A "revelação" de mentiras sobre o 11 de Setembro
perpetua a "Grande Mentira"
Notas da apresentação de Michel Chossudovsky na
sessão plenária de abertura, em 27/Mai/04, do
Inquérito Internacional de Cidadãos sobre o 11/9
, Toronto, 25-30 de Maio de 2004.
por Michel Chossudovsky
A administração Bush teve numerosos avisos dos serviços de
inteligência. A "revelação de mentiras" dos
responsáveis de Bush sobre estes avisos de
inteligência tem servido para sustentar a al Qaeda como uma
ameaça
genuína, como o inimigo de fora, que
põe em risco a segurança da América, quando de facto a al Qaeda
é uma criação do aparelho de inteligência dos EUA.
Os líderes da América em Washington e Wall Street acreditam
firmemente na virtude da guerra e nas formas autoritárias de
governação como modo de proteger os valores
democráticos.
O 11/9 é a justificação.
Segundo o Departamento de Segurança Territorial
(Homeland Security)
, os ataques a curto-prazo rivalizarão ou excederão os
ataques do 11/9".
Um ataque terrorista real em solo Americano levaria à
suspensão do governo civil e ao estabelecimento de lei marcial. Nas
palavras do secretário de Segurança Territorial, Tom Ridge:
Se formos para o [código de alerta] vermelho ... fecha
basicamente o pais.
Se perguntar, 'Isso é a sério? Sim, pode apostar a vida.
Não se diz tal coisa a menos que seja a sério." (Donald
Rumsfeld)
A "Criminalização do Estado" dá-se quando
criminosos de guerra legitimamente ocupam posições de autoridade,
o que lhes permite decidir quem são os criminosos, quando na
realidade são eles mesmos os criminosos.
Michel Chossudovsky é autor de "Guerra e
Globalização. A verdade por trás do 11 de Setembro".
Para aceder a um dos seus capítulos clique em
http://globalresearch.ca/globaloutlook/truth911.html
.
Revelar uma mentira não conduz necessariamente ao estabelecimento da
verdade.
De facto a experiência da Comissão 11/9, que tem o mandato de
investigar os ataques do 11 de Setembro, tem provado exactamente o
contrário.
Sabemos que a Administração Bush teve numerosos
avisos de inteligência. Sabemos que ela dispunha de
inteligência confirmando que terroristas tinham a
capacidade de sequestrar aviões e de os usar para atingir
edifícios.
O Procurador Geral John Ashcroft aparentemente fora advertido pelo FBI, em
Agosto de
2001, a evitar linhas aéreas comerciais, mas esta
informação não foi tornada pública. (Ver Eric Smith
em
http://www.globalresearch.ca/articles/SMI402A.html
)
O Pentágono havia conduzido um exercício completo no qual um
avião colidia com o Pentágono. (Ver
http://globalresearch.ca/articles/RYA40Â.html
).
Também sabemos que responsáveis sénior da
Administração Bush, incluindo Donald Rumsfeld e Condoleezza Rice,
mentiram sob juramento à comissão do 11/9, quando declararam que
não tiveram nenhum informação ou aviso de ataques
terroristas iminentes.
Mas sabemos também, por pesquisas cuidadosamente documentadas, que:
Houve ordens de suspensão de actividade durante o 11/9. A força
aérea dos EUA não interveio. (Ver
http://www.globalresearch.ca/articles/ELS30Ä.html
, Szamuely em
http://www.globalresearch.ca/articles/SZA11À.html
)
Houve encobrimento da investigação do World Trade Center (WTC) e
Pentágono. O entulho do WTC foi confiscado. (ver Bill Manning em
http://www.globalresearch.ca/articles/MAN309A.html
)
Os restos do avião que colidiu com o Pentágono desapareceram.
(Ver Thierry Meyssan,
http://www.globalresearch.ca/articles/MEY204C.html
)
Ganhos financeiros maciços foram realizados em consequência do
11/9,
através do uso de informação privilegiada na venda de
acções antes do 11/9 (ver Michael Ruppert,
http://www.globalresearch.ca/articles/RUP110A.html
.)
Existe ainda um aproveitamento financeiro associado à
reclamação de impostos pelo dono do WTC no valor de 7,1 mil
milhões de dólares, na sequência do colapso das torres
gémeas (Ver Michel Chossudovsky,
http://www.globalresearch.ca/articles/CHO403B.html
)
Persiste o mistério sobre o edifício 7 do WTC, que
misteriosamente desmoronou ou foi deitado abaixo na tarde do 11/9
(para pormenores ver WTC-7: Scott Loughrey
http://www.globalresearch.ca/articles/LOU308A.html
).
A Casa Branca está a ser acusada pelos críticos de
negligência criminosa, por haver desconsiderado a
inteligência apresentado a Bush e sua equipa de segurança
nacional, e por não haver actuado para prevenir os ataques do 11/9.
O consenso é:
Eles sabiam mas não agiram.
Esta linha de raciocínio atrai muitos críticos do 11/9 e de Bush
porque coloca a culpa claramente na administração Bush.
Mas numa ironia amarga, o mesmo processo de revelação destas
mentiras e expressão da indignação pública tem
contribuído para o encobrimento dos acontecimentos do 11/9.
"Revelar as mentiras" serve para apresentar o al Qaeda como se fosse
uma
ameaça genuína, como o inimigo externo, que
ameaça a segurança dos EUA, quando de facto a al Qaeda é
uma criação do aparelho de inteligência dos EUA:
A presunção é que estes avisos e sumários de
inteligência emanados dos serviços de inteligência constituem uma
representação verdadeira e equilibrada da ameaça
terrorista.
Entretanto, a história da al Qaeda e a CIA foi empurrada para a sombra. O
facto de sucessivos governos dos EUA, desde a guerra
Soviética-Afegã, terem apoiado a rede islâmica de terror
não é mais mencionado, por razões óbvias. Isto
romperia o consenso a respeito da al Qaeda como o inimigo externo da
América, que constitui um elemento crucial de toda a doutrina da
Segurança Nacional.
Esta proposição central, de que terroristas Islâmicos foram
responsáveis pelo 11/9, serve para justificar tudo o mais, incluindo a
Lei Patriota
(USA Patriot Act)
, as guerras no Afeganistão e no Iraque, os
crescentes orçamentos de defesa e segurança territorial, a
detenção de milhares de crentes na fé muçulmana com
acusações forjadas, o encarceramento e detenção em
Guantanamo de alegados combatentes inimigos, etc.
O PAPEL CENTRAL DA AL QAEDA NA DOUTRINA DE SEGURANÇA NACIONAL DE BUSH
Explícito na Estratégia de Segurança Nacional
[National Security Strategy (NSS)]
, a doutrina de guerra defensiva antecipativa
e a guerra ao terrorismo contra a al Qaeda constituem os dois
elementos essenciais da campanha de propaganda do Pentágono.
Não há al Qaeda.
Não há guerra ao terrorismo.
Não há Estados que apoiem a al Qaeda.
Não há pretexto para travar a guerra.
Não há justificação para invadir e ocupar o
Afeganistão e o Iraque.
Não há justificação para enviar forças
especiais dos EUA para numerosos países pelo Mundo afora.
Não há justificação para desenvolver armas nucleares
tácticas a serem usadas em teatros de guerra convencionais contra
terrorista Islâmicos, que segundo os depoimentos oficiais constituem a
ameaça nuclear. (Ver
http://globalresearch.ca/articles/CHO405A.html
).
A doutrina nuclear pós-11/9 da Administração Bush aponta
para a al Qaeda como um tipo de poder nuclear.
"O Pentágono tem de preparar-se para todas as possíveis
contingências, especialmente agora quando dezenas de países e
alguns grupos terroristas estão dedicados a programas secretos de
desenvolvimentos de armas." (citado em William Arkin, Secret Plan
Outlines the Unthinkable,
Los Angeles Times
, 09/Mar/2002)
O Papel Central da al Qaeda na Doutrina Militar dos EUA
A mera existência da al Qaeda constitui a justificação para
a guerra antecipativa
(pre-emptive)
contra 'Estados bandidos'
('rogue states')
e organizações terroristas. Faz parte da
doutrinação
das tropas dos EUA que combatem no Médio Oriente. Isto também
é
utilizado como justificação do abuso dos prisioneiros
de guerra.
O objectivo é apresentar acção militar
antecipativa isto é guerra como um acto de
auto-defesa contra duas categorias de inimigos: Estados
bandidos e terroristas Islâmicos.
"A guerra contra terroristas de alcance global é um empreendimento
de duração incerta. (...) Os EUA irão agir contra
ameaças emergentes antes que elas se desenvolvam inteiramente.
(
) Estados bandidos e terroristas não procuram atacar-nos com
métodos convencionais. Eles sabem que tais ataques iriam falhar.
Em vez disso, confiam em actos de terror e, potencialmente, no uso de armas de
destruição maciça (...)
Os alvos destes ataques são as nossas forças militares e a nossa
população civil em violação directa de uma das
principais normas da lei de guerra.
Como foi demonstrado pelas perdas em 11 de Setembro de 2001, vítimas
civis maciças são um objectivo específico dos terroristas, e
estas perdas podem tornar-se exponencialmente mais severas se os terroristas
adquirirem e usarem armas de destruição maciça.
Os EUA têm desde longa data mantido a opção de ataques
antecipativos a fim de opor-se a ameaças à nossa segurança
nacional. Quanto maior a ameaça, maior o risco de inactividade
e mais persuasivo o argumento para a acção
antecipatória a fim de nos defendermos. (...) Para prevenir ou impedir
tais
actos hostis dos nossos adversários, os EUA, se necessário,
agirão preventivamente".
(National Security Strategy, White House, 2002,
http://www.whitehouse.gov/nsc/nss.html
)
Para justificar acções militares antecipativas, incluindo o uso de
armas nucleares em teatros de guerra convencionais (aprovado pelo Senado nos
finais de 2003), a Doutrina de Segurança Nacional requer a
fabricação de uma ameaça terrorista,
i.e.
, um inimigo externo. Precisa também de associar estas
ameaças terroristas ao patrocínio estatal por parte dos chamados
estados bandidos.
Mas isto significa também que os vários eventos produtores
de vítimas maciças, alegadamente por parte da al Qaeda (o
inimigo fabricado) são também parte do estratagema que consiste
em manter
a lenda de um inimigo externo.
11/9 E PROPAGANDA DE GUERRA
Por outras palavras, os avisos prévios sustentam a lenda da al Qaeda, que
constitui a
peça central na guerra ao terrorismo. E esta serve para
justificar as guerras antecipativas dos EUA com vista à
protecção do território.
Um ano antes do 11/9,
o Projecto para um Novo Século Americano
[Project for a New American Century (PNAC)]
necessitava de um evento catastrófico e
catalisador, como um novo Pearl Harbor," que serviria para galvanizar a
opinião pública dos EUA no apoio a uma agenda de guerra.
(Ver
http://www.globalresearch.ca/articles/NAC304A.html
)
Os arquitectos do PNAC parecem ter antecipado, com exactidão
cínica, o uso dos ataques do 11 de Setembro como um incidente
pretexto para guerra.
O objectivo declarado do PNAC é
defender o território
e
lutar e vencer decisivamente em múltiplos e simultâneos
teatros de guerra
, executar funções policiais globalmente, incluindo
acção militares punitivas pelo mundo afora, e as chamadas
revoluções em assuntos militares,
i.e.,
o desenvolvimento de uma nova panóplia de armamento refinado, incluindo a
militarização do espaço, o desenvolvimento de uma nova
geração de armas nucleares, etc. (sobre armas nucleares ver
http://globalresearch.ca/articles/CHO405A.html
, sobre o PNAC,
http://www.globalresearch.ca/articles/NAC304A.html
)
A referência no PNAC a um
evento catastrófico e catalisador
tem ecos de uma declaração semelhante de David Rockefeller
ao United Nations Business Council em 1994:
"Estamos à beira de uma transformação
global. Tudo o que precisamos é a crise global correcta e as
nações aceitarão a Nova Ordem Mundial.
Similarmente, nas palavras de Zbigniew Brzezinski no seu livro, O Grande
Tabuleiro de Xadrez
(The Grand Chessboard)
:
"
é mais difícil forjar um consenso [nos EUA] em
assunto de política estrangeira, excepto nas circunstâncias de uma
ameaça externa directa verdadeiramente maciça e amplamente
percebida".
Zbigniew Brzezinski, antigo Conselheiro de Segurança Nacional do
Presidente Jimmy Carter, foi um dos arquitectos da rede al Qaeda, criada pela
CIA na investida na guerra Soviética-Afegã (1979-1989). (Ver
Brzezinski em
http://www.globalresearch.ca/articles/BRZ110A.print.html
)
O evento catastrófico e catalisador, como mencionado no
PNAC, é uma componente integral do planeamento da inteligência
militar dos EUA.
O General Franks, que liderou a campanha militar no Iraque, notou recentemente
(Outubro de 2003) que o papel de um evento produtor de vítimas
maciças é o de angariar apoio para a
imposição de liderança militar nos EUA. (Ver os apelos do
general
Tommy Franks pela revogação da Constituição dos EUA, Novembro 2003,
http://www.globalresearch.ca/articles/EDW311A.html
).
Franks identifica o cenário preciso no qual a liderança militar
será estabelecida:
"um evento terrorista produtor de vítimas maciças [
ocorrerá ] em algum lugar no mundo ocidental poderá ser
nos EUA que levará a nossa população a questionar a
nossa própria constituição e a começar a
militarizar o nosso país a fim de evitar uma repetição de
outro evento produtor de vítimas." (Ibid)
Esta afirmação, de um indivíduo que está envolvido
activamente nas forças armadas e no planeamento de inteligência
nos níveis mais elevados, sugere que o "militarização
do nosso país" é uma suposição operacional
corrente. É parte do mais largo "consenso de Washington".
Identifica o "mapa da estrada" da administração
Bush e da "Defesa Territorial". Escusado dizer, é
também
uma parte integral da agenda neoliberal.
O evento produtor de vítimas maciças é
apresentado pelo General Franks como um ponto crucial de reviravolta
política. A crise resultante e o tumulto social tem como
intenção facilitar uma grande mudança nas estruturas
políticas, sociais e institucionais nos EUA:
A declaração do General Franks reflecte um consenso dentro da
estrutura militar dos EUA acerca de como os eventos se devem desdobrar. A
guerra ao terrorismo é para proporcionar uma
justificação para revogar a Regra de Lei, essencialmente tendo em
vista
preservar as liberdades civis.
A entrevista de Franks sugere que um ataque terrorista patrocinado pelo al Qaeda
será usado como mecanismo gatilho para um
coup d'état
militar nos EUA: O evento tipo Pearl Harbor do PNAC será
usado como justificação para a declaração do Estado
de Emergência, levando ao estabelecimento de um governo militar.
Em muitos aspectos, a militarização das
instituições civis do Estado nos EUA já é
funcional sob a fachada de uma falsa democracia.
ATAQUES TERRORISTAS REAIS
Para ser eficaz, a campanha de medo e desinformação
não pode depender apenas de avisos de futuros ataques sem
corroboração.
Também requer eventos terroristas reais ou incidentes, que
proporcionem credibilidade aos planos de guerra de Washington. Estes eventos
terroristas são usados para justificar a implementação de
medidas de emergência assim como de
acções militares retaliatórias. Elas são
requeridas, no presente contexto, para criar a ilusão de um
inimigo externo que a ameaçar o
território americano.
O desencadeamento de incidentes como pretexto para guerra
faz parte das premissas do Pentágono. É de facto parte integral
da história militar dos EUA.(Ver Richard Sanders, War Pretext
Incidents, How to Start a War,
Global Outlook
, publicado em duas partes, números
2 e 3, 2002-2003).
Em 1962, a Joint Chiefs of Staff encarou um
plano secreto chamado Operação Northwoods", para
deliberadamente provocar vítimas civis para justificar a invasão
de Cuba:
Podemos fazer explodir um navio dos EUA na Baia de Guantanamo
e culpar Cuba. (...) Podemos desenvolver uma campanha de
terror Comunista Cubana na área de Miami, em outras cidades da Florida e
até em Washington.Listas de vítimas em jornais dos
EUA ajudariam a criar uma onda de indignação nacional. (Ver
documentos desclassificados secretos de 1962 intitulados "Justification
for U.S. Military Intervention in Cuba")
(Sobre a Operação Northwoods ver
http://www.globalresearch.ca/articles/NOR111A.html
).
Não existe prova de que o Pentágono ou a CIA tenham tido um papel
directo nos recentes ataques terroristas, incluindo os decorridos na
Indonésia (2002), Índia (2001), Turquia (2003) e Arábia
Saudita (2003).
Segundo os relatórios, os ataques foram feitos por
organizações (ou células dessas
organizações) que operam independentemente, com um certo grau de
autonomia. Esta
independência é da própria natureza das operações
secretas
dos serviços de inteligência. O activo de
inteligência não é um contacto directo com os seus
patrocinadores encobertos. Este não está necessariamente
consciente do papel que desempenha no interesse dos seus patrocinadores
de inteligência.
A pergunta fundamental é quem está por detrás deles? Quais
as suas fontes de financiamento? Qual a rede subjacente de ligações?
Por exemplo, no caso do ataque bombista em Bali em 2002, a
organização
terrorista alegada, Jemaah Islamiah, tinha ligações à
inteligência militar da Indonésia (BIN), que por sua vez tem
ligações à CIA e à inteligência australiana.
Os ataques terroristas de Dezembro 2001 no parlamento Indiano -- que
contribuiram
para levar a India e o Paquistão à beira de guerra -- foram
alegadamente conduzidos por dois grupos rebeldes, Lashkar-e-Taiba
("Exército
dos Puros") e Jaish-e-Muhammad baseados no Paquistão
("Exército de Maomé"), ambos suportados pelo
ISI do Paquistão segundo o Council on Foreign Relations (CFR) (Ver
http://www.terrorismanswers.com/groups/harakat2.html
, em Washington 2002).
O que o CFR não reconhece é o relacionamento crucial entre o ISI
e a CIA e o facto de o ISI continuar a apoiar Lashkar, Jaish e os militantes
Jammu e Kashmir Hizbul Mujahideen (JKHM), que também colaboram com a
CIA. (para mais pormenores ver Michel Chossudovsky, Fabricating an Enemy,
Março 2003,
http://www.globalresearch.ca/articles/CHO301B.html
).
Um documento
(outbrief)
classificado de 2002 elaborado para guiar o Pentágono,
apela à criação do chamado 'Grupo de
Operações Proactivas Antecipativas ['Proactive, Pre-emptive
Operations Group' (P2OG)], para lançar operações
secretas visando estimular reacções de terroristas ou de Estados
que
possuem armas da destruição maciça -- isto é, por
exemplo, provocando células a agirem e exporem-se a ataques de
resposta-rápida por parte de forças dos EUA." (William
Arkin, The Secret War,
The Los Angeles Times
, 27 de Outubro 2002).
A iniciativa PsOG não é nada de novo. Estende essencialmente um
aparelho existente de operações encobertas. Como foi amplamente
documentado,
a CIA tem apoiado grupos terroristas desde a era da guerra fria.
A provocação de células terroristas" em
operações secretas requer frequentemente a
infiltração e treino dos grupos radicais ligados à al
Qaeda.
A este respeito, o apoio das forças armadas e serviços de
inteligência dos EUA tem sido transferido para várias
organizações terroristas islâmicas através de uma
rede complexa dos intermediários e frentes dos serviços de
inteligência. (ver abaixo em relação aos Balcãs).
CONHECIMENTO ANTECIPADO É UM DIVERSIONISMO
(RED HERRING)
O conhecimento antecipado implica e requer a existência deste
"inimigo externo", que está a atacar a América.
Como foi amplamente documentado, as Brigadas Islâmicas e a al Qaeda,
incluindo as
madrassas e os acampamentos de treino patrocinados pela CIA no
Afeganistão, são uma criação do CIA. Os Taliban
foram "graduados" pelas madrassas, que em 1996 estabeleceram um
governo patrocinado pelos EUA.
Durante a guerra fria, mas também depois dela,
a CIA usando o aparelho da inteligência militar do Paquistão como
intermediário desempenhou um papel chave no treinamento dos Mujahideen.
Por sua vez, o treino de guerrilhas patrocinado pela CIA foi integrado com o
ensino de Islão.
Todas as administrações dos EUA desde Jimmy Carter apoiaram
consistentemente a chamada "Base Militante Islâmica ",
incluindo a al Qaeda de Osama bin Laden, como parte da sua agenda da
política estrangeira.
Quanto a isto, Democratas e Republicanos trabalharam em sintonia. De facto,
têm sido as forças armadas e os serviços de
inteligência americanos que têm proporcionado continuidade à
política estrangeira dos EUA.
Relatos dos media sobre a al Qaeda e a
Inteligência Militar do Paquistão (ISI).
É na verdade revelador que virtualmente em todas as ocorrências de
terrorismo
após o 11/9, a organização terrorista seja descrita
(pelos media e em declarações oficiais) como tendo
"ligações à al Qaeda de Osama bin Laden". Isto é
em
si mesmo uma peça de informação crucial. Naturalmente, o facto de
a al
Qaeda ser uma criação da CIA nem sequer é mencionado nos
relatos da imprensa, nem é considerado relevante para a
compreensão destas ocorrências terroristas.
As ligações destas organizações terroristas
(particularmente
as asiáticas) à Inteligência Militar do Paquistão
(ISI) são reconhecidas em alguns casos por fontes oficiais e por
comunicados da imprensa. Confirmado pelo Conselho de Relações
Estrangeiras (CFR), alguns destes grupos são descritos como tendo
ligações à ISI do Paquistão, sem identificar a
natureza destas ligações. Escusado será dizer, esta
informação é crucial para identificar os patrocinadores
destes ataques terroristas. Ou seja, o ISI é descrito como suportando
estas organizações terroristas, enquanto ao mesmo tempo mantem
ligações estreitas com a CIA.
Por outras palavras,
o foco sobre conhecimento antecipado tem sido útil para distrair as
atenções do antigo relacionamento do governo dos EUA
à rede do terror desde a guerra Soviética-Afegã, o que
levanta inevitavelmente perguntas mais amplas de traição e crimes
de guerra.
O tema de conhecimento antecipado de certo modo limpa o registo
histórico, porque nega o relacionamento entre a al Qaeda e
administrações sucessivas dos EUA.
A administração é acusada de não agir em resposta
aos avisos de terrorismo.
Nas palavras de Richard Clarke:
"devemos tentar conseguir um nível do discurso público sobre
estes temas que seja simultaneamente enérgico e mutuamente respeitoso
(...)
Todos nós queremos derrotar os jihadistas.
[este é o consenso ] Para fazer isto, temos de incentivar um debate
activo, crítico e analítico na América sobre como
fazê-lo da melhor forma. E se houver um outro ataque terrorista
significativo neste país, não nos devemos apavorar ou paralisar o
debate como fizemos por demasiado tempo após o 11/9."(
New York
Times
, 25 de Abril 2004).
Diz-se que Bush e a equipa de inteligência da Casa Branca ignoraram
estes avisos. Richard Clarke, que era responsável pelo contra-terrorismo
no Conselho da Segurança Nacional até Fevereiro de 2003, pediu
"desculpas" ao povo americano e às famílias das
vítimas. Se tivessem agido de forma responsável, se tivessem
examinado seriamente os sumários de inteligência, 3000 vidas
teriam sido salvas no 11 de Setembro de 2001. Mas tenha-se em conta que Richard
Clarke era parte de uma equipe da inteligência que naquela altura
proporcionava apoi
à al Qaeda nos Balcãs. (ver abaixo)
Este novo consenso anti-Bush a respeito dos ataques de 11/9 tem absorvido parte
do movimento sobre a verdade de 11/9. As óbvias mentiras no testemunho
sob juramento à Comissão sobre 11/9 tem sido denunciada em coro;
as famílias das vítimas expressaram a sua
indignação.
O debate centra-se sobre se a administração é
responsável por "uma falha de inteligência" ou se foi
resultado de "incompetência".
Em ambos os casos, a lenda da al Qaeda permanece incontestada. O facto de
sequestradores da al Qaeda serem responsáveis pelo 11/9 permanece
incontestado.
A FONTE DOS AVISOS DE TERRORISMO
Ninguém parece ter questionado a fonte destes avisos, por baixo da
retórica, emanados de um instrumento de inteligência que se sabe
ter apoiado a al Qaeda durante
todo o período da Guerra Fria.
Ou seja, serão os avisos de terrorismo provenientes da CIA uma
representação "verdadeira" da ameaça de
terrorismo ou são eles parte do processo do desinformação
que procura precisamente apresentar al Qaeda como um "inimigo
interno".
Entretanto, os temas de encobrimento e cumplicidade nos
níveis mais elevados da administração de Bush, que foram
levantados imediatamente após os ataques de 11/9, foram postos de lado.
O papel dos responsáveis de Bush, as suas documentadas ligações
à rede do terror, as ligaçõess de negócio entre os Bush e a
família bin Laden, o papel da Inteligência Militar do
Paquistão (ISI) que apoiou e permitiu a al Qaeda enquanto trabalhava de
mãos dadas com os seus contrapartes dos EUA (a CIA e a Defense
Intelligence Agency), o facto de diversos oficiais de Bush terem sido
os arquitectos da al Qaeda durante a administração Reagan, como
revelado pela investigação Irão-Contra, foram também
postos de lado. (ver Michel
Chossudovsky,
http://www.globalresearch.ca/articles/CHO303D.html
)
"FORAM OS SAUDITAS"
Tudo isto, que está cuidadosamente documentado, já não
é relevante. Já não é tema de debate e
investigação. O que os media, assim como alguns dos
investigadores chave do 11/9, estão impingindo é que foram
os sauditas.
O inimigo externo, al Qaeda, é dito ser suportado pelos sauditas.
Esta linha de análise, que caracteriza o processo de 1
milhão de milhões de dólares das famílias das
vítimas liderado
pelo advogado Ted Motley, é evidentemente defeituosa. Embora destaque os
laços financeiros entre os Bush e os bin Laden, não desafia a
lenda do inimigo exterior.
"Foram os Sauditas" é também parte da agenda de
política estrangeira dos EUA, usada para finalmente
desacreditar a monarquia saudita e destabilizar os financeiros sauditas, que
controlam 25 por cento das reservas do óleo mundiais, dez vezes as dos
EUA.
Na verdade, este processo começou já com o programa saudita de
privatização, que procura transferir a riqueza e os recursos
sauditas para mãos estrangeiras (anglo-americanas).
Os financeiros Sauditas nunca foram os proponentes principais. Eles eram
mandatários
(proxies).
Desempenharam
um papel subordinado. Trabalharam intimamente com a inteligência dos EUA
e suas contrapartes financeiras americanas. Foram envolvidos na lavagem de
dinheiro da droga, trabalhando intimamente com a CIA. As seitas Wahabbi da
Arábia Saudita foram enviadas ao Afeganistão para montar as
madrassas. Os sauditas forneceram secretamente financiamento às
várias revoltas eslâmicas por conta da CIA.
Ou seja, o consenso "foram os Sauditas" contribui essencialmente para
a
lavagem da administração Bush, enquanto fornece também um
pretexto para destabilizar a Arábia Saudita.
O CONSENSO "BUSH MENTIU" MANTEM "A GRANDE MENTIRA"
O emergente consenso 11/9 ("inimigo externo", falhas de
inteligência, negligencia criminal, "foram os sauditas", etc.)
que se está encaminhando para os livros da história dos EUA,
é "ele soube, mas não agiu".
Foi incompetência ou negligencia criminal mas não foi
traição.
As guerras no Afeganistão e no Iraque foram "guerras
justas", foram empreendidas de acordo com a doutrina da segurança
nacional, que vê a al Qaeda como o inimigo exterior. Vale a pena notar
aquela no início da guerra no Afeganistão, um certo número
de
intelectuais ocidentais proeminentes, sindicatos e líderes da
sociedade civil apoiaram "o conceito da guerra justa".
Enquanto a administração Bush assume a culpa, a "guerra ao
terrorismo" e o seu mandato humanitário permanece funcionalmente
intacto.
Entretanto, todos tem os seus olhos postos no facto de oficiais Bush terem
mentido sob juramento a respeito dos avisos de terrorismo.
Contudo ninguém parece ter feito a pergunta chave:
Qual é o significado destes avisos que emanam do aparelho de
inteligência, sabendo que a CIA é a criadora da al Qaeda e que a
al Qaeda é "um recurso dos serviços de
inteligência"?
Ou seja, a CIA é o patrocinador da al Qaeda e ao mesmo tempo controla os
avisos de ataques terroristas iminentes.
Ou seja, estarão responsáveis de Bush, em testemunho à
Comissão 11/9,
a mentir sob o juramento sobre algo que é verdadeiro, ou
estarão a mentir sobre algo que é uma mentira ainda maior?
A LENDA DA "DO INIMIGO EXTERNO
O atentado ao WTC em 1993 foi invocado como um dos primeiros ataques da al
Qaeda no território dos EUA. Desde 11/9, o atentado ao WTC em 1993
tornou-se parte da "da lenda de 11/9" que descreve a al Qaeda como o
inimigo exterior."
Nas palavras da conselheira da Segurança Nacional Condoleezza Rice
(Abril 2004), em testemunho sob juramento, à Comissão de 11/9:
"a ameaça terrorista à nossa nação não
emergiu no 11 de Setembro de 2001. Muito tempo antes desse dia, terroristas
radicais, que odeiam a liberdade, declararam guerra à América e ao
mundo civilizado. O ataque ao quartel dos fuzileiros navais (Marines) no
Líbano em 1983, o sequestro do Achille Lauro em 1985, a ascensão
da al Qaeda, o ataque ao centro de comércio mundial em 1993, os ataques
a instalações americanas na Arábia Sauditas em 1995 e em
1996, os ataques às embaixadas no leste de África em 1998, o
ataque ao USS Cole em 2000, nestes e em outros atrocidades foram parte de uma
campanha sustentada, sistemática para espalhar devastação
e caos e para assassinar americanos inocentes." (ver a transcrição
completa do seu testemunho
http://www.globalresearch.ca/articles/RIC40Â.html
).
Abaixo fornecemos evidência da colaboração entre al Qaeda e
os EUA de fontes oficiais que confirmam inequivocamente que a al Qaeda era
"um recurso patrocinado pela inteligência dos EUA" durante todo
o
período pós-Guerra Fria.
ERA PÓS-GUERRA FRIA:
HISTORIAL DA COLABORAÇÃO AL QAEDA-EUA
1993-1994 BOSNIAGATE. A administração Clinton e a al Qaeda
colaboram em operações militares conjuntas na Bósnia, como foi
confirmado num relatório oficial do Congresso emergente do Partido
Republicano.
A Administração Clinton tem participação activa
na rota de venda de armas da rede islâmica, incluindo
inspecção de mísseis iranianos por responsáveis do governo
dos
EUA.
A Rede Islâmica Militante: Junto com as armas, a Guarda Revolucionaria
Iraniana e operativos de inteligência da VEVAK entraram na Bósnia
em grande número, junto com milhares do mujahedin ("guerreiros
santos") provindos do mundo muçulmano.
Participando também no esforço estavam diversos outros
países muçulmanos (incluindo o Brunei, Malásia,
Paquistão, Arábia Saudita, Sudão, e Turquia) e um
número de organizações muçulmanas radicais. Como
exemplo, o papel de uma "organização
humanitária baseada no Sudão, a Agência de
Alívio do Terceiro Mundo [Third World Relief Agency (TWRA)] está
bem documentado.
O envolvimento prático da administração Clinton com a rede
islâmica de distribuição de armas incluiu
inspeções de mísseis do Irão por
responsáveis do governo americano.
(...)
Em resumo, a política da administração de Clinton ao
facilitar a entrega de armas aos muçulmanos bósnios tornou-a de
facto sócia de uma ainda existente rede internacional de governos e
organizações que perseguem sua própria agenda na
Bósnia.
(...) Por exemplo, um grupo sobre o qual detalhes vieram à
superfície é a TWRA, uma falsa organização
humanitária que tem desempenhado um papel importante na rota de armas
para a
Bósnia. ["How Bosnia's Muslims Dodged Arms Embargo: Relief Agency
Brokered Aid From Nations, Radical Groups," Washington Post, 22/9/96; ver
também "Saudis Funded Weapons For Bosnia, Official Says: $ 300
Million Program Had U.S. 'Stealth Cooperation'," Washington Post, 2/2/96].
Acredita-se que a TWRA esteja conectada com elementos fixos
(fixtures)
da rede de terror islâmico,
como o Sheik Omar Abdel Rahman (condenado pelo ataque ao WTC em 1993) e Osama
bin Laden,
um emigrante Saudita rico que se considera financiar numerosos grupos
militantes.
[ WP, 22/9/96 ]
[negritos acrescentados]
A Administração Clinton apoiou a "Base Islâmica
militante", Comunicado à Imprensa do Senado, Congresso dos EUA, 16
de Janeiro 1997
http://www.globalresearch.ca/articles/DCH109A.html
. Ver o documento original
http://www.senate.gov/~rpc/releases/1997/iran.htm
.
O alegado terrorista Sheik Omar Abdul Rahman foi sentenciado como o
cérebro por trás dos ataques ao WTC em 1993 e condenado
subsequentemente a prisão perpétua.
DA FONTE DE ORIGEM
Numa ironia amarga, o mesmo Omar Abdul Rahman foi identificado no
relatório de 1997 do Comité Político do Partido
Republicano do Senado dos EUA (ver acima) como colaborando com responsáveis de
Clinton para trazer armas e Mujahideen para a Bósnia.
Ou seja, o Partido Republicano confirma que Omar Abdul Rahman e a al Qaeda era
um dos "recursos patrocinados pela inteligência dos EUA".
Quando Bill Clinton, apareceu perante a Comissão 11/9 (Abril 2004),
foi questionado sobre as suas ligações à rede do terror,
incluindo o arquitecto do ataque ao WTC de 1993? Não!
Donde se pode concluir:
Um Triângulo Clinton-Osama-Abdel Rahman. A questão do
conhecimento antecipado cai por terra. Estamos a lidar com a
traição e o encobrimento da
história
das ligações da Administração Clinton ao alegado
inimigo externo ".
Traição define-se como: agir consciente e
propositadamente para ajudar o inimigo".
1995-1999. A OTAN E AS FORÇAS ARMADAS DOS EUA COLABORAM COM A AL QAEDA
EM KOSOVO (1995-1999)
Fornecemos abaixo diversas declarações de arquivos do Congresso
que apontam para o apoio dos EUA à rede do terror em Kosovo (1995-1999)
e que refuta amplamente a existência de "de um inimigo externo".
Frank Ciluffo do Programa de Crime Organizado Global
[Globalized Organized
Crime Program]
em testemunho apresentado ao Comité Judicial da
Casa de Representantes:
O que foi escondido da maior parte do público é o facto de a KLA
gerar a maioria dos seus fundos com a venda de narcóticos. O Kosovo e a
Albânia estão no coração da rota balcânica
que liga "o crescente dourado" do Afeganistão e do
Paquistão aos mercados da droga da Europa. Estima-se que esta rota vale
uns US$400 mil milhões por ano e manipula 80 por cento do heroína
destinada à Europa. (Congresso dos EUA, testemunho de Frank J.
Cilluffo, Vice-Director do Programa de Crime Organizado Global do
Comité Judicial da Casa de Representantes, Washington DC, 13/Dez/2000)
Ralf Mutschke da Divisão Inteligência Criminal da Interpol,
também em testemunho ao Comité Judicial da Casa de Representantes:
O Departamento de Estado dos EUA descreve a KLA como uma
organização terrorista, indicando que financiava suas
operações com dinheiro do comércio internacional de
heroina e empréstimos de países e indivíduos
islâmicos, incluindo alegadamente Osama bin Laden. Uma outra
ligação a bin Laden é o facto de o irmão de um
líder da organização Jihad Egípcia e também
um comandante militar de Osama bin Laden, foi o líder de uma unidade
elite da KLA durante o conflito no Kosovo.
(Congresso dos EUA, Comité Judicial da Casa de Representantes,
Washington DC, 13/Dez/2000).
Representante John Kasich do Comité das Forças Armadas da Casa
dos Representantes:
"Nós estabelecemos contacto [em 1998-99] com o KLA, que era a
plataforma para Osama bin Laden".
(Congresso dos EUA Comité das Forças Armadas da Casa de
Representantes Washington, D.C., 5 de Outubro 1999)
Em 1999, o Senador Jo Lieberman indicou com autoridade que
"lutar pelo KLA é lutar pelos direitos humanas e pelos valores
americanos."
Ao fazer tal afirmação ele sabia que o KLA era apoiado por Osama
bin
Laden.
Que podemos nós concluir destes e de outros indícios? As
transcrições de documentos do Congresso refutam a
existência de um "inimigo externo".
A al Qaeda (nosso "recurso de inteligência") apoiou e continua
a apoiar o KLA. A Administração Clinton apoiou o KLA. A
secretária de Estado Madeleine Albright cobiçou o líder da
KLA Hashim Thaci.
A Military Professional Resources (MPRI), uma companhia mercenária sob
contrato ao Pentágono, foi envolvida no treino do KLA. O KLA foi treinado
também por EUA e por forças especiais britânicas. Mas o
KLA foi treinado também pela al Qaeda. Os EUA colaboraram no treino de
uma organização terrorista que tinha ligações
à al Qaeda, o comércio de droga e crime organizado.
A Administração Bush tem seguido os passos da
Administração Clinton. O KLA é apoiado pelas forças
armadas dos EUA, enquanto recebe também apoio da al Qaeda.
2000-2001: 1/8: A REDE MILITANTE ISLÂMICA, A NATO E AS FORÇAS
ARMADAS DOS EUA JUNTAM AS MÃOS NA MACEDÓNIA
Apenas algumas semanas antes de 11/9, em Agosto de 2001, conselheiros
sénior militares dos EUA de uma firma mercenária sob contrato com
o Pentágono (a MPRI), estavam a aconselhar o auto-proclamado
Exército
Nacional de Liberação [National Liberation Army (NLA)] da
Macedónia.
Mujahideen enviados pela al Qaeda do Médio Oriente e Ásia Central
estavam lutando num exército paramilitar, que também era apoiado
pelas forças armadas dos EUA e pela OTAN.
O NLA é uma frente do KLA. O KLA e os Corpos da Proteção
de Kosovo [Kosovo Protection Corps (KPC)], patrocinados pela ONU, são
instituições idênticas com os mesmos comandantes e pessoal
militar. Os comandantes de KPC recebem salários da ONU e lutam na NLA
juntamente com os Mujahideen.
Ironicamente, enquanto apoiado e financiado pela al Qaeda de Osama bin Laden, o
KLA-NLA é suportado também pela NATO e pela Missão no
Kosovo das Nações Unidas [United Nations Mission to Kosovo
(UNMIK)]. De fato, a Rede Militante Islâmica, que também usa o
Serviço de
Inteligência do Paquistão [Inter Service Intelligence (ISI)] como
intermediário com a CIA, constitui ainda uma parte integral das
operações secretas da inteligência militar de Washington na
Macedónia e no sul da Sérbia.
Os terroristas de KLA-NLA são financiados pelos serviços dos
apoio militar dos EUA , pelo orçamento dos serviços de
manutenção de paz das Nações Unidas, tal como
várias organizações islâmicas incluindo a al Qaeda
de Osama bin Laden. O dinheiro provindo da venda de droga está a ser
usado para financiar os terroristas com o cumplicidade do governo dos EUA. O
recrutamento de Mujahideen para lutar nas fileiras do NLA na Macedónia
é implementado através de vários grupos islâmicos.
Os conselheiros militares dos EUA misturam-se com os Mujahideen na mesma
força paramilitar; mercenários ocidentais dos países da
NATO lutam ao lado dos Mujahideen recrutados no Médio Oriente e
Ásia central. E os media nos EUA chamam isto um 'efeito boomerang'
('blowback')
, onde "os recursos de inteligência" agiram contra
os seus patrocinadores!
Mas nada disto aconteceu durante a Guerra Fria! Aconteceu na
Macedónia nos meses que antecederam o 11/9. E é confirmado por
numerosos comunicados de imprensa, testemunhas oculares, evidência
fotográfica, tal como comunicados oficiais do Primeiro-Ministro
Macedónio, que acusou a aliança militar ocidental de suportar os
terroristas. Ademais, a Agência oficial de Notícias da
Macedónia [Macedonian News Agency (MIA)] notou a cumplicidade entre o
enviado dos EUA , o embaixador James Pardew, e os terroristas do NLA. Ou seja,
da "os recursos de inteligência" serviam ainda os interesses
dos seus patrocínio Americano.
06/08 O 6 DE AGOSTO DE 2001
O SUMÁRIO PRESIDENCIAL DE INTELIGÊNCIA (PDB)
O Sumário Presidencial de Inteligência [Presidential Intelligence
Briefing (PDB)] de 6 de Agosto 2001 (PDB) preparado para o Presidente George W.
Bush era intitulado "Bin Laden Determinado a Atacar nos EUA".
Os PDBs são preparados no quartel-general da CIA em Langley e são
apresentados ao Presidente Bush diariamente na forma de um sumário oral
pelo Director da CIA George Tenet. Abaixo estão excertos selecionados do
PDB. O texto completo do PDB de 6 de Agosto de 2001 pode ser consultado em
http://www.globalresearch.ca/articles/WHI40Â.html
A premisa nas reportagens dos media é que o PDB de 6 de Agosto
baseia-se numa ameaça real de terror. Mas o que de facto faz este PDB
é
fabricar uma ameaça do terror. Abaixo estão alguns excertos:
"Relatos clandestino, governo estrangeiro e os media
indicam que bin Laden desde 1997 tem querido conduzir ataques terrorista nos
EUA." [Esta afirmação é
desinformação. Durante este período, os EUA colaboraram
com
a al Qaeda nos Balcãs, ver acima.]
"Nós não pudemos corroborar algumas das reportagens mais
sensacionalista, como aquele... (parcela reescrita)... de um serviço em
1998 dizendo que bin Laden queria sequestrar um avião dos EUA para
garantir a libertação do Sheik cego 'Umar' Abd
al-Rahman e outros extremistas detidos nos EUA
Não obstante, informação do FBI desde esse tempo indica
padrões da actividade suspeitos neste país consistentes com
preparações para sequestros ou outros tipos de ataques, incluindo
a vigilância recente de edifícios federais em Nova York.
[Terá o Diretor da CIA informado o Presidente que uma
organização do sheik Abdu Rahman estava a colaborar com
inspectores militares dos EUA na Bósnia, como confirmado pelo
relatório de 1997 do Comité Político do Partido
Republicano?]
O FBI está conduzindo aproximadamente 70 investigações nos
EUA que considera ligadas a bin Laden. A CIA e o FBI estão investigando
uma chamada a nosso embaixada nos Emiratos Arabes Unidos em Maio dizendo que um
grupo de apoiantes de bin Laden estavam a planear ataques nos EUA com
explosivos.
[Terá o Diretor da CIA avisado o Presidente que o Osama bin Laden esteve
nos Emiratos Arabes Unidos em Julho desse ano para tratamento dos rins no
Hospital Americano em Dubai e que o Hospital Americano tem
ligações próximas à embaixada dos EUA? (ver o
relato publicado em
Le Figaro
,
http://www.globalresearch.ca/articles/RIC111B.html
) ]
27/8-30/8 2001 27-30 DE AGOSTO: A MISSÃO A ISLAMABAD E A RAWALPINDI
PARA CONSULTAS DE INTELIGÊNCIA
Entre 27 e 30 de Agosto de 2001, apenas um par de semanas antes do 11/9, os
presidentes dos Comités de Inteligência do Senado e da Casa dos
Representantes, respectivamente o senador Bob Graham e o representante Porter
Goss, juntamente com o senador Jon Kyl, estiveram em Islamabad para
"consultas". Houve reuniões com o Presidente Musharraf e com
as forças armadas do Paquistão e responsáveis da
inteligência paquistanesa, incluindo o chefe da ISI, General Mahmoud
Ahmad. (ver
http://www.globalresearch.ca/articles/CHO111A.html
)
Um relato da AFP confirma que a delegação do Congresso
dos EUA se encontrou também com o Embaixador afegão no
Paquistão, Abdul Salam Zaeef. Nesta reunião, que mal foi
mencionada pelos media dos EUA, "Zaeef assegurou à
delegação dos EUA [em nome do governo afegão] que o
Taliban nunca permitiria que Bin Laden usasse o Afeganistão para
lançar ataques aos EUA ou a qualquer outro país." (Agence
France Presse (AFP), 28 de Agosto 2001.)
O RELATÓRIO DO FBI DE SETEMBRO
Um relatório do FBI vazado para a ABC News nos finais de Setembro 2001,
que
foi subsequentemente confirmado numa reportagem do
Times of India
, sugere que a ISI, dirigida pelo general Mahmoud Ahmad, desempenhou um papel
chave
na transferência de dinheiro aos sequestradores de 11/9.
O general Mahmoud Ahmad havia alegadamente requisitado a transferência de
USD$100.000 ao suposto líder da operação 11/9 Mohamed
Atta. (ver Michel Chossudovsky, Guerra e Globalização, a
verdade por trás do 11/9,
http://globalresearch.ca/globaloutlook/truth911.html
)
Relativamente ao 11 de Setembro, as autoridades federais disseram à ABC
News que seguiram mais de USD$100.000 de bancos no Paquistão, para dois
bancos na Florida, para contas detidas pelo suspeito líder Mohammed
Atta. A revista
Time
relatou que uma parte do dinheiro chegou alguns dias
imediatamente antes do ataque e pôde ser seguida directamente para pessoas
conectadas com Osama bin Laden. Isto tudo é parte do que tem sido
até
à data um esforço bem sucedido do FBI para encurralar os
líderes do sequestro, os financiadores, os planeadores e o coordenador.
Note-se a seqüência destas reuniões. Bob Graham e Porter
Goss estavam em Islamabad em finais de Agosto 2001, encontrando-se com o
general Mahmoud Ahmad, o alegado financeiro" por trás do
11/9.
As reuniões com o Presidente Musharraf e o embaixador afegão
foram a 27 de Agosto. A missão estava ainda em Islamabad a 30 de Agosto.
4/9- 13/9: O CHEFE DA INTELIGÊNCIA MILITAR DO PAQUISTÃO (ISI)
CHEGA A WASHINGTON A 4 DE SETEMBRO, PARTE A 13 DE SETEMBRO
O general Mahmoud Ahmad chegou a Washington numa visita oficial de consultas
apenas uns dias depois (4 de Setembro). Durante a sua visita a Washington,
encontrou-se com o diretor da CIA, George Tenet, e alto responsáveis da
Administração Bush, incluindo Richard Armitage e Colin Powell. No
Congresso dos EUA, o general encontrou-se com o senador Joseph Biden,
presidente do Comité de Relações Estrangeiras (13 Set),
o senator Bob Graham e o representante Porter Goss. Graham e Goss, os homens
que
hospedaram o general, serão chamados a montar o
Inquérito Comum do Senado-Casa dos Representantes sobre o 11/9.
9/9: O ASSASSINÌO DO LÍDER DA ALLIANÇA DO NORTE AHMAD
SHAH MASSOOD
O líder da Aliança do Norte, o comandante Ahmad Shah Masood, foi
ferido mortalmente num atentado suicida a 9 de Setembro, 2001. Aconteceu dois
dias antes dos ataques do 11/9 ao WTC e ao Pentágono. Masood morreu mais
tarde, no sábado seguinte ao 11/9 (15/9), devido aos ferimentos
sofridos no ataque suicida. Após os ataques do 11 de Setembro, o
assassínio de Ahmad
Shah Masood mal foi mencionado. O consenso dos media foi que os dois eventos
(9/9 e 11/9) não estavam relacionados. Contudo o Aliança do Norte
havia informado a Administração Bush, através de um
comunicado oficial, que a ISI de Paquistão esteve implicado no
assassínio:
"O eixo ISI-Osama-Taliban [foi responsável pelo] por tramar o
assassínio executado pelos dois bombistas suicidas árabes...
'Nós
acreditamos que este é um triângulo entre o Osama bin Laden, o ISI,
e os Taliban" (O comunicado da Aliança do Norte foi emitido a 14
de Setembro 2001, citado pela Reuters a 15 de Setembro 2001)
'O ISI, os Taliban e Osama bin Laden parecem estar por trás deste
plano.'
(AFP, 10 de Setembro 2001)
Por outras palavras, há razões para acreditar que o 9/9 e o11/9
não são eventos não relacionados.
De acordo com comunicados oficiais e reportagens, o ISI esteve alegadamente
implicado em ambos os eventos: o assassinato de Shah
Masood em 9 de Setembro de 2001 e o financiamento dos ataques de 11 de Setembro
de 2001. Ambos os eventos
implicam directamente altos responsáveis da Administração Bush.
Enquanto os media dos EUA reconheceram tacitamente o papel do ISI do
Paquistão no assassinato de Shah Masood, não se debruçam
sobre o tema mais substantivo: Como é que o chefe do ISI estava em
Washington, numa visita oficial, encontrando-se com oficiais da
administração Bush no mesmo dia do assassinato de Masood?
Não tivesse Masood sido assassinado, a administração Bush
não poderia ter instalado o seu fantoche político Hamid Karzai em
Kabul.
Masood, melhor que Hamid Karzai (um ex-empregado da companhia de
petróleo UNOCAL), transformar-se-ia no chefe de governo
pós-Taliban após o bombardeio americano do Afeganistão.
10/9 OSAMA NO HOSPITAL A 10/9, UM DIA ANTES DOS ATAQUES NO WTC
Don Rumsfeld diz que o paradeiro de Osama é desconhecido. Mas, de acordo
com Dan Rather (CBS), bin Laden estava outra vez no hospital, um dia antes do
11/9, desta vez, por cortesia do Paquistão, aliado inflexível da
América. A Inteligência Militar do Paquistão (ISI) disse
à CBS que bin Laden havia recebido tratamento de hemodiálise
em Rawalpindi, no quartel general do exército do Paquistão:
[para a transcrição do relatório da CBS, ver
http://www.globalresearch.ca/articles/CBS20Á.html
, ver também
http://www.cbsnews.com/stories/2002/01/28/eveningnews/main325887.shtml
]
Note-se, que o hospital está directamente sob jurisdição
das forças armadas paquistanesas, que têm ligações
próximas ao Pentágono.
Conselheiros militares dos EUA baseados em Rawalpindi trabalham intimamente
com as forças armadas paquistanesas. Mais uma vez, nenhuma tentativa foi
feita para prender o mais conhecido fugitivo da América, mas talvez bin
Laden servisse outra "finalidade melhor". Rumsfeld reclama que nessa
altura não tinha conhecimento a respeito da saúde de Osama
(ver a transcrição da CBS acima).
Escusado dizer, o relatório da CBS é uma informação
crucial no puzzle do 11/9. Refuta a reivindicação da
Administração de que o paradeiro de bin Laden seria desconhecido.
Aponta para uma conexão com o Paquistão, e sugere um encobrimento
aos níveis mais elevados da Administração Bush.
Dan Rather e Barry Petersen não extraíram as
implicações de seu relatório de Janeiro 2002. Não
perguntaram: onde estava Osama em 11/9? Se nos apoiarmos no seu
relatório, a
conclusão é óbvia: A administração
está a mentir sobre o paradeiro de Osama.
Se o relatório da CBS é de facto exacto e Osama foi de facto
admitido no hospital militar paquistanês a 10 de Setembro, por
cortesia de um aliado da América, ele ainda poderia estar no hospital em
Rawalpindi no 11 de Setembro, quando os ataques ocorreram.
Com toda probabilidade, o seu paradeiro era conhecido pelos oficiais dos EUA na
manhã do 12 de Setembro, quando o secretário de Estado Colin
Powell iniciou negociações com o Paquistão, com o
objectivo de prender e extraditar Osama bin Laden.
Estas negociações, chefiadas pelo general Mahmoud Ahmad, chefe do
ISI, em nome do governo do Presidente Pervez Musharraf, ocorreram a 12 e 13 de
Setembro no gabinete do vice-secretário de Estado Richard Armitage.
O general encontrou-se também com Colin Powell nas discussões do
dia 12 no Departamento de Estado.
11/9, A REUNIÃO AO PEQUENO ALMOÇO EM CAPITOL HILL COM O GENERAL
MAHMOUD AHMAD
Na manhã de 11 de Setembro, três legisladores, Bob Graham, Porter
Goss e Jon Kyl (que fizeram parte da delegação do Congresso ao
Paquistão) tiveram um pequeno almoço em Capitol Hill com o general
Ahmad, o alegado "financiador" por trás dos sequestradores do
11/9. Presentes também na reunião estavam o embaixador do
Paquistão nos EUA, Maleeha Lodhi, e diversos membros dos Comités
de Inteligência do Senado e da Casa de Representantes.
Esta reunião foi descrita num reportagem de imprensa como "uma
reunião de continuação" da reunião no
Paquistão em Agosto último
(ver acima). A 30 de Agosto, o chefe do Comité de
Inteligência do Senado, senador Bob Graham (Democrata da Florida) 'estava
numa missão para aprender mais sobre terrorismo.' (...) No 11 de
Setembro, Graham estava de novo em Washington DC.' numa reunião de
continuação com 'o chefe da ISI Mahmud Ahmed e o chefe do
Comité de Inteligência da Casa de Representantes, Porter Goss
(Republicano da Florida)" (The Hotline, 1 de Outubro 2002):
Ao trivializar a importância da reunião do pequeno almoço
de 11/9, o
Miami Herald
(16 de Setembro 2001) confirma que o general Ahmad se
encontrou também com o secretário de Estado Colin Powell
após os ataques de 11/9.
De novo, o significado político do relacionamento pessoal entre o
general Mahmoud (do alegado "financiador" por trás do 11/9) e o
secretário do Estado Colin Powell é minimizado. De acordo com o
Miami Herald
, a reunião de alto nível entre os dois homens
não foi planeada previamente. Ocorreu porque o tráfego
aéreo foi suspenso, o que impediu o general Mahmoud de voar de regresso
para Islamabad num vôo comercial, quando provavelmente o general e a sua
delegação estavam viajando num avião fretado pelo governo.
À excepção da imprensa da Florida (e de Salon.com, de 14
de Setembro), nem uma palavra foi mencionada na cobertura do 11 de Setembro
pelos media dos EUA a respeito desta misteriosa reunião de pequeno
almoço.
Oito meses mais tarde, no 18 de Maio, dois dias depois que os títulos
"BUSH SOUBE" cobriam os tablóides, o
Washington Post
publicou um
artigo sobre Porter Goss intitulado: "Uma Capa Mas Nenhuma Espada; Um
Ex-Espião diz que procura as soluções, não a bodes
expiatórios para o 11/9". Focando a sua carreira como agente da
CIA,
o artigo serviu para sublinhar a integridade e a resolução de
Porter Goss ao empreender uma "guerra ao terrorismo". Contudo num
parágrafo isolado, o artigo reconhece a reunião misteriosa de
pequeno almoço de 11/9 com o chefe do ISI, Mahmoud Ahmad, ao
confirmar também que "Ahmad liderava uma agência do
espionagem sabidamente próxima de Osama bin Laden e dos Taliban":
Enquanto o
Washington Post
focou as ligações próximas
entre o Osama bin Laden e o general Ahmad, não fez a pergunta mais
importante: que fizeram o representante Porter Goss e o senador Bob Graham e
outros membros dos Comités de Inteligência do Senado e da Casa dos
Representantes com o alegado financiador do 11/9 no pequeno
almoço na manhã de 11/9? Ou seja, a reportagem do
Washington
Post
nem se aproximou da verdadeira pergunta: Era este
encontro misterioso de pequeno almoço "um lapso
político", uma falha de inteligência ou algo mais
sério? Como é possível que os mesmos indivíduos
(Goss e Graham) que desenvolveram uma relação pessoal com
general Ahmad, tenham sido apontados para o Comité Comum de
Inquérito "para descobrir verdade sobre o 11/9."
Os media trivializam a reunião do pequeno almoço, apresentando-a
como assunto menor sem nunca fazer a ligação óbvia. Nem
reconhecem o facto, documentado amplamente, de que ao "homem do
dinheiro"
por trás dos sequestradores o governo
paquistanês confiara a tarefa de discutir os termos precisos da
"colaboração" do Paquistão na "guerra no
terrorismo" nas reuniões realizadas a portas fechadas no
Departamento de Estado em 12 e 13 de Setembro. (Ver Michel Chossudovsky, cit
op)
12/9-13/9 O ALEGADO HOMEM DO DINHEIRO ENCONTRA-SE COM COLIN POWELL E RICHARD
ARMITAGE
O propósito da reunião no Departamento do Estado no dia 13
só foi tornado público após os ataques terroristas de 11
de Setembro, quando a Administração Bush tomou a decisão
de formalmente procurar a cooperação do Paquistão na sua
"campanha contra o terrorismo internacional", apesar das
ligações do ISI do Paquistão a Osama bin Laden e ao
Taliban e do seu alegado papel no assassinato do comandante Massoud, dois dias
antes do 11/9.
Entretanto, perante as evidências crescentes os media ocidentais
permaneceram silenciosos sobre o papel insidioso do ISI. O assassinato de
Massoud foi mencionado, mas sem sublinhar o seu significado político em
relação ao 11 de Setembro e a subsequente decisão de
lançar a
guerra no Afeganistão. Sem discussão ou debate, o
Paquistão foi louvado como um amigo e aliado da América. Numa
lógica totalmente torcida, os media dos EUA concluíram em coro:
Responsáveis dos EUA procuram a cooperação do Paquistão
[precisamente] porque era o apoio original dos Taliban, a liderança
islâmica do Afeganistão acusada por Washington de abrigar bin
Laden.
A Administração Bush tinha não só dado um tratamento
real ao alegado homem do dinheiro por trás dos ataques do
11/9, como também havia procurado a sua 'cooperação' na
"guerra ao
terrorismo". Os termos precisos desta 'cooperação' foram
acordados entre o general Mahmoud Ahmad, representando o governo
paquistanês e o vice-secretário do Estado Richard Armitage, em
reuniões do Departamento do Estado em 12 e 13 de Setembro. Ou
seja, a Administração decidiu, imediatamente após o 11/9,
procurar a 'cooperação ' do ISI para "ir atrás de
Osama", apesar do facto (documentado pelo FBI) de o ISI ter financiado e
ajudado os terroristas do 11/9. Contraditório? Pôde-se dizer que
é como "pedir a Al Capone para ajudar a eliminar crime
organizado".
Historial do 11/9
1. O AL QAEDA É CRIADO DURANTE A GUERRA FRIA
1979, A MAIOR OPERAÇÃO SECRETA NA HISTÓRIA DA CIA
É LANÇADA NO AFEGANISTÃO, CRIANDO AS BRIGADAS
ISLÂMICAS PARA LUTAR NA GUERRA SOVIÉTICA-AFEGÃ. NASCE A AL
QAEDA
1985, O PRESIDENTE REAGAN ASSINA A DIRECTIVA DE SEGURANÇA NACIONAL 166
AUTORIZANDO O AUMENTO DE APOIO MILITAR SECRETO AOS MUJAHIDEEN
1989, FIM DA GUERRA SOVIÉTICA-AFEGÃ, FIM DA GUERRA FRIA,
INCREMENTO DAS OPERAÇÕES SECRETAS NA (EX-) UNIÃO
SOVIÉTICA E NOS BALCÃS
1996, OS TALIBAN FORMAM GOVERNO COM O APOIO DOS EUA
2. APOIO PÓS-GUERRA FRIA À AL QAEDA NOS BALCÃS
1991, COMEÇO DA GUERRA CIVIL NA JUGOSLÁVIA
1993-1994 A ADMINISTRAÇÃO CLINTON COLABORA COM A AL QAEDA
NA BÓSNIA
1995-1999. A OTAN E AS FORÇAS ARMADAS DOS EUA COLABORAM COM A AL QAEDA
NO KOSOVO
2000-2001. A REDE MILITANTE ISLÂMICA, A NATO, AS FORÇAS MILITARES
DOS EUA E A MISSÃO DAS NAÇÕES UNIDAS NO KOSOVO COLABORAM
NA MACEDÓNIA NO APOIO AO NLA
3. JULHO-SETEMBRO 2001
7 DE JULHO 2001: OSAMA BIN LADEN NO HOSPITAL AMERICANO EM DUBAI, EAU
6 DE AGOSTO 2001: SUMÁRIO PRESIDENCIAL DE INTELIGÊNCIA (PDB)
27-30 DE AGOSTO 2001: MISSÃO DO SENADOR BOB GRAHAM E REPRESENTANTE
PORTER GOSS A ISLAMABAD E A RAWALPINDI PARA CONSULTAS DE INTELIGÊNCIA COM
O PRESIDENTE MUSHARRAF E O CHEFE DA ISI, GENERAL MAHMOUD AHMAD
4/9- 13/9: O CHEFE DA INTELIGÊNCIA MILITAR DO PAQUISTÃO (ISI)
CHEGA A WASHINGTON NUMA VISITA OFICIAL. CHEGA A 4 DE SETEMBRO, PARTE A 13 DE
SETEMBRO
9/9: O ASSASSINATO DO LÍDER DA ALIANÇA DO NORTE, AHMAD SHAH
MASSOOD
10/9 OSAMA NO HOSPITAL A 10/9, UM DIA ANTES DOS ATAQUES NO WTC
11/9 ATAQUES TERRORISTAS NO WTC E NO PENTÁGONO. REUNIÃO DE
PEQUENO ALMOÇO EM CAPITOL HILL COM O GENERAL MAHMOUD AHMAD HOSPEDADO
PELO SENADOR GRAHAM E PELO REPRESENTANTE PORTER GOSS. A "GUERRA AO
TERRORISMO" É OFICIALMENTE LANÇADA
12/12-13/9 PÓS-11 DE SETEMBRO, O ALEGADO HOMEM DO DINHEIRO
MAHMOUD
AHMAD ENCONTRA-SE COM COLIN POWELL & RICHARD ARMITAGE NO DEPARTAMENTO DO ESTADO
PARA DISCUTIR OS TERMOS DA COOPERAÇÃO DO PAQUISTÃO NA
GUERRA NO TERRORISMO.
QUEM NA ADMINISTRAÇÃO BUSH TEM LIGAÇÕES À AL
QAEDA?
A Administração Bush acusa pessoas de terem
ligações à al Qaeda. Esta é a doutrina
por trás da legislação anti-terrorista e da
segurança
do território.
Este relacionamento da Administração Bush com o terrorismo
internacional, matéria do registro público, aponta de uma forma
inapagável para a
criminalização dos escalões superiores do
aparelho de Estado dos EUA.
Papel de Colin Powell: Do Irão-Contra ao 11 de Setembro
Colin Powell e o seu vice Richard Armitage, que acusavam Bagdad e outros
governos estrangeiros de "abrigar" a al Qaeda, desempenhou um papel
directo, em pontos diferentes em suas carreiras, no apoio a
organizações
terroristas.
Ambos estiveram implicados -- ainda que a operar nos bastidores -- no
escândalo Irão-Contra durante a Administração
Reagan, que envolveu a venda ilegal de armas ao Irão para financiar os
Contra, o exército paramilitar nicaraguense.
[Coronel Oliver] North monta a equipa, incluindo [Richard] Secord; Noel Koch
[vice de Armitage], então secretário Assistente no
Pentágono responsável por operações especiais;
George Cave, ex-chefe de estação da CIA em Teerão, e Colin
Powell, assistente militar secretário de Defesa Caspar Weinberger ....
(
The Guardian
, 10/Dez/1986)
Colin Powell, embora não estivesse directamente envolvido nas
negociações de transferência de armas, que estavam a cargo
de Oliver North, era "um dos menos de cinco homens dentro do
Pentágono que sabia da transferência de armas à CIA."
(
The Record
, 29 de Dezembro 1986).
O tenente-general Powell foi directamente instrumental em dar "o sinal
verde" aos oficiais juniores do Irangate em violação
flagrante de procedimentos do Congresso. De acordo com o
New York Times
, Colin
Powell tomou a decisão (ao nível das aquisições
militares), de permitir a entrega das armas ao Irão:
Apressadamente, um dos homens mais próximos ao secretário da
Defesa Weinberger, o major general Colin Powell, contornou os procedimentos
escritos do ''sistema do ponto focal e requisitou à Agência
de Logística de Defesa [responsável por
aquisições] que entregasse 2.008 mísseis TOW à
CIA, que agiu como intermediário para a entrega ao Irão "(
New York Times
, 16/Fev/1987).
RICHARD ARMITAGE
Richard Armitage deteve a posição de secretário assistente
de Defesa na Administração Reagan. Estava encarregado de
coordenar as operações militares secretas incluindo a
operação Irão-Contra. Estava em ligação
próxima com o coronel Oliver North. O seu vice e principal responsável
anti-terrorista, Noel Koch, fez parte da equipe formada por Oliver North. Depois
da entrega dos mísseis anti-tanque TOW ao Irão, as receitas das
vendas foram depositadas em contas bancárias numeradas e o dinheiro foi
usado para financiar os Contras da Nicarágua. (UPI 27/Nov/1987). Um
relatório classificado israelense fornecido aos painéis
do Inquérito do Congresso sobre os Irão-Contra confirma que
Armitage 'fazia parte da operação sobre o Irão' (
New Tork
Times
, 26 de Maio 1989):
"Com uma posição no Pentágono que o colocava acima do
ramo das operações militares encobertas, Armitage
estava ciente das operações de vendas de armas desde o
início. Ele também estava associado ao ex-adido de
segurança
nacional Oliver L. North, num grupo de contra-terrorismo da Casa Branca, outra
área que também teria sido um foco provável do
inquérito do congresso" (
Washington Post
, 26 de Maio 1989)
O director da CIA, William Casey, com a colaboração de Richard Armitage no Pentágono, "conduziu os Mujahideen na guerra secreta contra a União Soviética?"
(citado em Domestic Terrorism: The Big Lie The "War)
Contragate foi também uma operação financiada por
droga conduzida por Casey." (Ibid).
FINANCIANDO AS BRIGADAS ISLÂMICAS
O procedimento Irão-Contra foi semelhante ao usado no
Afeganistão, onde ajuda secreta foi canalizada às Brigadas
Militantes Islâmicas (
US News and World Report
, 15/Dez/1986). De
facto, parte dos rendimentos das vendas das armas ao Irão haviam sido
transferidas aos Mujahideen.:
"O
Washington Post
relatou que os lucros das vendas de armas ao
Irãol foram depositados numa conta controlada pela CIA na qual os EUA e
a Arábia Saudita haviam colocado USD$250 milhões cada um. Este
dinheiro foi retirado não só pelos Contras na América
Central, mas também pelos rebeldes que lutam contra as tropas
soviéticas no Afghanistão." (
US News and World Report
, 15/Dez/1986)
O ENCOBRIMENTO DO IRANGATE
O conselheiro de Segurança Nacional de Reagan, o contra-almirante John
Pointdexter, que mais tarde foi processado por conspiração e por
mentir ao Congresso, foi substituído por Frank Carlucci como
conselheiro da segurança nacional. E o major-general Colin Powell foi
apontado vice de Carlucci, o número dois" na equipa da
segurança nacional.
"Ambos vieram à Casa Branca após as revelações
do Irão-Contra e a limpeza [i.e., encobrimento] do NSC que se
segui" (
The MacNeil/Lehrer NewsHour
, 16 de Junho 1987).
Escusado dizer que esta limpeza foi um encobrimento: Colin Powell teve
conhecimento do caso Irangate.
Enquanto diversos oficiais do Irangate, incluindo John Pointdexter e Oliver
North, foram acusados de crimes, os actores principais na CIA e no
Pentágono, Armitage e Casey, nunca foram processado, nem o
tenente-general Colin Powell que autorizou a aquisição dos
mísseis TOW da
Defense Logistics Agency
.
Além disso, enquanto as armas eram vendidas secretamente ao Irão,
Washington também forneia armas através dos canais oficiais a
Bagdad. Ou seja, Washington armava ambos os lados na guerra
Irão-Iraque.
E quem estava encarregado de negociar as vendas de armas a Bagdad? Donald Rumsfeld.
COMO REVERTER A MARÉ
O 11 de Setembro tem sido extensamente utilizado pela
Administração
Bush como a justificação para travar uma guerra antecipativa
sem fronteiras.
Isto é parte da doutrina de auto-defesa da
Administração. Mas tal justificação está
baseada numa mentira: que a América está sob o ataque de um
inimigo externo.
A chamada "guerra ao terrorismo" é uma mentira.
As realidades foram viradas de cabeça para baixo.
Actos de guerra são louvados como "intervenções
humanitárias" destinadas a restaurar a democracia.
A ocupação militar e a matança de civis são
apresentadas como "operações de manutenção de
paz".
A degradação das liberdades civis, impondo
legislação dita anti-terrorist, é apresentada como meio de
proporcionar segurança doméstica e defender liberdades civis.
Este sistema depende da manipulação da opinião
pública.
As realidades fabricadas da Administração Bush devem
tornar-se verdades indeléveis, as quais fazem parte de um largo
consenso político e dos media. A este respeito, os media corporativos
são instrumento de um Estado policial de facto, o qual excluiu
cuidadosamente, desde o princípio,
qualquer entendimento real da crise do 11 de Setembro.
Milhões de pessoas têm sido enganadas a respeito das causas e das
consequências do 11 de Setembro.
Quando os povos dos EUA e de todo o mundo descobrirem que a al Qaeda
não é um inimigo exterior mas uma criação da
política estrangeira dos EUA e da CIA, a legitimidade da
Administração Bush cairá como um castelo de cartas.
Por outras palavras, quando as mentiras que emanam das autoridades
políticas instituídas
forem inteiramente reveladas, o inimigo percepcionado não será a
al
Qaeda, mas Bush, Cheney, Rumsfeld, Wolfowitz, Powell, et alii.
Tenha em mente que os Democratas também são cúmplices. As
administrações democráticas também apoiaram a al
Qaeda.
O relacionamento de sucessivas administrações dos EUA com o
terrorismo internacional, que é uma matéria de registo
público, aponta claramente para a
criminalização dos círculos superiores do aparelho de
Estado dos EUA.
Usemos esta informação para desmantelar os planos de guerra da
Administração Bush. Sensibilizar outros cidadãos. Expor
"as ligações dúbias."
Porque, quando a verdade for conhecida, a guerra dos líderes e os planos
de segurança do território não terão nem um fiapo
de legitimidade aos olhos dos milhões de americanos que
acreditam que a al Qaeda é "uma ameaça para a
América" e que seu presidente está comprometido com a sua
segurança.
Neste momento crucial da nossa história, devemos compreender que o
sentimento anti-guerra em si mesmo não ameaça a agenda de guerra.
A única maneira de inverter a maré é destituir este
governantes, que são criminosos da guerra.
E a maneira destituir estes governantes é romper a sua legitimidade
aos olhos dos povos.
Por outras palavras, é necessário revelar todas as mentiras a
respeito
da dita "guerra ao terrorismo" aos nossos cidadãos, que foram
usadas para justificar a invasão de Iraque e do Afeganistão e para
impor a polícia de Estado nos EUA.
A precondição para romper a legitimidade
da Administração Bush é revelar inteiramente as suas
ligações ao terrorismo internacional e a sua cumplicidade nos
eventos trágicos do 11/9.
Este objectivo só pode ser logrado eficazmente travando a campanha de
propaganda e espalhando a verdade através de uma campanha da
informação entre cidadãos.
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Tradução de André Levy.
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