Comissão Europeia toca o dobre de finados para o gasóleo
por Nicolas Meilhan
Após nove anos de advertências acerca das ultrapassagens
francesas das normas de qualidade do ar,
a Comissão Europeia toca o dobre de finados do gasóleo pois colocou a França, o Reino Unido e a Alemanha
diante do Tribunal de Justiça da União Europeia a fim de que
estes Estados justifiquem
sua inacção quanto à poluição do ar
nestes últimos dez anos.
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Inteiramente convencidos de que o gasóleo iria salvar a humanidade e
até o planeta, no princípio dos anos 2000 a maior parte dos
Estados Membros da UE
decidiu encorajar a venda desta motorização
"ecológica". Mas ela
não só
não fez baixar nem um bocadinho nossas emissões de CO2 nos transportes
, como também nos gratificou com um cocktail de emissões poluentes
de partículas finas
(particulate matter, PM)
e óxidos de azoto (NOx).
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Sempre será possível tentar tranquilizar (ou não) dizendo
que não éramos os únicos porque mesmo no paraíso do
veículo eléctrico, a Noruega, acreditou-se nisso: em 2007, 2010 e
2011 ela já nos havia tomado o lugar de campeão da Europa do
Ciclo Diesel com mais de 75% das vendas de veículos novos, contra menos
de 10% sete anos antes.
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Evidentemente, algumas más línguas irão precipitar-se a
explicar-nos que será preciso
enviar a factura à Angela Merkel e suas centrais termoeléctricas
a carvão. Mas se por vezes
temos de facto o prazer de respirar algumas partículas vindas do outro lado do Reno
, isso não acontece quanto ao dióxido de azoto (NO2) pois ele
não viaja: é emitido localmente
pelos veículos de Ciclo Diesel e chega aos 75% em Paris segundo a
Air Parif
.
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E é por o NO2 ser um poluente local emitido em 75% pelos veículos
de Ciclo Diesel que esta decisão equivale ao
dobre de finados para o gasóleo: Com efeito, se pura e
simplesmente se proibisse a circulação
de todos os carros e furgões a gasóleo em Paris, ainda assim
continuaríamos fora da lei!
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[NR] A alcaidia de Madrid proibiu que a
renovação das frotas de autocarros que circulam na cidade seja
efectuada com veículos do Ciclo Diesel. Assim, a empresa de transportes de Madrid optou
sobretudo pela solução dos veículos a gás natural.
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