Sobre o acordo com o Eurogrupo
por AKEL
O acordo alcançado pelo Eurogrupo durante a manhã foi o
clímax da primeira fase dos planos da Troika contra o povo cipriota. O
acordo não só não ajuda a tratar os problemas que
confrontam a economia como também aprofunda a crise pois levará a
mais consequências penosas para o nosso país e o nosso povo. O
resultado levará a mais alto desemprego, à
implementação de medidas de austeridade adicionais, a cortes e
privatizações, provocando problemas enormes para pequenos e
médias empresas obrigando-as a encerrar.
Nos últimos dias nossos "parceiros" europeus revelaram com
cinismo que este era o seu plano desde o princípio. Isto equivale a
dizer: eles fixaram objectivos e seguiram uma rota específica para a sua
implementação.
Em relação ao AKEL, nós apontámos desde o
início que a rota seguida pela Troika para tratar a crise
económica era um beco sem saída. A tentativa de resgatar o Euro
através dos três pilares da austeridade, cortes e
privatizações simplesmente aprofundou a recessão ainda
mais e levou os países e povo do Sul da Europa ao desastre.
Infelizmente, os círculos dirigentes da União Europeia
teimosamente insistem nestas políticas de beco sem saída as quais
não levam ao desenvolvimento. Nosso aprisionamento nestes modos de
pensamento, tal como o governo Anastasiades está a actuar, não
cria qualquer perspectiva de ultrapassar os problemas mas, ao invés,
carrega os ombros do povo trabalhador com enormes consequências negativas.
Nossa opção como povo é libertar-nos desta estrutura de
raciocínio, resistir às ameaças de Troika e procurar uma
solução fora desta estrutura.
O sr. Anastasiades durante a eleição fez campanha pelo voto do
povo de Chipre e assumiu o mandato prometendo melhorar o acordo do Memorando de
Novembro de 2012. Ele baseou a sua posição sobre as
relações de amizade com a chanceler alemã A. Merkel e os
outros líderes europeus. No fim descobriu da forma mais dura que a
única coisa em que os seus "amigos" estiveram interessados era
servir os seus próprios interesses ao invés de apoiar a
República de Chipre. Quando apontámos esta realidade brutal
durante a administração Christofias eles ridicularizaram-nos.
Agora foi provado que a única coisa em que os "parceiros"
europeus se concentravam era colocar-nos constantemente diante de dilemas de
chantagem e ele, por sua vez, está a fazer o mesmo ao povo cipriota.
Infelizmente o sr. Anastasiades em apenas três semanas pôs de lado
tudo o que havia prometido ao povo cipriota.
Em todo este processo, lamentamos observar que ele não aceitou ter uma
discussão real sobre a proposta de procurar uma solução
fora da estrutura da Troika. Ele simplesmente informou-nos acerca da manobra do
governo. Uma vez que importantes responsáveis do partido DISY
provocadoramente declaram que o sr. Anastasiades assegurou o acordo dos
partidos políticos antes de proceder à aceitação do
acordo da noite passada, enfatizou que isto é uma completa mentira. O
sr. Anastasiades informou os partidos políticos acerca do acordo que
havia concluído. Nem ele pediu nem teve o nosso apoio. Além
disso, durante todo este tempo reiteradamente sublinhámos que a nossa
posição era procurar uma solução fora da Troika.
Acreditamos que o acordo Anastasiades Eurogrupo é o
princípio de novas desgraças para Chipre e o nosso povo. É
dever dos partidos políticos projectar um caminho de saída para o
povo e trazer de volta a esperança e a perspectiva. Asseguramos o povo
que ó que fará o AKEL tomando iniciativas em
relação tanto ao governo como aos partidos políticos para
iniciar um diálogo que levará à formulação
de uma proposta para uma saída desta crise.
Ao mesmo tempo propomos e insistimos no seguinte:
1. A realização de um referendo de modo em que o povo cipriota
decidirá sobre o acordo Anastasiades-Troika. Estas decisões
determinarão o nosso futuro por muitos anos e o povo tem todo o direito
de dizer o seu ponto de vista.
2. Exigimos que os procedimentos para punir os responsáveis por todos os
problemas que assaltam a economia de Chipre deveriam ser postos em
acção. Para este propósito, o Relatório
Alvarez & Marshall
deveria ser encaminhado directamente para a Câmara dos Deputados e o
Procurador-Geral.
3. Apelamos ao Governador do Banco Central a que submetenha à
Câmara dos Deputados os nomes de todos aqueles que durante este
período recente tenha levado dinheiro em massa para fora do país
e dos bancos cipriotas e que possuam postos políticos ou estatais. A
investigação deve estendida também aos seus familiares.
Dirigimo-nos ao povo cipriota, declarando que estamos a enfrentar tempos muito
difíceis. Atravessámos tempos muito difíceis também
no passado. Nós não capitulámos ou nos rendemos. Nem
capitularemos ou nos renderemos agora. Não capitularemos mas
resistiremos, travando a batalha e venceremos.
Comunicado de imprensa do CC do AKEL, 25 de Março de 2013, Nicósia
O original encontra-se em
http://www.akel.org.cy/nqcontent.cfm?a_id=8676&tt=graphic&lang=l3
Esta declaração encontra-se em
http://resistir.info/
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