Suécia,
Suíça, Turquia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos,
Vietname.
Há países, como a Alemanha e o Japão, que não
possuem ogivas nucleares, mas possuem o know-how e a capacidade para as
construírem, uma vez que têm feito isto em outros países.
[18]
Além disso, o enorme custo de uma guerra ao Iraque não
está incluído neste orçamento, mas será coberto
como despesas de emergência. O antigo director do Gabinete para a
Administração e o Orçamento, Lawrence Lindsey, foi
fortemente criticado e em seguida demitido da administração por
ter previsto uma despesas de guerra entre US$ 100 e 200 mil milhões. O
seu sucessor, Mithchell Daniels, baixou esta previsão para US$ 60 a 90
mil milhões. Contudo, tal som não inclui nem as despesas com uma
longa ocupação militar nem aquelas para a
reconstrução. Os custos da Guerra do Golfo de 1991 foram em
torno do US$ 80 mil milhões, mas não incluíam uma
ocupação militar, e foram amplamente assumidos pela Arábia
Saudita, pelo Kuwait e pelo Japão.
Seumour Melman, professor emérito da Universidade de Columbia,
está a denunciar há muitos anos os super-gastos militares
maciços do orçamento federal e o seu efeito de des-industrializar
o país, que custa milhões de empregos e prejudica severamente o
investimento em obras públicas. Num recente memorando, chamado
The Pentagon connection, ele reitera a maciça
redundância e opulência de vários sistemas de armas, tal
como a próxima onda de aviões de combate, mísseis,
submarinos e aviões de carreira. A American Society of Civil Engineers
estima que um a três triliões de dólares são
necessários para a reparação de doze categorias de obras
públicas. Ver Ralph Nader, The Pentagon connection, January
17, 2003,
http://commondreams.org/
.
[19]
Chirac aumentou em 6% o orçamento militar francês, e
propôs que as despesas militares não fossem incluídas no
Pacto de Estabilidade da União Europeia.
[20]
Dominique Lorentz, cit., pp. 567-8.
[21]
Christopher E. Paine,
Scientific American
, September 1999; John Barry,
Newsweek
, August 20, 2001.
[22]
Reuters
, August 16, 2001.
[23]
Fas Public Interest Report
, January/February 2001, Vol. 54, no. 1. Ben MacIntire,
The Times
, April 16, 2001; Julian Borger,
The Guardian
, April 18, 2001.
[24]
The Guardian
, June 18, 2002.
[25]
Uma descrição pormenorizada é apresentada por Luc
Allemand, Mégajoule: le plus gros laser du monde,
La Recherche
, No. 360, January 2003, pp. 60-67. Parece interessante observar que o
Comissariat à l'Énergie Atomique
está a desenvolver uma operação de
"sedução" junto a físicos civis anunciando que a
instalação será em parte dedicada a
investigações civis.
[26]
André Gsponer, From the Lab to the Battlefield? Nanotechnology
and Fourth-Generation Nuclear Weapons,
Disarmament Diplomacy
, No. 67, October-November 2002; ver:
http://www.acronym.org.uk/dd/dd67/67op1.htm
.
[27]
A primeira e segunda geração de armas nucleares são as
bombas atómicas e de hidrogénio desenvolvidas durante as
décadas de 1940 e 1950, ao passo que a terceira geração
compreende um certo número de princípios desenvolvidos entre as
décadas de 1960 e 1980. Exemplo: a bomba de neutrões, que nunca
encontrou um lugar permanente nos arsenais militares.
[28]
O 'superlaser' proporciona um aumento do factor de um milhão na
potência instantânea de lasers de mesa, e é possivelmente o
mais significativo avanço recente em tecnologia militar; os
fotões podem ser concentrados em números ilimitados de modo que
um muito localizado e breve impulso de luz pode conter enormes quantidades de
energia tão grandes que um superlaser de mesa pode iniciar
reacções nucleares tais como a cisão ou a fusão.
Este aumento de potência é da mesma magnitude como o factor de um
milhão que diferencia a densidade de energia entre a energia
química e nuclear.
[29]
Comparada com as ogivas habituais expressas em quilotons ou megatons,
respectivamente um milhar e um milhão de toneladas de equivalente em
altos explosivos.
[30]
André Gsponer, cit. Ver um estudo sobre aspectos radiológicos
da quarta geração de armas nucleares em:
http://arxiv.org/abs/physics/0210071
[31]
<
http://www.lasg.org/appaloos/appaloos.htm
>
[32]
Richard Butler,
New York Times
, July 13, 2001.
[33]
Knight Ridder,
Tribune News Service
, June 28, 2001.
[34]
Washington Times
, September 15, 1999; embora o ministro da Energia Atómica tenha negado (
Itar Tass
, September 16, 1999).
[35]
Washington Post
, October 3, 1999, p. A01.
[36]
Bill Gertz,
Washington Times
, April 9¸2001. Que o teste sub-crítico tenha sido executado parece
ter sido confirmado posteriormente: Bill Gertz and Rowan Scarborough,
Washington Times
, June 6, 2001.
[37]
Walter Pincus,
Washington Post
, June 20, 2001, p. 8. Manter este estado de alerta custa ao Pentágono
uns US$ 20 mil milhões por ano. Em anos recentes o números de
objectivos estratégicos na Rússia realmente aumentou.
[38]
Daniel G. Dupont, Nuclear reactions,
Scientific American
, September 2002.
[39]
John M. Donnely,
Defence Week
, April 2, 2001
[40]
40 John M. Donnely, cit.
[41]
M. Selinger,
Aerospace Daily
, 14.06.2001.
[42]
Pat Towell, Bush's missile defense victory signifies changing
times,
Congressional Quarterly Weekly
, October 26, 2002.
[43]
Bill Gertz, U.S. To Deploy Anti-Missile System By '04,
Washington Times
, 17 December 2002, Pg. 1
Deve-se acrescentar que a CIA considera que o Irão, Iraque, Líbia
e Síria também poderiam emergir com ameaças de
mísseis de longo alcance e que o sistema inicial da Costa Oeste
será incapaz de deitar abaixo mísseis daqueles países.
Foi relatado que responsáveis da administração declararam
que o Pentágono está a planear um segundo sistema de defesa de
mísseis, baseado num sítio interceptor em Maine, orientado para
ameaças de mísseis da Europa e do Médio Oriente, que
poderia ser construído previsivelmente em 2010-2015 (
The Hindustan Times
, December 20, 2002).
[44]
Pat Towell, cit: são os seguintes os principais programas financiados
sob a lei de defesa do ano fiscal 2003, e são destinados a desenvolver
armas que poderiam interceptar um míssil nos primeiros minutos
após o seu lançamento.
Fase de arranque (Boost Phase)
:
Air-Borne Laser
- Boeing, Lockheed Martin e TRW estão reunidos num projecto de US$ 10,7
mil milhões para por em campo sete 747 cargo jets equipados com enormes
lasers que podem destruir mísseis a uma distância de várias
centenas de milhas. A lei de verbas da defesa dá US $598 milhões
no ano fiscal 2003.
Space-Based Laser
- Embora alguns conservadores tenham durante anos defendido satélites
armados com lasers anti-mísseis, o Congresso cortou os US$ 170
milhões pedidos no ano fiscal de 2002 porque o primeiro teste da arma
não começaria até 2013. A equipe de empreiteiros a
trabalhar no projecto TRW, Lockheed Martin, Boeing dissolveu-se no
fim de Setembro. A lei de verbas da defesa de 2003 cortou os pedidos da
administração para o projecto de US$ 35 para US$ 25
milhões.
Kinetic-Energy Weapons
- A administração pediu dois novos programas para desenvolver
mísseis guiados que pudessem ser lançados de navios (US$ 90
milhões) e de satélites (US$ 54 milhões) deter um ataque
de mísseis logo após o seu lançamento, destruindo-o com a
força do impacto. A lei de verbas do ano fiscal de 2003 cortou US$ 50
milhões do total de US$ 144 milhões, deixando aos administradores
do Pentágono distribuírem as verbas do orçamento reduzido.
Médio-Curso
: Há dois grandes programas destinados a deter um interceptor quando ele
voa através do espaço:
Baseados em terra
- A Boeing dirige uma grande equipe de empresas que desenvolvem interceptores
baseados em terra, que o presidente Bill Clinton considerou primeiramente
instalar no Alasca. A lei fiscal de 2003 financia os US$ 2,6 mil
milhões para os mísseis e o teste de sítios.
Baseado no mar
- A lei tira US$ 10 milhões aos US $427 milhões solicitados para
desenvolver um sistema semelhante lançado a partir dos cruzadores Aegis
da Marinha.
Fase terminal
:
Patriot PAC-3
- A lei de verbas do ano fiscal 2003 acrescenta US$ 30 milhões aos US
$151 milhões solicitados para financiar testes adicional deste sistema
Lockheed Martin. A lei também acrescenta US$ 20 milhões aos US$
472 milhões solicitados para continuar a produção.
THAAD
- A lei proporciona US$ 912 milhões dos US$ 932 milhões
solicitados para continua a desenvolver este sistema da Lockheed Martin,
concebido para interceptar mísseis que voam mais longe e mais
rápido do que o PAC-3.
Terminal baseado no mar
- Depois de o esforço efectuado pela Raytheon para desenvolver
interceptor de curto alcance lançado a partir de navios ter ido
para a sucata em 2001, a administração pediu US$ 90
milhões para começar outra vez. Mas a lei de verbas cortou US$
60 milhões e transferiu os US$ 30 milhões remanescentes para o
sistema de médio curso baseado no mar, o qual utiliza alguns dos mesmo
componentes.
A fim de acompanhar o desenvolvimento dos programas dos vários
sistemas de mísseis, o Center for Defense Information, dos EUA criou
gráficos pormenorizando os êxitos e fracassos de todos os testes
leves integrados detidos pela Missile Defense Agency (MDA):
http://www.cdi.org/missile-defense/systems.cfm
[45]
Jeff Bennett, Inside Missile Defense, 18.04.2001, p. 1;
Washington Times, 07.06.2001, p. 6.
[46]
Ver por exemplo: V. F. Polcaro, in
Contro le Nuove Guerre
(M. Zucchetti, ed.), Odradek, Rome 2000, p. 213.
[47]
Russia Weekly
, Center for Defense Information, Washington, no. 65, September 10, 1999.
[48]
Bill Gertz,
Washington Times
, July 30, 2001:
http://washingtontimes.com/national/20010730-13752166.htm
[49]
Geoffrey Forden,
Bulletin of the Atomic Scientist
, September 2002.
[50]
Christian Science Monitor
, April 6, 2001; Sergei Ishchenko,
Trud
, Russia, June 21, 2001 (
CDI Russia Weekly
, no. 159, June 22, 2001). A Rússia poderia suspender a sua
participação numa convenção internacional banindo
armas químicas se o pedido de Moscovo para estender a data final para a
destruição dos seus arsenais químicos for rejeitada pelos
signatários da convenção, relatou a Interfax-Military News
Agency reported (
Moscow Times
, October 8, 2002 Pg. 4).
[51]
Mantido por Wouter Basson, a
eminência parda
por trás dos planos de guerra química do governo do apartheid na
África do Sul, em testemunho perante o Supremo Tribunal de
Pretória sobre a destruição deste arsenal. Ele declarou
que filmes da rendição de tropas iraquianas mostravam claramente
os efeitos destas substâncias agressivas nas caras dos soldados (
India Times
, July 28, 2001:
http://timesofindia.indiatimes.com/articleshow.asp?art_id=67147283
).
Após a guerra novas evidências da utilização de
substâncias químicas agressivas vieram à luz.
[52]
52
Joint Publication 3-06/Doctrine for Joint Urban Operations
(September 16, 2002). Recorde-se que por ocasião do G8 em
Génova, em Julho de 2001, a polícia italiana utilizou contra a
multidão 6200 bombas lacrimogéneas equipadas com uma
substância química chamada CS, a qual é realmente um
produto químico agressivo; ver p. exemplo Edoardo Magnone and Ezio
Mangini,
La Sindrome di Genova. Lacrimogeni e Repressione Chmica
, Fratelli Frilli Editori, Genova, September of 2002
[53]
E.g., v Richard Beeston,
The Times
, July 23, 2001.
[54]
New York Times
, September 4, 2001
(
http://www.nytimes.com/2001/09/04/international/04GERM.htm?ex=10
);
New York Times
, September 4, 2001
(
http://www.nytimes.com/2001/09/04/international/04BIOW.htm?pagewa
); Manlio
Dinucci,
il manifesto
, September 6, 2001.
[55]
http://www.guardian.co.uk/usa/story/0,12271,821306,00.html
[56]
Malcom Dando and Mark Wheelis,
Bulletin of the Atomic Scientists
, December of 2002.
[57]
David Brown, In Vaccination Plan, A World of Unknowns,
Washington Post
, December 14, 2002; Page A01
http://www.washingtonpost.com/ac2/wp-dyn/A52661-2002Dec13?language=printer
);
Richard W. Stevenson and Lawrence K. Altman, Smallpox Shots Will Start
Soon Under Bush Plan,
http://www.nytimes.com/2002/12/12/politics/12VACC.html
.
[58]
A razão médica para se opor à vacinação
generalizada é o perigo relativo da vacina e a dificuldade de minimizar
o risco. Pelo menos um quarto dos potenciais receptores e possivelmente
um bocado mais precisará ser filtrado previamente: isto inclui
aqueles quem está infectado com o vírus da SIDA, grávidas,
com drogas imunodepressivas ou tiver qualquer das doenças da pele
conhecidas colectivamente como eczemas. Como a vacina é um vírus
vivo que pode ser transmitido a outros, qualquer pessoa em estreito contacto
com uma pessoa naquelas categorias também deve ser excluída.
Isto será uma tarefa muito difícil e muito vulnerável a
erros. Mesmo que tudo acontecesse perfeitamente, haverá milhares de
pessoas com braços quentes, inchados e com ferimentos. Mais
provavelmente, haverá complicações e umas poucas mortes.
O que mais preocupa os responsáveis pela saúde pública
são as consequências sociológicas de uma campanha de
vacinação que for mal conduzida, ou mesmo apenas azarada. Em
anos recentes, tanto o autismo como sintomas conhecidos como o
"Síndroma da Guerra do Golfo" foram atribuídos a
vacinas, embora haja pouca ou nenhuma evidência científica para
apoiar a afirmação. O cepticismo sobre vacinas é
alimentado pelo facto de que ocasionalmente uma delas causa danos, como o caso
da vacina rotavirus contra um mal intestinal comum. A vacina foi abandonada
depois de ter sido descoberto ter disparado um defeito intestinal em algumas
pessoas.
[59]
http://www.au.af.mil/au/2025/volume3/chap15/v3c15-1.htm
.
[60]
Ver: Michel Chossudovsky, Washington's new order: weapons have the
ability to trigger climate change,
http://www.emperors-clothes.com/articles/chuss/haarp.htm
;
and Rosalie Bertell,
http://www.globalpolicy.org/socecon/environment/weapons/htm
[61]
David A. Fulghum,
Aviation Week and Space Technology
, August 6, 2002.
[62]
Hil Anderson, Combat lasers becoming a reality,
http://www.upi.com/view.cfm?StoryID=20021210-090342-6771r
.
[63]
Ivar Ekman, Bunker Buster,
The New York Times
, December 15, 2002.
[64]
Em ligação com isto, há outra objecção
levantada timidamente pela Alemanha, respeitante às
protecções (black-boxes) impostas pelos EUA sobre as armas que
vendem, para impedir compradores de terem acesso a tecnologias secretas.
Naturalmente os EUA rejeitaram-na (
Defense News
, November 22, 1999, pp. 3-28).
[65]
Ed Vulliamy,
New York Sunday
, July 29, 2001.
[66]
Washington Times
, October 25, 1999.
[67]
Robert Uhlig,
London Daily Telegraph
, June 11, 2001.
[68]
Andrea Stone,
USA Today
, June 19, 2001, p. 1.
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info
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